Fiocruz Bahia encerra a 31ª RAIC com premiação de trabalhos 

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A 31ª Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC) da Fiocruz Bahia premiou os melhores trabalhos apresentados pelos estudantes de Iniciação Científica e Tecnológica da unidade, entre os dias 31 de maio a 2 de junho. O evento é realizado pelo Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC), com o objetivo de acompanhar o progresso dos bolsistas. Os estudantes vencedores são indicados para a competição nacional da Fiocruz.  

Com mais de 70 apresentações, a vice-diretora de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia Claudia Brodskyn agradeceu a todos os estudantes que participaram. Para ela, todos os participantes são vitoriosos. “A RAIC é um acontecimento único dentro da nossa instituição, uma vez que todos os estudantes de Iniciação Científica apresentam seus projetos e resultados para diferentes bancas de avaliação para demonstrar seu conhecimento e maturidade em relação ao projeto”, afirma. “Na Fiocruz Bahia, a Iniciação Científica representa uma das portas de entrada dos estudantes de graduação para a pesquisa e inovação. Nossos pesquisadores estão com as portas abertas para receber essa nova geração”. 

Na Fiocruz Bahia, a Iniciação Científica (IC) abarca estudantes desde o nível médio, com o Programa de Vocação Científica (Provoc), passando pela graduação até a pós-graduação. Para o coordenador do PROIIC, Jorge Clarêncio, isto mostra a abrangência e o interesse que há por essas iniciativas. Ele considera este um momento de grande importância na vida do pesquisador. “O jovem cientista está apresentando os dados coletados e isso, no mundo científico, é de extrema importância, pois é nesse momento que os dados são validados. Esse momento de apresentação e de estar a frente da comunidade científica é um exercício importante para o estudante”. 

O evento também contou com a sessão científica ministrada pelo pesquisador Marcelo Bozza, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o tema “Infecção x doenças: carreadores oligossintomáticos de patobiontes e patógenos”. 

Premiação 

Os estudantes premiados foram Luana Aragão, Amanda Mota Coelho, Julio Cesar Queiroz e Carla Polyana Oliveira. Iane Kathleen Silva foi escolhida para o prêmio de Melhor Trabalho pelo PROVOC.  Receberam menção honrosa Luma Bahia Figueiredo, Gabriel Alves, Bruno Sousa e Márcio Andrade, e, pelo Provoc, a estudante Agatha Raissa Silva.  

A estudante de Biomedicina, da UNIME, e do bacharelado interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Luana Aragão afirmou que o prêmio é a realização de um sonho. “É uma honra fazer parte da Iniciação Científica na Fiocruz, uma instituição de extrema relevância para o país. Me sinto imensamente grata e feliz pelo prêmio, e o vejo como reconhecimento da minha dedicação e da importância do projeto que estou desenvolvendo”, declara.  

Julio Queiroz, estudante de Biomedicina na Unifacs, aproveitou a oportunidade para também agradecer ao orientador Bruno Solano e aos outros pesquisadores do laboratório que realizaram a pesquisa em conjunto com ele. O trabalho do estudante analisou o efeito de células do cordão umbilical humano em um modelo de depressão. De acordo com ele, a premiação serve como incentivo para a equipe de pesquisa. “Eu fiquei muito feliz, honrado e surpreso. Esse projeto é lindo e fazer jus a grandeza dele me deixou orgulhoso. Além disso, gostei muito da RAIC, porque durante esse período eu consegui acompanhar diversos trabalhos e conhecer outros estudantes”.  

“Pra mim, é muito gratificante ver meu esforço sendo reconhecido, porque eu vim de longe pra fazer faculdade e saber que estou no caminho certo me deixa extremamente feliz e grata pelo curso que escolhi fazer”, afirma Amanda Coelho. A estudante de Biotecnologia aproveitou a ocasião para agradecer aos orientadores da sua pesquisa, Daniel Bezerra e Larissa Mendes, do Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI). 

A estudante do 2° ano do ensino médio do Colégio Estadual Professor Carlos Barros, Iane Kathleen, se emocionou com a premiação e quis receber o prêmio ao lado da professora do colégio. Orientada pela pesquisadora Nelzair Viana, Iane participa de uma pesquisa no âmbito das atividades do Laboratório de epidemiologia molecular e bioestatística Provoc. “Minha sensação é de dever cumprido. Eu sinto que consegui passar minhas experiências de uma forma que a banca pudesse entender. Pretendo continuar pesquisando, tendo minhas vivências fora do laboratório, com meus colegas do colégio”, coloca.  

Abertura nacional 

A abertura nacional do evento ocorreu no dia oito de maio, no Rio de Janeiro. Na cerimônia, que faz parte do calendário oficial do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foram destacadas a importância da Iniciação Científica na formação de novos pesquisadores e no incentivo de uma nova postura frente a ciência.  

Participaram da mesa de abertura o vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz Rodrigo Correia; a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação Cristiani Vieira Machado; a coordenadora do Laboratório de Iniciação Científica na Educação Básica da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (ESPJV) Cristiane Nogueira Braga, também integrante da coordenação  do Programa de Vocação Científica (Provoc) da Fiocruz; e Maria de Fátima Baptista, assessora da vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas e colaboradora do Programa Inova Fiocruz. O evento contou com a mediação da jornalista Cristiane Boar, da vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas.  

Os integrantes da mesa ressaltaram a importância da Iniciação Científica na vida de jovens pesquisadores. Rodrigo Correia afirma que, mesmo aqueles que não seguirem na carreira acadêmica, encontram benefícios na experiência. “A IC possui um muito maior de educar, de ajudar a descobrir a ciência”. O vice-presidente recordou outras ações de incentivo ao ingresso na vida acadêmica, como o programa “Pibic nas Comunidades” e o Provoc, que está ativo em todas as unidades da instituição. 

Cristiani Machado concorda com a visão exposta sobre a IC. “Muitas pessoas não seguem na trajetória científica, mas muda a sua visão sobre o papel da ciência na sociedade. Além disso, a formação interdisciplinar é muito importante. Quanto mais vocês experimentam na trajetória profissional, mais rica ela pode ser”, assegura. “A IC foi uma das coisas mais importantes que fiz na minha vida, porque condicionou várias escolhas, inclusive a escolha de trabalhar como pesquisadora”, compartilha Machado.  

A programação foi encerrada por uma palestra conduzida pelo pesquisador da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca. O cientista foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do teste que indicava em tempo real as mutações do coronavírus.

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