Fiocruz Bahia lança documentário sobre os cientistas Sonia e Zilton Andrade

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Os mais de 40 anos de companheirismo e dedicação à ciência do casal de estudiosos Sonia Gumes Andrade e Zilton de Araújo Andrade serão homenageados no documentário produzido pelo Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia). O filme “Sonia e Zilton – ciência, saúde e amor” será lançado no dia 31 de agosto, às 17h, no canal de Youtube da instituição.  

O documentário teve o apoio do edital interno de Memória Institucional da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e narra os momentos mais marcantes da vida e da produção do notório “casal Andrade”. Sonia e Zilton Andrade (1924-2020) construíram um legado de pesquisa e fizeram parte da história da Fiocruz Bahia. O objetivo é contar, através da trajetória dos dois, parte da própria história da unidade da Fiocruz no estado.  

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, conta que o IGM, apoiado pela COC, já vem trabalhando em ações de memória institucional. “A primeira delas, que deu origem à ideia do filme, foi a confecção do acervo físico do casal Andrade, atividade que também envolve a parceria com a UFBA e o apoio e acompanhamento dos familiares dos pesquisadores. Nesta linha, o documentário busca valorizar as pessoas que fizeram a história do IGM, ao mesmo tempo que procura contar a história da instituição para outras gerações, afirmando o compromisso da Fiocruz com a saúde, com a ciência e com a sociedade”.

Casados em 1953, eles tornaram-se reconhecidos por suas pesquisas na área de Patologia, Parasitologia e Doenças Tropicais. Juntos também construíram uma família com seis filhos. Zilton foi chefe do Laboratório de Patologia Experimental (LAPEX – inicialmente “Laboratório de Esquistossomose”) desde seu começo e Sonia chefiou o Laboratório de Chagas Experimental, Autoimunidade e Imunologia Celular (LACEI, atual LAPEC), ambos núcleos da Fiocruz Bahia.

Casal Andrade

Sonia Gumes Andrade, natural de Caetité (BA), formou-se em 1953 na Faculdade de Medicina da UFBA. A doutora iniciou sua carreira explorando a área de Medicina Tropical, mas foi na pesquisa sobre a doença de Chagas que deixou sua maior contribuição. Estudou a Patologia e Imunopatologia da enfermidade, com atividades também na área de Imunologia. Integrou a Academia de Medicina da Bahia, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Comitê Científico da Organização Mundial de Saúde (OMS), e foi professora emérita da UFBA, onde coordenou o curso de pós-graduação em Patologia Humana, desde a sua criação, hoje realizado em ampla associação com a Fiocruz Bahia. 

Sua contribuição foi reconhecida com o prêmio e medalha Samuel Pessoa da Sociedade Brasileira de Patologia, em 1987; a medalha do Centenário do Instituto Oswaldo Cruz, no ano 2000; diploma de Honra ao Mérito pelos serviços prestados à saúde pública e a ciência da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, em 2008; a medalha do Centenário da descoberta da Doença de Chagas, em 2009, e recentemente, em 2021, a medalha de Mérito Científico Carlos Chagas, da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, entre outras condecorações recebidas ao longo da vida. Em 2012, tornou-se pesquisadora emérita da Fiocruz. 

“Aprender a tirar satisfação de suas atividades diárias mantém o indivíduo ativo, e contribui para tornar uma pessoa saudável e de bem com a vida”, foi o conselho deixado por Zilton em uma entrevista sobre o segredo para se manter ativo. O professor, natural de Santo Antônio de Jesus (BA), recôncavo baiano, era pesquisador emérito da Fiocruz desde 2012. Em números, sua carreira resultou na publicação de 277 artigos científicos, na orientação de 59 alunos de mestrado e doutorado, nos mais de 50 anos de docência e 30 anos de pesquisa na Fiocruz. Tornou-se professor emérito da UFBA em 1985, onde ajudou a fundar a Residência Médica em Patologia, o Mestrado e o Doutorado em Patologia.

Zilton Andrade foi uma autoridade científica internacional em doenças infecciosas e parasitárias, com destaque para a doença de Chagas, esquistossomose e leishmaniose. Entre os seus títulos destacam-se a comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico (1995), o título de comendador da Grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico da Presidência da República do Brasil (2005) e a nomeação como membro da Academia Brasileira de Ciências (2006). Recebeu ainda o Prêmio Alfred Jurzykowski da Academia Nacional de Medicina (1972) e o Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia do CNPq (1984). Zilton fez parte de muitas sociedades voltadas à pesquisa, entre elas a Academia de Medicina da Bahia, assim como sua esposa. 

Ficha técnica do filme 
Nome: Sonia e Zilton – ciência, saúde e amor
Duração: 63 min
Direção: Ulla Macedo
Realização: Instituto Gonçalo Moniz/Fiocruz Bahia

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