Genótipos de indivíduos com fenilcetonúria são analisados clinicamente em dissertação

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AUTORIA: Caíque Antunes Novaes Silva
ORIENTAÇÃO: Angelina Xavier Acosta
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E MOLECULAR DE PACIENTES COM FENILCETONÚRIA NO ESTADO DA BAHIA”
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 24/07/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: A fenilalanina (Phe) é um aminoácido essencial, sendo adquirido através da alimentação, e é hidroxilado em tirosina por ação da enzima fenilalanina hidroxilase (PAH). Quando há uma deficiência na atividade desta enzima, ocorre um acúmulo de phe (hiperfenilaninemia – HPA) nos fluidos corporais, sendo tóxica especialmente no sistema nervoso central, ocasionando vários distúrbios, como deficiência intelectual. A fenilcetonúria (PKU) é a forma mais frequente de HPA, sendo o principal erro inato do metabolismo dos aminoácidos (EIM) mais bem estudados, por fazerem parte de programas de triagem neonatal em todo o mundo. No Brasil, o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) garante o rastreamento, confirmação diagnóstica e tratamento desta condição em todo o país, através dos Serviços de Referência em Triagem Neonatal (SRTN). O tratamento clássico para essa doença, cuja herança genética é autossômica recessiva, é baseada na dietoterapia, que é complexa e de longa duração, tornando a adesão ao tratamento mais difícil. Sendo assim, outras opções terapêuticas que também controlam os níveis de phe estão sendo sugeridas como a administração oral de tetrahidrobiopterina (BH4), que é o cofator da enzima PAH, sendo o genótipo um dos fatores determinantes para a responsividade a este tipo de tratamento.

OBJETIVO: Definir o genótipo de pacientes com PKU no estado da Bahia e comparar com as características clínicas, sócio-demográficas, além de avaliar resposta terapêutica ao BH4.

MÉTODO: Pacientes com diagnóstico de PKU provenientes da APAE/Salvador foram selecionados para investigação molecular por PCR/RFLP (polimorfismo de comprimento de fragmento de restrição) e sequenciamento do gene PAH, em seguida comparados com os dados clínicos e de responsividade ao BH4.

RESULTADO: Participaram do estudo 106 pacientes oriundos de 63 municípios baianos, sendo 73 pacientes com forma clínica de PKU clássica e, os demais, PKU leve. A estratégia de investigação molecular permitiu genotipar toda a amostra, sendo a mutação IVS10-11G>A mais frequente (25,6%), seguida da p.V388M (23,2%) e
p.R252W (17%), com distribuição diferente nos municípios estudados. Observaram-se 25 genótipos distintos, sendo a maioria (52,8%) como heterozigoto composto. O teste de responsividade ao BH4 realizado em 64 pacientes revelou responsividade em 29,7%, havendo concordância de 64,7% com a previsão fornecida pelo genótipo.

Palavras-chave: Fenilcetonúria, genótipo, fenótipo, BH4

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