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Aluno: Mateus Lima Nogueira
Orientador: Dr. Daniel Pereira Bezerra.
Título da Tese: “ESTUDO DO POTENCIAL TERAPÊUTICO DE UM NOVO COMPLEXO METÁLICO DE PALÁDIO-ACILTIOUREIA NA ELIMINAÇÃO DE CÉLULAS TRONCO DE CÂNCER DE MAMA TRIPLO NEGATIVO”.
Programa: Pós-graduação Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data: 31/10/2025
Horário: 09H
Local: sala virtual Zoom Educacional 03
ID da reunião: 860 5238 2225
Senha: mateus
Titulares:
Dr. Paulo Michel Pinheiro Ferreira – UFPI
Dra. Paula Christine Jimenez – UNIFESP
Dra. Karine Araújo Damasceno – IGM/Fiocruz (Presidente da Banca)
Suplente:
Dr. Bruno Solano de Freitas Souza – IGM/Fiocruz
RESUMO:
INTRODUÇÃO: O câncer de mama é um dos mais incidente globalmente e o subtipo triplo
negativo (CMTN) se destaca como o de pior prognóstico, em consequência da sua
disseminação metastática, heterogeneidade tumoral e, especialmente, pelo tratamento
dificultado e pouco específico. Isso se dá, ao menos em parte, devido a subpopulação celular
designada como células-tronco cancerosas (CTCs). Tem-se dado, portanto, destaque ao
desenvolvimento de melhorias terapêuticas, que atuem em vias de sinalização que eliminem
tanto as células tumorais não-CTCs, quanto as que apresentam características similares as
células-tronco. Neste cenário, fármacos baseados em metais, ou complexos metálicos, têm
despertado o interesse científico por apresentarem versatilidade na química de coordenação,
resultando em comprovada atividade citotóxica em tumores de diversas origens histológicas,
incluindo as CTCs. Estes complexos representam a associação de um metal com um ligante,
geralmente orgânico, que atua como doador de elétrons. Recentemente, um novo complexo
metálico de paládio com um ligante aciltioureia (CPA), com fórmula cis-[Pd(PPh3)2(N,Ndimetil-
N’-tiofeniltioureato-k2O,S)]PF6, foi sintetizado e estudos preliminares mostraram sua
potente atividade citotóxica contra células neoplásicas, incluindo as de CMTN. Contudo, seu
mecanismo de ação, bem como seu efeito sobre CTCs não foi investigado. OBJETIVO:
Estudar o potencial terapêutico do CPA na eliminação de CTCs de CMTN em modelos
translacionais in vitro e in vivo. MÉTODOS: A atividade citotóxica do complexo foi
mensurada para linhagens celulares cancerosas e não cancerosas pelo ensaio de alamar blue.
Estudos de mecanismo celular e molecular foram realizados na linhagem de CMTN MDAMB-
231. Alterações na dispersão da luz, na progressão do ciclo celular, no perfil de morte e
nos níveis de PARP1 clivada, foram avaliadas por citometria de fluxo. As microscopias óptica
e eletrônica de transmissão foram aplicadas para observar alterações morfológicas. Avaliou-se
a capacidade de interação do CPA com o DNA, bem como seu impacto na expressão gênica e
na via de sinalização PI3K/Akt/mTOR. O impacto na subpopulação de CTCs foi avaliado
mensurando os níveis de CD44high/CD24low e da atividade da ALDH, bem como pela
capacidade clonogênica e inibição de mamoesferas. Por fim, o efeito antitumoral e a
toxicidade sistêmica do CPA foram estudados em camundongos, em modelos singênico (4T1)
e de xenotransplante (MDA-MB-231). RESULTADOS: O complexo apresentou atividade
citotóxica seletiva em diversas linhagens tumorais. Nas células MDA-MB-231, o tratamento
promoveu a morte, com alterações morfológicas consistentes com a apoptose, além do
aumento dos níveis de PARP1 clivada e acúmulo expressivo de células na fração sub-G0/G1
do ciclo celular. A molécula estudada não se liga ao DNA, contudo altera a expressão gênica,
a sinalização PI3K/Akt/mTOR, além de reduzir a população de CTCs. Nos modelos animais,
o CPA levou a inibição tumoral. CONCLUSÕES: Ao atuar na inibição dos tumores, na
desregulação de uma via para progressão tumoral e agir citotoxicamente na célula tumoral,
bem como nas CTCs, o CPA demonstra promissora atividade para a terapia do CMTN.

