Dissertação estuda os efeitos da β-lapachona sobre o Carcinoma Escamocelular Oral

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AUTORA: Rosane Borges Dias
ORIENTADORA: Clarissa Araújo Gurgel Rocha
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Estudo do potencial antitumoral da β-Lapachona e seus derivados 3-Iodo em células de Carcinoma Escamolecular”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana – UFBA/FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 19/02/2018

RESUMO

Introdução: A pesquisa oncológica tem sido amplamente incentivada na busca do conhecimento sobre a patogênese, alvos terapêuticos e pesquisa de novos grupos farmacológicos que possam atuar no controle do câncer. Dentro desta perspectiva, os produtos naturais representam uma fonte tradicional e importante na pesquisa de novos fármacos com atividade antitumoral. 

Objetivo: Estudar os efeitos da β-lapachona e seus derivados 3-iodo (3-I-α-lapachona e 3-I-β-lapachona) sobre a proliferação, morte celular e expressão de genes alvos relacionados ao câncer em células de carcinoma escamocelular oral (CEO).

Material e Métodos: Inicialmente, a citotoxicidade foi avaliada contra diferentes tipos histológicos de células tumorais e não tumorais através do ensaio do alamar blue. Ensaios em microscópio óptico e citometria de fluxo foram realizados para estudar o efeito sobre o ciclo celular e o padrão de morte celular, utilizando a linhagem de CEO HSC3, como modelo celular. O efeito sobre a expressão de diversos genes de alvos relacionados ao câncer foi também realizado em células HSC3 através de qPCR. Em sequência, estudo da eficácia antitumoral in vivo foi avaliado em modelo xenográfico utilizando a linhagem HSC3.

Resultados: A β-lapachona e seus derivados 3-iodo apresentaram atividade citotóxica potentes contra diferentes tipos de células tumorais humanas, sendo os derivados 3-iodo mais potente que a β-lapachona para várias células testadas. Os compostos foram capazes de induzir parada do ciclo celular na fase G2/M, o qual é seguido de fragmentação do DNA internucleosomal, em células HSC3. O tratamento com β-lapachona e seus derivados 3-iodo promoveu um aumento significativo na externalização de fosfatidilserina, ativação de caspases 8 e 9, despolarização mitocondrial, produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e morfologia típica de morte celular apoptótica em células HSC3. A apoptose induzida pelos compostos-teste foi prevenida com o pré-tratamento com um inibidor não seletivo de caspases (Z-VAD-FMK) e um antioxidante (N-acetil-L-Cistena). Ainda, uma superexpressão de genes relacionados a apoptose foi observada após o tratamento com os compostos-teste. No estudo in vivo, a β-lapachona e seus derivados 3-iodo reduziram significativamente o tamanho tumoral. Os animais tratados com os compostos-teste não apresentaram alterações significantes nos parâmetros bioquímicos, hematológicos e histológicos estudados.

Conclusões: A β-lapachona e seus derivados 3-iodo apresentam atividade citotóxica promissora, sendo os derivados 3-iodo mais potente que a β-lapachona para várias células testadas, induzem bloqueio do ciclo celular na fase G2/M e morte celular por apoptose mediada por caspases e ERO em células de CEO. Além disso, a β-lapachona e seus derivados 3-iodo também foram capazes de reduzir o crescimento tumoral in vivo, indicando que estes compostos-teste representam novos candidatos a fármacos antitumorais.

Palavras-chave: câncer oral, quimioterapia, produtos naturais.

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