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Evento discute ferramentas da epidemiologia molecular em doenças infecciosas e parasitárias emergentes
Entre os dias 03 e 08 de agosto de 2025, Salvador (BA) recebeu o XXIII Curso Internacional em Epidemiologia Molecular em Doenças Infecciosas e Parasitárias Emergentes (EPIMOL), promovido pela Fiocruz Bahia. O evento reuniu especialistas do Brasil e do exterior para discutir o uso de ferramentas moleculares na vigilância e controle de doenças infecciosas.
A programação incluiu 48 horas de atividades, com pré-cursos, 29 aulas teóricas e cinco módulos práticos. “Esse evento tem sido perene há 23 anos por conta da sua importância em combinar a epidemiologia com a parte molecular. Reunimos especialistas em análise de dados com pesquisadores de laboratório para aprimorar a investigação de doenças”, destaca Luciano Kalabric, pesquisador da Fiocruz Bahia.
Público Alvo
O curso é voltado a profissionais da saúde com pós-graduação ou em formação. Para a coordenadora Joice Pedreira, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), “é um curso muito importante, pois temos uma convivência durante uma semana com médicos, farmacêuticos, enfermeiros, profissionais tanto da academia quanto do serviço de saúde […] discutimos princípios da epidemiologia molecular junto às práticas […] que possam trazer solução para os problemas de saúde pública, principalmente no Brasil”.
Foram ofertadas 60 vagas para participantes ativos — 30 para a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS), 20 para estudantes da Fiocruz e 10 de livre concorrência — além de 20 vagas para ouvintes.
A Fiocruz vem exercendo papel estratégico no fortalecimento da resposta epidemiológica brasileira em cenários de emergência sanitária, atuando desde a produção científica até a formulação de tecnologias e estratégias de enfrentamento de doenças. Segundo o pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador do curso, Mitermayer Galvão dos Reis, “eventos científicos, como os promovidos pela instituição, são fundamentais para integrar ciência, políticas públicas e ações no território, promovendo a troca de experiências, a atualização técnica e o alinhamento entre pesquisa e as necessidades reais da população”.
O EPIMOL é uma disciplina do programa EpiSUS, voltado à formação em epidemiologia aplicada no SUS. “Nesse curso de epidemiologia molecular, nós devemos privilegiar as pessoas que trabalham na vigilância do país […] queríamos ter a certeza que em cada estado, num Lacen, Laboratório Central de Saúde Pública, existisse um profissional que fosse capacitado no curso da Epimol”, explicou Mitermayer.
O EpiSUS é um Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde, implementado no ano 2000. Atualmente existem três níveis do Programa: Fundamental, Intermediário e Avançado. O EpiSUS – Avançado, tem duração de dois anos, é presencial e exige dedicação exclusiva por parte do profissional em treinamento. Atualmente, o Epimol – Curso Internacional de Epidemiologia – é uma disciplina do programa de treinamento.
Apoio estratégico
O curso recebe apoio contínuo da SVSA/MS – Secretaria de Vigilância, Saúde e Ambiente –
Ministério da Saúde, que tem possibilitado a participação de profissionais do programa EpiSUS e também de representantes de outros países da América Latina e África, fortalecendo o intercâmbio técnico-científico. A coordenadora nacional do programa EpiSUS, Mariângela Galvão Simão, também está entre os instrutores do curso, ao lado de Magda Saraiva Duarte, ambas representando o Ministério da Saúde.
Presença internacional e institucional
O EPIMOL 2025 conta com uma comissão organizadora composta por pesquisadores renomados, de instituições brasileiras e internacionais. Dentre os destaques:
Albert Icksang Ko – Professor da Yale School of Public Health (EUA), colaborador da Fiocruz e coordenador de pesquisas sobre saúde urbana em comunidades vulneráveis no Brasil. Sua atuação inclui estudos sobre leptospirose, dengue e doenças preveníveis por vacinas. Arthur Reingold – Epidemiologista da University of California, Berkeley, com experiência em infecções respiratórias e doenças como COVID-19 e influenza. Foi membro dos CDCs por oito anos e leciona regularmente sobre métodos de vigilância e investigação de surtos. Ana Paula Oliveira Menezes, professora da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), tem ampla atuação em microbiologia clínica e resistência bacteriana, com foco em meningites e pneumococos. Ana Terra Roque de Araújo, sanitarista do Ministério da Saúde, atua como assessora técnica na SVSA e tem experiência em gestão em saúde pública e formação de profissionais por meio do programa EpiSUS.
Por Iana Motta - Fotos Iana Motta

