Dissertação avalia potencial antineoplásico de óleos de Virola surinamensis (mucuíba)

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Autoria: Talita Andrade da Anunciação
Orientação: Daniel Pereira Bezerra 
Título da dissertação: “Potencial antineoplásico de óleos essenciais de Virola surinamensis (Rol.) Warb. (Myristicaceae)”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 19/01/2021
Horário: 14h
Local: Sala Virtual do Zoom | ID da reunião 981 1919 4293

RESUMO

INTRODUÇÃO: Virola surinamensis (Rol. Ex Rottb.) Warb. (Myristicaceae), popularmente conhecida no Brasil como “mucuíba”, “ucuúba”, “ucuúba-branca” ou “ucuúba do igapó”, é uma planta medicinal usada para tratar uma variedade de doenças, incluindo infecções, processos inflamatórios e câncer.

OBJETIVO: No presente trabalho, investigamos os constituintes químicos e a inibição in vitro e in vivode células de carcinoma do cólon humano, HCT116, por óleos essenciais obtidos de casca (OEC) e das folhas (OEF) de V. surinamensis.

MATERIAIS E MÉTODOS: Os OEC e OEF foram obtidos por hidrodestilação e analisados por cromatografia gasosa com detecção de ionização de chama e cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria de massa. A atividade citotóxica in vitro foi determinada em células cancerígenas HCT116, HepG2, HL-60, B16 – F10 e MCF-7 e em linhagem celular não cancerígena MRC-5 pelo ensaio do Alamar Blue após 72 h de tratamento. Os efeitos do OE na externalização da fosfatidilserina (Ensaio de Anexina V/Iodeto de propídio), no potencial transmembranar mitocondrial e na distribuição do ciclo celular foram avaliados por citometria de fluxo em células HCT116, após 24 e 48 h de tratamento. As células também foram coradas com May-Grunwald-Giemsa para análise da morfologia celular após tratamento com os OE. A atividade antitumoral in vivo foi avaliada em camundongos C.B-17 SCID com células HCT116 em modelo de xenotransplante.

RESULTADOS: Os principais constituintes do OEC foram aristoleno (28,0 ± 3,1%), α-gurjuneno (15,1 ± 2,4%), valenceno (14,1 ± 1,9%), germacreno D (7,5 ± 0,9%), δ-guaieno (6,8 ± 1,0%) e elemento β (5,4 ± 0,6%). Por outro lado, o OEF exibiu α-farneseno (14,5 ± 1,5%), β-elemeno (9,6 ± 2,3%), biciclogermacreno (8,1 ± 2,0%), germacreno D (7,4 ± 0,7%) e α-cubebeno (5,6 ± 1,1%) como constituintes principais. OEC mostrou valores de CI50 para células cancerígenas variando de 9,41 a 29,52 μg/mL para HCT116 e B16- 10, enquanto a OEF mostrou valores de CI50 para células cancerígenas que variam de 7,07 a 26,70 μg/mL para HepG2 e HCT116, respectivamente. O valor de CI50 para células não cancerígenas MRC-5 foi de 34,7 e 38,93 μg/mL para OEC e OEF, respectivamente. Ambos os óleos induziram morte celular do tipo apoptótico em células HCT116, como observado pelas características morfológicas de apoptose, externalização da fosfatidilserina, despolarização mitocondrial e fragmentação do DNA internucleossômico. Na dose de 40 mg/kg, as taxas de inibição da massa tumoral foram de 57,9 e 44,8% nos animais tratados com OEC e OEF, respectivamente.

CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo indicam os óleos essenciais da V. surinamensis como possível medicamento fitoterápico no tratamento do câncer de cólon.

Palavras-Chave: Virola surinamensis, Myristicaceae, morte celular, HCT116.

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