Impacto da Vacina Meningocócica C Conjugada é analisado em dissertação

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AUTORIA: Nabila Monalisa Mendes Dantas Sales
ORIENTAÇÃO: Joice Neves Reis Pedreira
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Perfil Epidemiológico da doença meningocócica na região metropolitana de Salvador no período pós-vacinal”.
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 19/10/2018

RESUMO

Introdução: O termo doença meningocócica (DM) designa as diferentes apresentações clínicas de infecções causadas por Neisseria meningitidis, sendo a meningite a principal delas. A DM está associada a elevada morbimortalidade e é considerada um grave problema de Saúde Pública em todo o mundo. A Vacina Meningocócica C Conjugada (MenC) foi incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2010 para imunoprevenção da DM pelo meningococo do sorogrupo C (DMC). Estudos de vigilância epidemiológica vêm sendo desenvolvidos para avaliação das estratégias vacinais adotadas.

Objetivos: Avaliar o impacto da MenC na epidemiologia da DM na Região Metropolitana de Salvador (RMS), seis anos após sua introdução no calendário de vacinação do PNI.

Metodologia: Estudo observacional, retrospectivo, realizado a partir de uma vigilância de base hospitalar. Os critérios de inclusão foram: casos de DM confirmados através de técnicas microbiológicas clássicas (cultura, bacterioscopia, aglutinação em látex) ou da técnica de PCR em Tempo Real (PCR-TR); atendidos no hospital de referência para doenças infectocontagiosas no estado da Bahia (HCM) ou notificados pela Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, entre janeiro de 2010 e dezembro de 2016. Foram calculadas taxas de incidência e letalidade, traçado o perfil clínico-epidemiológico dos casos e analisada a ocorrência dos tipos capsulares.

Resultados: A taxa de incidência de DMC na população geral caiu de 3,33 no período de transição (2010) para uma média anual de 0,88 casos/100.000hab. no período pós-vacinal (2011-2016), representando uma redução de 73,6%. Houve redução da DMC em todas as faixas etárias, inclusive entre os não vacinados. O índice de letalidade geral foi de 14,7%. Os testes diagnósticos clássicos (principalmente a cultura) tiveram seu desempenho comprometido pelo frequente início da antibioticoterapia antes da coleta de LCR no HCM. O emprego da PCR-TR a partir do LCR conseguiu identificar 180/634 (28,4%) casos adicionais. O tipo capsular mais prevalente foi o C (61,8%), seguido pelo B (6,9%), W (2,9%), Y (1,3%) e A (1,1%); 26,0% foram de tipo capsular não determinado/não testado.

Conclusões: A adoção da MenC teve impacto positivo no controle da DM na RMS. A redução da incidência de DMC além da faixa etária vacinal pode ser reflexo da imunização de adolescentes e adultos jovens realizada em Salvador em 2010. A PCR-TR conseguiu melhorar os índices diagnósticos da DM; a disseminação desta técnica deve reduzir o percentual de casos de etiologia não confirmada e otimizar a caracterização microbiológica do meningococo. O perfil microbiológico da doença é dinâmico e interfere diretamente na epidemiologia desse agravo; por esse motivo, estudos de vigilância são indispensáveis para subsidiar e avaliar continuamente as estratégias vacinais implementadas.

Palavras-chave: Epidemiologia. Doença Meningocócica. Vacina Meningocócica C Conjugada. PCR em Tempo Real.

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