Dissertação avalia potencial imunoestimulatório de vesículas extracelulares de macrófagos infectados por Mycobacterium bovis

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AUTOR: Elissandro Miranda Martins
ORIENTADORA: Theolis Costa Barbosa Bessa
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “POTENCIAL IMUNOESTIMULATÓRIO DE VESÍCULAS EXTRACELULARES LIBERADAS DE MACRÓFAGOS INFECTADOS PELO Mycobacterium bovis BCG”.
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 24/09/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: Vesículas extracelulares (VEs) são estruturas envolvidas por membrana lipídica que podem conter componentes citoplasmáticos como proteínas, enzimas e ácidos nucléicos. Elas são encontradas em fluidos biológicos como plasma, soro, saliva e leite materno, e são liberadas por vários tipos celulares. Sua liberação e conteúdo variam conforme o estado da célula. Por exemplo, macrófagos infectados por Mycobacterium spp. induzem a sua maior produção e mudanças na composição. As VEs são consideradas como uma das principais vias de comunicação intercelular, em conjunto com fatores de crescimento, citocinas, nucleotídeos, lipídios, NO2 e moléculas de adesão, e são capazes de modular respostas imunes. Estudos preliminares sugerem que as VEs derivadas de macrófagos infectados exibem atividade pró-inflamatória e podem modular a migração de outras células para o foco da inflamação.

OBJETIVO: Avaliar a capacidade imunoestimulatória e antimicobacteriana de VEs derivadas de macrófagos infectados pelo Mycobacterium bovis BCG e do plasma de indivíduos saudáveis.

MÉTODOS: VEs foram isoladas a partir do sobrenadante de cultura de macrófagos humanos obtidos a partir de bolsas de sangue e infectados por M. bovis BCG (cepa vacinal Moreau-RJ), bem como do isolamento direto a partir do plasma de doadores saudáveis (VE-Plasma). As VEs foram caracterizadas morfologicamente, por microscopia eletrônica de transmissão (MET), quanto a tamanho e concentração por análise de rastreamento de nanopartículas (NTA) e bioquimicamente, quanto à presença de moléculas de superfície e citocinas internas. A atividade antimicobacteriana e o potencial imunoestimulatório das VEs foi avaliado em culturas de macrófagos humanos infectados ou não pelo BCG, através da quantificação da carga bacilar intracelular por unidades formadoras de colônias (CFU) e dosagem das citocinas IL-1β, IL-6, IL-8, IL-10 e TNF, respectivamente.

RESULTADOS: A caracterização morfológica por MET, e quanto a tamanho e concentração por NTA, sugerem que as VEs obtidas têm tamanho e formato compatíveis com a literatura, sendo maior a concentração de VE-Plasma. A origem e a capacidade de transportar antígenos foi confirmada pela presença de moléculas de superfície de macrófagos e a presença de receptores do complexo principal de histocompatibilidade do tipo II (MHC-II). VE-BCG mostraram carregar níveis aumentados de IL-6 e IL8 quando comparadas com VE-Meio e VE-Plasma. A atividade antimicobacteriana das VE-BCG e VE-Plasma foi confirmada, através da redução da carga bacilar intracelular. No entanto, não observamos mudança no perfil de liberação de citocinas no sobrenadante de culturas de macrófagos tratados com VEs.

CONCLUSÃO: Concluímos que macrófagos liberam VEs com características da célula originária e capacidade de apresentação de antígenos, e que quando infectados pelo BCG, liberam VEs que carregam citocinas pró-inflamatórias que de alguma forma favorece o macrófago frente a infecção pelo BCG quando usadas como tratamento para células infectadas.

Palavras-chave: Bacilo de Calmette-Guérin; imunomodulação; Tuberculose humana; Vesículas extracelulares.

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