Estudo comparou respostas ao tratamento nas formas disseminada e cutânea da leishmaniose

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Um estudo avaliou as respostas ao tratamento de 202 pacientes infectados por Leishmania braziliensis, metade deles com leishmaniose disseminada e metade com a forma cutânea, todos de uma região endêmica da doença, Corte de Pedra, no sudeste da Bahia. O trabalho, coordenado por Edgar M. Carvalho, pesquisador da Fiocruz Bahia, teve o objetivo principal de investigar se o número de lesões influenciava as manifestações clínicas e a resposta à terapia.

A leishmaniose disseminada é uma forma agressiva de leishmaniose tegumentar associada a múltiplas lesões na pele e de várias formas (pápulas, acneiformes, nódulos e úlceras) em mais de duas regiões do corpo. Ela foi descrita principalmente no Brasil em pacientes infectados pela Leishmania (Viannia) braziliensis, mas a doença está documentada em outros países das Américas.

Para determinar a relação entre a resposta imune e as manifestações clínicas e a resposta à terapia, os pesquisadores estudaram 101 casos de leishmaniose disseminada e 101 casos de leishmaniose cutânea e avaliaram a presença de moléculas, citocinas e quimiocinas, após estímulo das células sanguíneas com antígeno de leishmania. Os pacientes foram tratados com antimoniato de meglumina por 20 dias para leishmaniose cutânea e 30 dias nos casos de leishmaniose disseminada; 19 pacientes com leishmaniose disseminada foram tratados com anfotericina B, miltefosina ou miltefosina e antimoniato de meglumina.

A taxa de cura do antimoniato de meglumina foi baixa tanto para leishmaniose disseminada (44%) quanto para leishmaniose cutânea (60%), mas o tempo de cura foi maior na leishmaniose disseminada. A menor taxa de cura (22%) foi encontrada em pacientes com leishmaniose disseminada com número maior que 100 lesões. No entanto, o tratamento com antimoniato de meglumina associado a miltefosina curou todos os pacientes com leishmaniose disseminada, sugerindo que esta combinação deve ser considerada como terapia de primeira escolha para esta forma da doença.

A pesquisa foi publicada no periódico Emerging Infectious Diseases e pode ser acessada aqui.

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