Pesquisa avalia risco de anemia em pacientes com HIV e tuberculose

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Observando o risco de portadores do HIV desenvolverem tuberculose e anemia, cientistas da Fiocruz Bahia, coordenados pelo pesquisador Bruno de Bezerril Andrade, analisaram dados de 159 pacientes vivendo com HIV, do México e da África do Sul. Os pesquisadores obtiveram o perfil inflamatório desses pacientes através do estudo dos marcadores sanguíneos de inflamação antes da terapia com os antirretrovirais. A pesquisa, publicada no periódico Frontieres in Immunology, em artigo que tem como primeira autora Mariana Araújo, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Patologia (PgPAT – UFBA/ Fiocruz Bahia), investigou o grau de perturbação inflamatória (Degree of Inflammatory Perturbation, ou DIP na sigla em inglês) em pacientes com e sem tuberculose, com e sem anemia.

Os resultados apontaram que há relação entre a concentração mais baixa de hemoglobina no sangue e perturbações inflamatórias. Mesmo sem a tuberculose, pessoas com HIV ainda apresentam altos níveis no Grau de Perturbação Inflamatória . Em ambos os grupos, pacientes anêmicos apresentam maior DIP que os não anêmicos.

A perturbação inflamatória dos participantes do estudo foi caracterizada por alterações nos marcadores Interferon-gama (IFN-g) e TNF (Fator de Necrose Tumoral). Foi constatado que o DIP dos pacientes está associado com a ocorrência de anemia e a co-infecção por tuberculose. Além disso, apesar de se ter observado uma maior presença da tuberculose entre pacientes da África do Sul comparados aos do México, não se encontrou nenhuma diferença significativa entre ambos os grupos quanto à incidência de anemia.

Pessoas com tuberculose possuíam níveis menores de hemoglobina, demonstrando que apresentavam anemia em maior frequência. No grupo das pessoas com a doença, 80% apresentaram anemia, enquanto entre aqueles sem tuberculose, 65% apresentaram anemia. Os pesquisadores reforçam ainda que pessoas infectadas com tuberculose e HIV que apresentam anemia também estão sujeitas a maior risco de morte e diminuição da qualidade de vida.

Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) mencionado no estudo, em 2019, aproximadamente 10 milhões de pessoas foram diagnosticadas com tuberculose. Desses pacientes, 8% estavam também infectados com o HIV.

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