Fiocruz Bahia completa 65 anos produzindo conhecimento e tecnologia em saúde com excelência

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Realizada no dia 05 de abril, no auditório Aluízio Prata, a cerimônia em celebração aos 65 anos do Instituto Gonçalo Moniz – Fiocruz Bahia, que contou com a presença da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, reuniu autoridades, membros da comunidade científica, do Fórum das Unidades Regionais da Fiocruz (FUR) e colaboradores da instituição. Produzido em formato híbrido, o evento teve, em seu início, o anúncio do lançamento da exposição comemorativa de fotografias, que compõem a memória da instituição. Também foi apresentado o trailer do documentário ‘Sônia e Zilton: ciência, saúde e amor’. O filme e a exposição integram as ações em comemoração aos 65 anos da unidade e serão lançados ainda em 2022.

Na sequência, a mesa diretora deu início às homenagens. A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, começou dando as boas-vindas aos presentes e agradecendo a participação de todos e todas. Emocionada, Marilda falou do orgulho de fazer parte da história do IGM, citando o apoio e parceria com outras unidades da Fiocruz e instituições públicas, além da comunidade científica.

“Nós somos uma comunidade de quase 650 pessoas e lidamos no dia a dia com cada uma dessas pessoas. Não é uma comunidade pequena, os problemas também não são pequenos, mas existe um eixo central que liga todos nós que é a excelência em pesquisa, a excelência no ensino. Temos um time muito jovem de pesquisadores que congregam com o mesmo sentimento que os pesquisadores que já estavam na Unidade. Nós temos certeza de que eles darão continuidade ao que nós começamos”, afirmou. Em seguida foi aberto o espaço para uma breve saudação de alguns convidados que puderam expor os seus depoimentos e felicitações ao IGM.

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade, considerou o encontro e a possibilidade de realização de um evento parcialmente presencial como algo de grande importância diante das restrições impostas pela pandemia da Covid-19. “Ainda estamos em uma situação de pandemia, mas vemos os efeitos do trabalho da ciência, da tecnologia e do Sistema único de Saúde e, especialmente, os efeitos da vacinação”, salientou. A presidente também destacou a atuação da unidade na produção e no compartilhamento de conhecimento, atuando junto ao sistema de ciência, tecnologia e inovação, com compromisso social e em defesa do SUS. “O nosso papel hoje tem que ser o da construção coletiva a partir dos nossos conhecimentos e das nossas práticas”, ponderou.

O reitor da Universidade Federal da Bahia – UFBA, João Carlos Salles, ressaltou a parceria entre a universidade e a Fiocruz Bahia, especialmente na produção de conhecimento no âmbito dos programas de pós-graduação e do desenvolvimento de pesquisa. “Neste momento de pandemia, que solicitou a todos uma atuação decisiva, nesse momento em que a Fiocruz teve um protagonismo imenso em nosso país juntamente com as nossas universidades, a gente começa a recuperar a imagem do servidor público como aquele que, de certa forma, realiza essa unidade entre profissão e vocação, ou seja, nós nos realizamos na causa coletiva e eu creio que nós estamos celebrando isso aqui”, concluiu.

Representando o governador do Estado da Bahia, Rui Costa, a secretária de Saúde do Estado da Bahia, Adélia Pinheiro, ressaltou a presença e o protagonismo feminino na instituição. “Como é importante falarmos da presença e da liderança feminina. Mais do que ver a liderança feminina na Fiocruz Nacional e na Fiocruz Bahia, falo do orgulho que é ver as duas lideranças conseguirem, num cenário que é de agravo cotidiano à ciência, à tecnologia e à saúde, a proteção e a ampliação da importância e do fazer da Fiocruz, garantindo que a instituição siga a sua trajetória e sinalize o seu futuro”, concluiu.

A secretária de Política para as Mulheres do Estado da Bahia, Julieta Palmeira, destacou as contribuições e o protagonismo da Fiocruz Bahia para todo o país, desde a sua fundação. “Eu queria saudar a todas, todos e todes porque vocês representam exatamente o que temos de melhor na perspectiva de ideias e de desenvolvimento, na pesquisa e no trabalho cotidiano. Desejo que possamos ter mais mulheres, que essa sub representação feminina nas áreas de tecnologia e pesquisa possam ser superadas com mais celeridade e que tenhamos a valorização das mulheres  como chefes de grupo de pesquisa, que é o que eu considero um ponto definidor nesse desenvolvimento do Brasil”, ressaltou.

