Grupo de trabalho publica relatório sobre chikungunya, mayaro e o’nyong-nyong

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Os arbovírus são vírus transmitidos através da picada de insetos e causam diversas doenças. Dentre as mais conhecidas no Brasil, estão dengue, zika e chikungunya. Outras arboviroses, como mayaro e o’nyong-nyong, menos populares, mas que também possuem grande potencial para provocar epidemias, têm chamado a atenção da comunidade científica, com o surgimento de primeiros casos dessas doenças em algumas regiões onde antes não havia.

Um grupo de trabalho composto por pesquisadores de diversos países – denominado Colaboração Global de Pesquisa para Prevenção de Doenças Infecciosas (GloPID-R) – foi formado para investigar a história natural, a epidemiologia e o manejo médico nas infecções por chikungunya, mayaro e o’nyong-nyong. O objetivo foi identificar lacunas de conhecimento, propor recomendações para investigações futuras e sugerir ações de prevenção e controle.

Um dos desafios no enfrentamento das arboviroses é a dificuldade diagnóstica, pois os sintomas dessas enfermidades são muito similares, tornando difícil distingui-las. Pela importância da detecção desses vírus para a saúde pública, o GloPID-R, do qual participa o pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme de Sousa Ribeiro, publicou a primeira parte de um relatório, dedicada aos aspectos de diagnóstico de três arbovírus que pertencem ao gênero dos alphavírus: chikungunya, o’nyong-nyong e mayaro.

Para a composição do relatório, os especialistas do grupo realizaram um levantamento bibliográfico na plataforma PubMed sobre aspectos diagnósticos destas arboviroses. Os achados foram sumarizados em diferentes seções, que abordam aspectos epidemiológicos, relativos às manifestações clínicas associadas infecções por alphavirus, as evidências de sua co-circulação, além dos vetores responsáveis por sua transmissão. Também, foram dedicadas seções sobre cada um dos vírus, apontando as formas de diagnóstico molecular e sorológica, a indicação de cada um dos testes disponíveis e a ocorrência de reações cruzadas.

Ainda no relatório, o grupo elencou uma série de recomendações e adverte que novas ferramentas e protocolos diagnósticos ainda são necessários para permitir que estudos epidemiológicos de relevância sejam realizados, considerando o alto risco de epidemias futuras de chikungunya, o’nyong-nyong e mayaro. Confira, na íntegra, o artigo “GloPID-R report on Chikungunya, O’nyong-nyong and Mayaro virus, part I: Biological diagnostics”, publicado na revista Antiviral Research

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