Fiocruz Bahia celebra o Dia Mundial de Combate ao Vírus HTLV

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Nesta quarta-feira, 10 de novembro, celebra-se o Dia Mundial de Combate ao Vírus HTLV. A data foi instituída pela Associação Internacional de Retrovirologia (IRVA – International Retrovirology Association), com o objetivo de informar e mobilizar a sociedade e o poder público para sobre a infecção, as doenças a ela associadas, seu impacto na saúde pública e os meios de contê-la. 

O HTLV é um retrovírus pouco conhecido, pertencente à mesma família do HIV, que infecta um dos tipos de células humanas de defesa. As principais formas de transmissão são por meio da relação sexual, aleitamento materno e agulhas de seringas contaminadas. Diferentemente do HIV, que destrói o sistema imunológico, o HTLV provoca alterações sistêmicas que prejudicam a qualidade de vida e causa doenças como leucemia, incontinência urinária, disfunção erétil e problemas neurológicos. Ainda não há cura. 

A Bahia é um estado endêmico da doença. Uma pesquisa realizada pela Fiocruz Bahia, coordenada pela pesquisadora Fernanda Grassi, em 2019, apontou a disseminação e o aumento do vírus no território. 

O HTLV foi inserido na Bahia como uma doença de notificação compulsória, em janeiro de 2011. No período de 2012 a 2020, o estado apresentou o total de 3.722 casos notificados, de acordo com o último Boletim Epidemiológico, da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (SESAB). A ocorrência da infecção predomina entre as mulheres, com 86,6% dos casos em 2020. Do total, 28,9% são gestantes. 

As faixas etárias mais atingidas são 20 a 39 anos e 40 a 59 anos e a maioria dos casos notificados é entre pardos e pretos, com cerca de 62%. Mesmo com a pandemia Covid-19, o número de pessoas notificadas como portadoras da doença em 2020 (308) é superior ao primeiro ano de registro de casos no estado (189). 

A Portaria N° 460/2020, que publicou a Linha de Cuidado aos Portadores de HTLV na Bahia, foi um marco e uma conquista de anos de mobilização de pessoas que vivem com o HTLV. A política pública, inédita no Brasil, estabelece fluxos assistenciais, ações e serviços de saúde para atender às necessidades de saúde da população portadora do vírus. O protagonismo do pesquisador emérito da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão, junto a organizações da sociedade civil, também foi reconhecidamente importante nesse avanço

Confira o vídeo da pesquisadora Fernanda Grassi sobre a importância da data e da conscientização sobre a doença e de suas formas de transmissão:

 

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