Frontiers in Microbiology publica artigo sobre a progressão da doença de Chagas

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08 Chronic Chagas Disease

Publicado no periódico suíço Frontiers in Microbiology, o trabalho realizado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Fabíola Cardillo e Lain Pontes de Carvalho, e pelo pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Jose Mengel, sugere que a presença do parasita Trypanosoma cruzi pode não ser o único fator responsável pela progressão clínica doença de Chagas. Os resultados da pesquisa estão descritos no artigo intitulado Chronic Chagas’ Disease: Targeting the Interleukin-2 Axis and Regulatory T Cells in a Condition for Which There Is No Treatment.

A doença de Chagas em humanos pode ser dividida em aguda, crônica e indeterminada. A doença crônica é a mais importante, considerando o número total de pessoas infectadas. De acordo com os autores da pesquisa, ao contrário da maioria das previsões, um grande estudo multicêntrico (placebo-controlado, com ensaio clínico duplo-cego) demonstrou que o tratamento com benzonidazol não foi capaz de modificar a evolução clínica da doença crônica, apesar de promover uma redução de carga parasitária significativa.

Os resultados da pesquisa sugerem que, talvez, uma infecção crônica inadequadamente tratada pelas defesas do hospedeiro, possivelmente envolvendo um mal funcionamento de mecanismos imunoreguladores e fenômenos autoimunes, são fatores a serem considerados como agravantes da doença.

Ainda de acordo com os especialistas, o estudo das fases aguda e crônica da infecção com patógenos intracelulares, tais como T. cruzi, permite a elucidação de mecanismos e condições que podem ser direcionados para reprogramar o sistema imunológico do hospedeiro, por meio de ferramentas que interagem com os componentes de regulação do sistema imunológico.Este conhecimento poderia resultar em uma melhor compreensão do equilíbrio necessário para atingir ou restabelecer a saúde do hospedeiro do T. cruzi, proporcionando novas estratégias para tratar a doença de Chagas.

Clique aqui e acesse o texto na íntegra, publicado em maio.

In Memoriam: Lain Pontes de Carvalho

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