Estudo acompanha bebês assintomáticos que tiveram infecção por Zika na gestação

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Visando contribuir para o conhecimento sobre a infecção congênita por Zika, pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo de 14 casos de recém-nascidos sem microcefalia, com diagnóstico do vírus durante a gestação, em uma maternidade de Salvador, entre fevereiro e agosto de 2016. O trabalho foi publicado no International Journal of Infectious Diseases, sob a coordenação da pesquisadora Isadora Siqueira.

O diagnóstico de zika foi feito pelo teste RT PCR específico para a doença. Dos bebês, oito apresentaram positividade para zika em amostras de urina, cinco em plasma de cordão umbilical, dois na placenta e um em soro. Em dois casos, o vírus foi detectado em duas amostras diferentes: em um houve detecção em plasma e urina e em outro, em plasma e placenta. A análise filogenética indicou que a cepa do vírus pertencia ao genótipo asiático, que se agrupou intimamente com outras sequências isoladas nas regiões Norte e Nordeste.

No artigo, os pesquisadores relatam que a identificação do Zika em recém-nascidos é difícil devido ao longo período entre a infecção no útero e o nascimento do bebê. Porém a identificação da presença do vírus nas amostras  demonstra a persistência do vírus em recém-nascidos mesmo meses após a infecção na gravidez.

Cinco destes bebês foram acompanhados durante o período de dois anos, nenhum deles evoluiu com complicações neurológicas, oftalmológicas e auditivas. Os pesquisadores recomendam que, mesmo nos casos assintomáticos de bebês que tiveram infecção por zika em sua gestação, o acompanhamento médico seja realizado para detecção precoce de possíveis complicações clínicas e neurológicas tardias.

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