Potencial de inibidor de histona demetilase contra leishmaniose é avaliado em dissertação

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AUTORIA: Jéssica Lobo da Silva
ORIENTAÇÃO: Leonardo Paiva Farias
TÍTULO DA TESE: “Avaliação do potencial quimioterápico de um inibidor de histona demetilase contra leishmaniose cutânea causada por Leishmania (V.) Braziliensis”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 30/10/2019
HORÁRIO: 14h

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Leishmaniose Cutânea (LC) causada por L. (V.) braziliensis é a forma clínica mais comum da doença no Brasil. A LC está associada à uma resposta inflamatória crônica intensa e ulceração, que podem levar meses ou anos para cicatrizar. Poucas opções terapêuticas, alta toxicidade dos tratamentos e o aparecimento de resistência reforçam a necessidade de tratamentos alternativos. Evidências moleculares sugerem que mecanismos epigenéticos estejam desregulados em doenças inflamatórias crônicas. Desta maneira, reguladores epigenéticos são considerados alvos promissores para melhorar condições inflamatórias crônicas. Após ensaios exploratórios, um inibidor (GSK-J4) de histonas demetilases (JMJD3 e UTX) mostrou efeitos positivos no controle da infecção em macrófagos humanos. O presente trabalho avaliou o potencial quimioterápico deste inibidor de histona demetilase com propriedades anti-inflamatórias contra L. (V.) braziliensis no modelo murino de LC.

METODOLOGIA: As CI50 para promastigotas e amastigotas foram determinados por citometria de fluxo e contagem direta utilizando macrófagos murinos, respectivamente. A análise morfológica dos promastigotas foi realizada por Microscopia Eletrônica de Varredura. O efeito leishmanicida nas amastigotas também foi avaliado após exposição ao composto por 24 h e contagem de promastigotas livres após 8 dias de cultura livre de tratamento. A viabilidade de macrófagos murinos foi mesurado por Alamar Blue. A produção de EROs e NO foram dosados por reação de Griess. A produção de citocinas foi dosado por citometria de fluxo. E finalmente, ensaios in vivo foram realizados em modelo de infecção de orelha em BALB/C com administrações intralesionais de GSK-J4.

RESULTADOS: O CI50 do GSK-J4 foi calculado em 888 nM para promastigotas e 4,5 μM para amastigotas após 24 horas de exposição. Adicionalmente, a exposição até 2,25 μM por 24 horas mostrou efeito irreversível sobre a forma amastigota. GSK- J4 não demonstrou toxicidade celular para as células não infectadas até 50 μM em 24 horas, com IS > 33,33. GSK-J4 (7,5 μM) induziu a produção de NO em 48 horas. Adicionalmente, GSK-J4 reduziu níveis de MCP-1 em macrófagos infectados. O tratamento intralesional com 50 μM e 100 μM reduziu a carga parasitária nas orelhas e demonstrou ter efeito no desenvolvimento de úlceras, uma vez que 75% camundongos tratados não desenvolveram lesões ulceradas.

CONCLUSÃO: Os dados apresentados sugerem que o GSK-J4 apresenta potencial quimioterápico devido ao seu efeito leishmanicida e imunomodulador. Este potencial deve ser melhor investigado em associação a outras drogas já utilizadas para o tratamento da Leishmaniose Cutânea causada por L. (V.) braziliensis como estratégia terapêutica para redução de toxicidade.

Palavras-Chave: GSK-J4, inibidor de histona demetilase, inflamação, L. (V.) braziliensis

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