Frequência de rearranjos genômicos em BRCA1 e BRCA2 em pacientes de câncer de mama e ovário são verificadas em tese

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AUTORA: Juliana Côrtes De Freitas
ORIENTADOR: Kiyoko Abe Sandes
TÍTULO DA TESE: “Identificação de rearranjos nos genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com critérios para síndrome hereditária de câncer de mama e ovário no estado da Bahia”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 18/02/2019

RESUMO

INTRODUÇÃO: Aproximadamente 5 a 10% dos casos de câncer de mama e ovário são de origem hereditária e estão associadas à presença de mutações germinativas em genes de predisposição, entre os quais se destacam BRCA1 e BRCA2. Mutações pontuais nestes genes são mais comuns, no entanto, alterações estruturais provocados por rearranjos genômicos podem explicar um número considerável de casos de HBOC (Hereditary Breast and Ovarian Cancer Syndrome) não devendo ser negligenciadas.

OBJETIVO: Verificar a frequência de rearranjos genômicos em BRCA1 e BRCA2 em uma amostra de pacientes que atendam aos critérios de inclusão baseados nas diretrizes da NCCN (National Comprehensive Cancer Network) e ASCO (American Society of Clinical Oncology), além disso, a amostra foi caracterizada quanto aos dados clínicos, a história individual e/ou familiar de risco para câncer e ancestralidade.

METODOLOGIA: Foram selecionados 292 pacientes atendidos no Ambulatório de Oncogenética do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia, considerados elegíveis para triagem de rearranjos genômicos por meio da técnica de MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probre Amplification).

RESULTADOS: Os rearranjos genômicos, deleção dos exons 16-17 de BRCA1, duplicação do exon 5 de BRCA1, deleção dos exons 1-2 de BRCA1 e duplicação do exon 21 do BRCA2 foram encontradas em sete pacientes com diagnóstico de câncer de mama e/ou ovário com história pessoal e familiar de câncer sugestivo de HBOC. Os rearranjos del exons 16-17 e del exons 1-2 de BRCA1 já foram descritos na literatura como patogênicas. As outras mutações ainda não estão descritas, e estudos para determinação do efeito clínico e a caracterização molecular serão necessários. A frequência de rearranjos observada neste estudo foi de 2,4% e está de acordo com a frequência de outros estudos realizados no Brasil. A mutação fundadora portuguesa c.156_157insAlu em BRCA2 não foi encontrada, embora essa população tenha uma contribuição portuguesa relevante.

CONCLUSÕES: A recomendação de testes genéticos abrangentes para triagem de pequenas mutações, bem como de rearranjos genômicos em BRCA pode proporcionar um melhor desfecho nos prognósticos dos pacientes.

Palavras chave: BRCA1. BRCA2. Grandes rearranjos. HBOC.

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