Inquérito nacional da Fiocruz sobre partos, nascimentos e perdas fetais tem início na Bahia

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O estudo “Nascer no Brasil 2: Inquérito Nacional sobre Partos, Nascimentos e Perdas Fetais” realizou o treinamento de profissionais que irão fazer a coleta de dados da primeira etapa da pesquisa na Bahia. A capacitação aconteceu ontem (17/5), em Salvador, com a presença da coordenadora geral do projeto e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), Maria do Carmo Leal, e da coordenadora estadual, Aline Costa. A pesquisa vai percorrer quase trinta maternidades baianas, tanto na capital quanto no interior. 

O objetivo do inquérito é analisar a evolução da atenção ao parto e nascimento em maternidades públicas e privadas de todo país. Além do estudo principal sobre perdas fetais, partos e nascimentos, outros temas como morbimortalidade materna e perinatal, Covid-19 na gestação e transtornos emocionais paternos serão investigados. 

Segundo Maria do Carmo Leal, os dados do estudo vão impactar em questões relacionadas à atenção obstétrica e perinatal brasileira. “O objetivo é conhecer os determinantes, quais são os problemas que estão ocorrendo, em que estamos falhando, para termos tantas mulheres com casos graves e uma mortalidade materna tão grande, como o Brasil tem. O foco está em observar isso, tanto para o óbito materno quanto para o perinatal, particularmente para o óbito fetal, que no Brasil é imenso”. 

A primeira fase na Bahia, que terá duração de 30 dias, vai analisar cerca 2700 prontuários de internações por motivo obstétrico, em seis maternidades de Salvador e do interior do estado, que tiveram mais de 350 partos por mês em 2020, fazendo o levantamento de todos os casos de morbidade materna grave e de óbitos perinatais (morte no período entre a 22ª semana gestacional até a primeira semana de vida do bebê). Estima-se que o número de casos casos de morbidade materna grave e óbito perinatal seja cerca de 10% das internações obstétricas. 

“É um estudo importante para a gente investigar a assistência ao parto e nascimento. Nesse momento, em que a gente está investigando as questões de morbidade e óbitos perinatais, é um privilégio poder olhar quais são as causas de maiores complicações que levam às mulheres e os bebês a óbito. O estudo vai dar uma dimensão dos principais desafios a serem enfrentados, com base em dados fidedignos”, afirmou Aline Costa, que é psicóloga e mestre em saúde da mulher e da criança. 

A pesquisa

O  primeiro “Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre parto e nascimento”, que ocorreu em 2011 e 2012, foi um estudo nacional, de base hospitalar, que coletou dados de 23.894 mulheres, em 191 municípios e 266 hospitais. Em amostra representativa do país, descreveu, pela primeira vez, as práticas de atenção ao parto e nascimento em todas as unidades federativas do Brasil. 

Teve o objetivo de conhecer os efeitos das intervenções obstétricas no parto, incluindo as cesarianas desnecessárias; descrever a motivação das mulheres para a opção pelo tipo de parto; as complicações clínicas durante o puerpério e período neonatal; bem como descrever a estrutura das instituições hospitalares quanto à qualificação dos recursos humanos, disponibilidade de insumos, equipamentos, medicamentos e unidade de terapia intensiva para mulheres e recém nascidos.

O Nascer no Brasil 2 incluiu maternidades menores, aquelas com menos de 500 partos por ano, ampliando o escopo do estudo. Além da coleta de prontuários hospitalares, iniciada nesta fase do estudo, espera-se acompanhar mais de 24 mil mulheres, que ingressarem no sistema de saúde para o parto ou por perda fetal precoce, em 465 maternidades em todo o Brasil. 

Para saber mais sobre a pesquisa, acesse o site. Para acessar resultados das pesquisas anteriores, acesse a seção de divulgação científica. Outros resultados da pesquisa também estão sintetizados em nosso Instagram @nascernobrasil.

 

*Com informações do site Nascer no Brasil 2.

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