Dissertação busca identificar agentes virais associados a encefalites

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Autoria: Maria Paula de Souza Sampaio
Orientação: Tiago Gräf
Co-orientadora: Isadora Cristina de Siqueira
Título da dissertação: “IDENTIFICAÇÃO DE AGENTES ETIOLÓGICOS VIRAIS DE CASOS DE ENCEFALITES E OUTRAS SÍNDROMES NEUROLÓGICAS AGUDAS”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 29/08/2022
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 828 6232 9488
Senha de acesso: 071184

Resumo

INTRODUÇÃO: A encefalite é uma síndrome neurológica grave. O termo se refere a um processo inflamatório no parênquima cerebral que pode estar relacionado à autoimunidade ou outras etiologias, mas geralmente é devido a uma infecção, especialmente por agentes virais. Dentre os vírus causadores de encefalites, a família Herpesviridae é a causa mais comum, seguido pelos enterovírus. Os vírus transmitidos por artrópodes (arbovírus) são o terceiro e mais diverso grupo de patógenos com uma importante associação epidemiológica com as encefalites. No Brasil, pouco se conhece a respeito dos agentes causadores de encefalites e outras síndromes neurológicas agudas. Isso se deve, em parte, à grande dificuldade de se identificar os agentes etiológicos desta doença, devido à dificuldade de acesso ao sistema nervoso central e à baixa viremia nesse compartimento corporal. OBJETIVO: Neste trabalho pretende-se identificar os agentes virais associados a casos de encefalites através de diversos métodos laboratoriais. MATERIAIS E MÉTODOS: Amostras de soro e líquor de pacientes com suspeitas de encefalites virais foram recebidas e processadas. Técnicas de diagnóstico molecular (PCR convencional e Real-Time PCR) e sorológico foram realizadas para a detecção dos vírus mais comumente associados à doença, para a detecção dos vírus chikungunya (CHIKV), dengue e Zika e para a detecção de forma genérica de flavivírus e alfavírus. RESULTADOS: Até o presente momento foram incluídos 43 pacientes
internados nos hospitais participantes. Dentre as comorbidades apresentadas pelos pacientes, hipertensão arterial sistêmica foi a mais frequente. Antes dos sintomas neurológicos, 32,5% dos indivíduos referiram a presença de sintomas de infecção viral. Os sintomas virais mais frequentes que antecederam os sintomas neurológicos foram febre (71,4%) e artralgia (50%). Os principais sintomas neurológicos na admissão hospitalar foram confusão mental (32,5%) e sonolência (30,2%). Todos os exames do líquor foram considerados alterados e com aumento de celularidade. Nove pacientes (20,9%) testaram positivo na sorologia anti vírus chikungunya (CHIKV) IgM. Através do qPCR Multiplex foi detectado CHIKV em duas amostras de soro e em uma amostra de líquor e todas as amostras tiveram resultado negativo para os vírus Zika e dengue. Na sorologia IgM anti-DENV houve um resultado positivo (3%) e na pesquisa do antígeno NS1 DENV obtivemos dois resultados positivos (6%). O qPCR Neuro 9 detectou três resultados positivos para o vírus Epstein-Barr (7,5%), dois para o adenovírus humano (5%), um para enterovírus (2,5%) e um para o vírus varicela-zoster (2,5%). CONCLUSÕES: Estes resultados sugerem um importante papel do CHIKV como eventual causador de encefalites e contribuem com novas informações sobre a epidemiologia de encefalites no Brasil.

Palavras-Chave: encefalites virais, herpesvírus, enterovírus, arbovírus, diagnóstico molecular

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