Potencial terapêutico do trióxido de arsênio em carcinoma oral é tema de tese

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Autoria: Raphael Luis Rocha Nogueira
Orientação: Clarissa Araújo Gurgel Rocha
Título da dissertação: “Potencial terapêutico do trióxido de arsênio em linhagem metastática de carcinoma escamocelular oral”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
Defesa: 07/08/2020
Horário: 14:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: O carcinoma escamocelular oral (CEO) é o tipo histológico mais comum das neoplasias malignas da cavidade oral. Apesar dos impactos na sobrevida dos indivíduos acometidos, poucos avanços terapêuticos são descritos na literatura, especialmente no que diz respeito a quimioterapia. O uso de estratégias farmacológicas para o bloqueio de vias de sinalização celular relacionadas ao desenvolvimento embrionário, como a inibição downstream da via Hedgehog, tem se destacado como um campo promissor e, portanto, a utilização de fármacos reposicionados, como o Trióxido de Arsênio, representa uma possível estratégia na terapêutica deste tumor.

OBJETIVO: Estudar o potencial terapêutico do Trióxido de Arsênio por meio da inibição farmacológica da via HH em linhagem metastática de carcinoma escamocelular oral.

MATERIAL E MÉTODOS: A citotoxicidade do Trióxido de Arsênio foi determinada em diversas linhagens tumorais de CEO e células não tumorais através do ensaio de viabilidade pelo método Alamar Blue, sendo a linhagem metastática de CEO (HSC3) utilizada como modelo celular. Inicialmente, avaliou-se os efeitos deste fármaco na viabilidade celular através do ensaio de exclusão por Azul de Tripan, em tempos diferentes de incubação. Ademais avaliou-se a atividade do Trióxido de Arsênio sobre o ciclo celular, padrão de morte, e alterações morfológicas em diferentes tempos de incubação deste fármaco por citometria de fluxo. Para a avaliação protéica dos componentes da via HH, foram realizados os ensaios de Western Blot e imunofluorescência. A expressão gênica dos componentes da via HH foi avaliada através de reações de qPCR, utilizando TaqMan Gene Expression AssaysTM.

RESULTADOS: A linhagem HSC3 apresentou maior sensibilidade ao Trióxido de Arsênio em relação às demais linhagens tumorais avaliadas. Tal fármaco foi capaz de reduzir a expressão protéica e gênica dos componentes da via HH e de seus genes alvos após 24h de tratamento, indicando redução da cascata sinalizadora da via HH. Ademais, o Trióxido de Arsênio foi capaz de reduzir significativamente a viabilidade celular das células HSC3 a partir de 24 h de tratamento e promoveu alterações na morfologia celular. Os ensaios de análise do ciclo celular e padrão de morte demonstraram um aumento significativo da fragmentação nuclear na fase sub-G1 e aumento de morte celular por apoptose.

CONCLUSÕES: O Trióxido de Arsênio apresentou atividade citotóxica promissora em linhagem metastática de CEO, sendo capaz de reduzir a atividade da via HH, em linhagem celular metastática de CEO.

Palavras-chave: Neoplasias bucais; Proteínas Hedgehog; Reposicionamento de fármacos; Trióxido de Arsênio.

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