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Circula pelas redes sociais um painel com cinco fotos que mostram rostos de pessoas com marcas ou erupções na pele. As imagens são acompanhadas de uma legenda que diz: “Infecção por Stafilococcus devido ao uso de máscaras. Entendam por que profissionais de saúde só usam máscaras descartáveis e as trocam de hora em hora”. É #FAKE.
Uma das fotos mostra, na verdade, uma garota com varicela e está disponível no banco de imagens Istock. Ela é antiga, de antes da pandemia.
Uma busca reversa na foto da criança com vermelhidão em torno da boca leva a uma página da Wikipedia em inglês sobre eczema herpético e não tem nenhuma relação com o uso de máscaras. Ela também é anterior ao primeiro caso do novo coronavírus. A foto de uma mulher com rosácea, doença que provoca vermelhidão no rosto, pode ser encontrada no banco de imagens Shutterstock. Ela também é anterior à pandemia. A foto de uma mulher com o rosto marcado é a única da coleção que tem relação direta com o uso de máscara, mas ela não retrata uma infecção. São apenas marcas deixadas após longas horas de uso. A imagem mostra a enfermeira italiana Valeria Zedde, que publicou a foto em seu perfil no Instagram, relatando a importância do equipamento de proteção e a vontade de lutar contra o vírus. Ou seja, ainda assim, não se trata de uma máscara usada pela população em geral. Estamos cansados, oprimidos, com uma mistura de emoções e um medo que não podemos esconder. Quando chegamos ao trabalho, nos protegemos e sabemos que por 6 horas não podemos comer, beber e fazer xixi. Usamos equipamentos de proteção que doem e nos fazem suar. Mas não é isso que nos assusta. A paixão pelo nosso trabalho nos dá a energia certa, as pessoas que nos amam nos dão a força necessária. Estamos enfrentando uma emergência de saúde que é uma verdadeira bagunça. Cada um de nós pode contribuir de alguma forma. Nós, enfermeiras, não podemos ficar em casa. Quem pode fazer isso, faça sem demora. Obrigado. ” Também não há indicação de infecção pelo Stafilococcus na garota vestida de preto muito menos relação com máscaras de proteção. A dermatologista Ligia Kogos observa que as lesões no rosto da moça não coincidem com as partes do rosto cobertas por uma máscara. Ela afirma que as lesões podem ser, na verdade, uma dermatite perioral ou uma queimadura provocada pela exposição ao sol. “Não tem lesão no nariz e nas reentrâncias do nariz, não atinge nada nas laterais. Pode ser uma dermatite perioral ou uma fotossensibilização.” Para a médica, a mensagem como um todo é fake. O uso prolongado de máscaras, porém, pode de fato danificar a pele do rosto e médicos recomendam alguns cuidados antes e após sua utilização para diminuir o risco de lesões. O Ministério da Saúde informa que existem orientações gerais e recomendações de proteção aos trabalhadores dos serviços de saúde no atendimento da Covid-19 e outras síndromes gripais. A orientação do Ministério da Saúde é a utilização de máscaras descartáveis (cirúrgica ou N95, dependendo do caso). Quanto ao prazo de troca e a reutilização de máscaras, a publicação orienta que devem ser seguidas as instruções do fabricante. Saiba mais no link (págs. 20 a 22). Para a população em geral, no entanto, as máscaras de tecido ou pano, aliadas a todas as outras recomendações das autoridades, são suficientes para proteger contra o vírus. Fonte: G1