Dissertação correlaciona características de pacientes com LLA-T e resposta terapêutica

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Estudante: Ana Maria Marinho da Silva
Orientação: Eugênia Terra Granado
Título da dissertação: “AVALIAÇÃO DE FATORES PROGNÓSTICOS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS T EM CENTROS DE REFERÊNCIA NO ESTADO DA BAHIA”.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 28/03/2023
Horário: 09h00
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 884 9507 9363
Senha de acesso: anamaria

Resumo

A Leucemia Linfoide Aguda de Células T (LLA-T) corresponde a 15% das leucemias linfoides agudas da infância. Em países de alta renda, são observadas atualmente taxas de sobrevida global (SG) de 90% e de sobrevida livre de eventos (SLE) de 85%. Tais resultados foram obtidos às custas de intensificação de terapia, alcançando taxas próximas as da Leucemia Linfoblástica Aguda de Células B. No entanto, em países de média e baixa, são observadas taxas menores, com SG variando em torno de 45 a 70%. Ficando clara a necessidade de melhorias no tratamento das LLA-T nestes países. Na última década muito conhecimento sobre alterações oncogenéticas das LLA-T vem sendo adquirido, mas não há consenso sobre o uso dessas alterações como biomarcadores prognósticos. A imunofenotipagem por Citometria de Fluxo Multiparamétrica (CFM) ao diagnóstico também não tem conseguido êxito em produzir biomarcadores prognósticos na LLA-T, porém a análise de Doença Residual Mínima por CFM vem se consolidando como melhor fator prognóstico da atualidade. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo principal avaliar a correlação da resposta terapêutica de pacientes pediátricos com LLA-T tratados em centros pediátricos da Bahia com características clínicodemográficas, laboratoriais e imunofenotípicas. Materiais e Métodos: Foram estudados 86 pacientes com o diagnóstico de LLA-T, com idade entre 2 e 19 anos, nos 4 Centros de Referência especializados em tratamento de câncer infantil na Bahia, de 2011 a 2020. Os dados foram obtidos através de busca em prontuários físicos ou eletrônicos dos centros de referência. Resultados: No período selecionado não teve pacientes menores de dois anos, tendo sido encontrados 37 (51,4%) pacientes entre 2 e 9 anos, 27 (37,5%) pacientes entre 10 e 15 anos e 8 (11%) maiores de 15 anos. Os pacientes foram tratados de acordo com Protocolos Berlin.- Frankfurt – Muenster (BFM 2002 e BFM 2009), Protocolo do Grupo Brasileiro de Tratamento de Leucemias na Infância (GBTLI) 99 e Protocolo Recife para Leuecemia Linfoblástica Aguda 2005 (RELLA 2005). Dezoito por cento dos pacientes foram classificados no risco intermediário e 82% no alto risco. A taxa de SG dos pacientes foi de 48% e a taxa de sobrevida livre de progressão (SLP) de 43,6%. Em, 26,7% dos óbitos, eles estavam em remissão e desses, em 91,7% a causa morte foi infecciosa. A única correlação clínica significativamente associada a uma melhora na SLP foi a ausência de adenomegalias ao diagnóstico. Nas correlações de desfechos com os marcadores imunofenotípicos, a positividade de CD11b e HLA-DR foi significativamente associada a uma menor taxa de SG, entretanto a presença do CD8 foi significativamente associada a uma melhor SG. Conclusões: As taxas de SG e SLP estão de acordo com as publicações de países de média e baixa renda e abaixo dos resultados dos países de alta renda. A marcação positiva de HLA-DR e CD11b como marcadores de mau prognóstico, assim como a marcação positiva para o CD8 como fator protetivo, merecem ser melhor investigados, em trabalhos prospectivos e multicêntricos, pois trata-se de um exame acessível em nosso meio e com possíveis benefícios para a classificação de risco das LLA-T.

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