Dissertação avalia resposta de células mesenquimais à infecção por micobactérias

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Estudante: Camila Santos da Silva
Orientação: Theolis Costa Barbosa Bessa
Coorientação: Scarlet Torres Moraes Mota
Título da dissertação: “Resposta de células mesenquimais à infecção por micobactérias”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 06/12/2023
Horário: 14h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 873 1322 3195
Senha: camila

Resumo

INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, de fácil disseminação e de difícil controle. A bactéria é transmitida por meio de aerossóis provenientes de pessoas contaminadas, gerados pela tosse, espirro ou fala, que se mantêm em suspensão no ar, podendo ser inalados por um novo hospedeiro e atingir suas vias aéreas. Os bacilos que eventualmente tenham sobrevivido em estruturas granulomatosas podem migrar dos macrófagos para células mesenquimais (MSCs), tornando-as reservatórios do bacilo, onde este permanece em estado de latência. As MSCs possuem capacidade imunomoduladora conhecida e podem fornecer um nicho privilegiado para as micobactérias, tornando-as tolerantes a medicamentos anti-TB. OBJETIVO: Descrever a infecção experimental de células mesenquimais (MSCs) com micobactérias in vitro, comparando-a com a resposta de macrófagos humanos (derivados de células de linhagem THP-1). MATERIAIS E MÉTODOS: Células MSCs e THP-1 foram plaqueadas em cultivos únicos, em condição de co-cultivo direto e em co-cultivo com separação por membrana. Foram realizadas as infecções com diferentes cepas de MTB, com taxa de infecção MOI de 10:1. Posteriormente as células foram lisadas e plaqueadas para obtenção de CFUs. Também foram realizadas dosagem de citocinas através do kit CBA. RESULTADOS: Após dificuldades na padronização da obtenção de CFUs, foi observado que em células THP-1, estão sendo internalizadas cerca de 3% das bactérias BCG e 5% das bactérias do isolado 76937. Em cultivos únicos a citocina IL-1β, foi mais expressa em células THP-1. No co-cultivo direto, a produção de IL-1β passou a ser maior nas células infectadas por cepas virulentas após 48h. Em co-cultivos com separação de membrana, as células THP-1 do inserto e infectadas secretam mais IL-1β. A citocina IL-6 foi mais expressa por MSCs no cultivo único após 48h. Os co-cultivos diretos apresentaram maior expressão dessa citocina. Poucos valores puderam ser interpolados e obtidos para a citocina IL-8, a expressão dessa citocina foi maior do que os valores da média da fluorescência obtidas para a curva padrão. Em cultivos únicos, a produção de IL-10 foi maior em células THP-1 infectadas com cepas virulentas. Em co-cultivo direto, a secreção de IL-10 foi aumentando ao longo do tempo. Em co-cultivos com separação, IL-10 foi mais expressa em células THP-1. IL-10 foi mais expressa no co-cultivo com separação por membrana do que no co-cultivo direto. Ao longo do tempo, as células THP-1 apresentaram maior secreção de IL-12 do que as MSCs. Em cultivo único, THP-1 expressou mais TNF em todas as condições de infecção. Células em co-cultivo direto secretaram mais TNF. No co-cultivo com separação, células THP-1 presentes no inserto e infectadas produziram mais TNF do que células MSCs. CONCLUSÃO: Pode-se concluir através deste trabalho que as células MSCs ao serem comparadas às células THP-1, possuem uma menor secreção de IL-1β, IL-10, IL-12 e TNF. De modo contrário, a citocina que as células MSCs apresentaram uma maior secreção foi IL-6. Células MSCs parecem desempenhar um papel interessante na manutenção da doença, principalmente em sua forma latente.

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