Pesquisador Lain Carlos Pontes de Carvalho é homenageado na Fiocruz Bahia

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Marcada por tributos, memórias e emoções, foi realizada, no dia 23 de maio, a homenagem ao pesquisador do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia) Lain Carlos Pontes de Carvalho (1952-2016). A cerimônia contou com a presença de pesquisadores, colegas de trabalho, amigos e familiares do homenageado. Ao final do evento, foi entregue uma placa de homenagem para a família do pesquisador e foi descerrada a placa com o nome de Lain Carvalho, que nomeou o antigo Pavilhão Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística (NEB).

Durante a abertura, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, agradeceu aos participantes por estarem compartilhando um momento especial, “no qual estamos aqui reunidos para prestar esta homenagem, que é importante para que não esqueçamos que o Dr. Lain Pontes de Carvalho deixou como legado muito do que somos”, afirmou. “Lain possuía um dom, ele era um homem de visão, pensava sempre no futuro e na maneira de como alcançá-lo, era prático, direto e pragmático. Ele possuía uma capacidade de pensar em pontos que poucos ousariam, mas isso não o distanciava dos outros, pois ele aproximava, agregava e colaborava”, declarou a diretora.

Luiz Freitas, pesquisador aposentado da instituição, deu prosseguimento à homenagem. Ao discursar, afirmou que se sentiu honrado por poder atuar como mestre de cerimônia, além de ser o responsável pela leitura do memorial do pesquisador. Durante sua fala, Freitas abordou a trajetória da carreira de pesquisador de Lain, o primor técnico com que ele desempenhava os experimentos e a criatividade para desenvolver aparelhos. “Ainda sem computadores, desenvolveu a habilidade de elaborar peças próprias para estudar e para projetos. Desenvolveu, também, a habilidade de redigir textos em inglês de forma impecável”, observou.

Também subiram ao púlpito para homenagear o pesquisador, Wilson Savino, coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz e colega de Lain na graduação; Bernardo Galvão Castro Filho e Ricardo Ribeiro, pesquisadores aposentados da Fiocruz Bahia, colaboradores e amigos; Mitermayer Galvão Reis e Washington Luis Conrado dos Santos, pesquisadores da instituição; e Neci Soares, ex- aluna de Lain, hoje professora da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Os convidados Roberto Meyer, chefe do Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular, do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA, que foi colaborador de Lain em projetos de pesquisa, e Joseli Lannes Vieira, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz), que foi a primeira aluna de Lain na Iniciação Científica, não puderam estar presentes e enviaram suas declarações. Maria Luisa Carvalho Soliani, reitora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, foi representada na cerimônia por Bernardo Galvão, que também é coordenador do Centro Integrativo Multidisciplinar de HTLV, na Escola Bahiana.

Homenagem dos Familiares

Na cerimônia, os familiares de Lain também falaram sobre sua experiência de vida com o pesquisador. “Lain tinha 3 anos e 5 cm a mais que eu. Procurei segui-lo a vida inteira. Nos falávamos todos os dias. Quando soube dessa homenagem, larguei tudo no Rio de Janeiro e vim para cá. Não podia perder este momento”, contou Lian Carvalho, irmão do pesquisador, que também é médico.

A esposa, Neuza Alcântara, também falou sobre o cientista e agradeceu ao instituto pela homenagem. “Agradeço muito o que fizeram. Têm razão de fazer esse memorial. O que ele mais se dedicou na vida foi ao trabalho. Mesmo trabalhando o dia inteiro, quando chegava em casa ainda lia material. Aprendi com ele esse amor pelo trabalho. Foi excelente pai. Não passava um dia em que não me dizia que me amava e que eu era bonita. O último poema que escreveu dizia: Vivo numa bolha. Nessa bolha tem uma flor, que se chama Neuzinha”, disse emocionada.

Sobre Lain Carvalho

Formado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1975, Lain Carvalho era um dos mais importantes e respeitados pesquisadores da sua geração. Além de pesquisador e ex-diretor da Fiocruz Bahia, atuava na pós-graduação, com contribuições relevantes na área de imunologia, principalmente visando a biointervenção em doenças de natureza inflamatória (leishmanioses, doença de Chagas, alergia e doenças autoimunes). O pesquisador da Fiocruz Bahia contribuiu para a ciência e formação de novos professores e cientistas, além da estruturação e gestão do instituto.

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