A secretária de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia – Sepromi, Fabya Reis, participou da celebração via Zoom e falou da importância de poder firmar parcerias entre a sua pasta e a Fiocruz Bahia. “Nós temos orgulho de integrar essa parceria para que nós, através deste trabalho, possamos destacar grupos de pesquisa que tenham foco na saúde dos povos tradicionais e projetos voltados à população negra, dedicando atenção aos temas transversais da nossa Bahia e a Fiocruz tem demonstrado todo esse empenho, numa parceria que nos deixa bastante feliz”, destacou.

Manoel Barral, pesquisador e ex-diretor da instituição, relembrou a tradição da unidade no desenvolvimento de pesquisas e as contribuições para a saúde, destacando os avanços e desafios enfrentados. “Acompanhar as transformações da ciência é extremamente importante e o IGM está conseguindo fazer isso. Está conseguindo acompanhar esse movimento e se manter. Essa talvez seja uma das características que distingue a Fiocruz de outras instituições, ela é uma instituição para a saúde que sempre teve a vitalidade para enfrentar os desafios”, afirmou ele, reforçando a importância da inovação para a sobrevivência e expansão para a área da produção científica.

O pesquisador e ex-diretor da Fiocruz Bahia, Mitermayer dos Reis, destacou a realização das pesquisas desenvolvidas no âmbito da instituição e a relação com as comunidades e sujeitos pesquisados, chamando atenção para o compromisso social e a inclusão de moradores que acabam por despertar o interesse pela carreira científica. “É fazendo pesquisa de campo em locais como o Subúrbio Ferroviário, Pau da Lima e Pirajá que nós estabelecemos uma relação com sujeitos que não só têm nos ajudado em uma relação amigável, como também estamos vendo-os se transformarem em pesquisadores. Eles se especializaram, fizeram mestrado, doutorado e hoje são referência para o Brasil”, afirmou.

Também participaram das comemorações a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado da Bahia (SECTI), Mara Clécia Dantas Souza; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – Fapesb, Marcio Costa; o pesquisador emérito da Fiocruz e membro da Academia de Medicina da Bahia, Bernardo Galvão; o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical – SBMT, Julio Croda; e a diretora da Associação dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz – Asfoc, Michele Alves.

Importância da patologia investigativa e da análise de dados no IGM

Após o pronunciamento da mesa diretora, a programação em homenagem aos 65 anos da Fiocruz Bahia seguiu com a realização das palestras ‘O IGM e a Patologia investigativa e diagnóstica na Fiocruz Bahia’, apresentada pelo pesquisador Washington Luis Conrado e ‘A importância da análise de grandes bases de dados na saúde pública, proferida pelo pesquisador especialista, Maurício Barreto.

Durante a sua apresentação, Washington apresentou alguns dos principais avanços alcançados no âmbito da patologia investigativa e as contribuições para o campo da pesquisa sobre doenças como a Doença de Chagas, leishmaniose e esquistossomose. O palestrante também considerou as contribuições do Dr. Zilton Andrade para o desenvolvimento das análises e a produção de conhecimento, que continuam sendo de suma importância para as novas gerações de pesquisadores atuantes na área. “Hoje o IGM presta serviço a toda a rede pública, aos hospitais públicos e filantrópicos, recebe biópsias renais e hepáticas desses locais e dá suporte de consultoria a alguns laboratórios privados”, informou.

Maurício Barreto apresentou o trabalho desenvolvido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), responsável pela realização de estudos e pesquisas com base em projetos interdisciplinares originados na vinculação de grandes volumes de dados, com foco na investigação em saúde. Segundo o palestrante, países como a Inglaterra têm dedicado grandes investimentos na área, transformando a análise de dados em políticas e ações, apoiando o desenvolvimento de pesquisas. Barreto também destacou a iniciativa e o apoio da Fiocruz na realização das ações promovidas pelo Cidacs e a parceria com outras instâncias do poder público.

“O Cidacs nasceu não só com apoio material, mas com apoio afetivo. Nós fomos crescendo e hoje ocupamos uma área substancial do prédio que nos foi cedido pelo governo do estado”, afirmou. O Centro atua na condução de estudos e pesquisa, desenvolvendo novas metodologias investigativas, treinamento científico e profissional, com importantes contribuições para a saúde pública, especialmente durante a pandemia da Covid-19.

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