Dissertação avalia anticorpos como biomarcadores de susceptibilidade para leishmaniose

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AUTORIA: Maiara Reis Arruda
ORIENTAÇÃO: Deborah Bittencourt Mothé Fraga
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Anticorpos anti-LJM11/LJM17 como biomarcadores de susceptibilidade para leishmaniose visceral em cães acompanhados em uma área endêmica”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 14/08/2019
HORÁRIO: 14h

RESUMO

INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral é transmitida pela picada do Lutzomyia longipalpis. A saliva do vetor é inoculada no momento da picada, tendo papel importante na transmissão da Leishmania devido a presença de proteínas com propriedades farmacológicas que favorecem a infecção. Ainda não existem dados correlacionando o desenvolvimento de anticorpos contra as proteínas recombinantes LJM11 e LJM17 (rLJM11+17) da saliva do vetor com perfil de resistência ou susceptibilidade na Leishmaniose Visceral canina (LVC).

OBJETIVO: Avaliar as concentrações de anticorpos anti-LJM11+17 como biomarcadores de susceptibilidade ou resistência para LVC em cães de uma área endêmica acompanhados por 2 anos.

METODOLOGIA: Os animais foram reavaliados a cada 3 ou 6 meses, quanto ao diagnóstico e evolução clínica da LVC e exposição e reexposição ao vetor, com ELISA utilizando rLJM11+17. Animais cujos níveis de anticorpos anti-saliva no período subsequente foram iguais ou maiores que o dobro dos níveis do período anterior foram classificados como reexpostos. Os animais foram classificados como negativos, resistentes e susceptíveis a LVC analisando o escore clínico e o diagnóstico para LVC durante todo acompanhamento. Além disso, foi feita caracterização do perfil imunológico dos animais nos momentos antes, durante e após a infecção utilizando as técnicas de ELISA e Luminex.

RESULTADOS: Um total de 285 animais foram incluídos no estudo, sendo que 111 destes finalizaram todos os inquéritos de acompanhamento. Dentre os 111, 46 animais apresentavam resultado negativo para exposição a saliva e 19 também apresentavam-se negativos para LVC no início do estudo. Foram necessários apenas 6 meses para que a maioria (70%), dos 46 animais que começaram o estudo como não expostos se tornassem expostos ao vetor. O aumento da incidência de exposição ao longo do acompanhamento foi seguido pelo aumento da incidência de casos de LVC. Dentre os 285 cães avaliados, a maioria dos animais (55%) foi reexposta ao vetor em algum momento. Animais susceptíveis apresentaram maiores níveis de anticorpos anti-saliva quanto comparados aos animais resistentes e os animais reexpostos tiveram 2 vezes mais risco de serem susceptíveis à LVC. Houve diferença na expressão de alguns mediadores entre animais resistentes e susceptíveis. CXCL1 estava menos expresso no momento da infecção nos resistentes e mais expresso 6 meses após a infecção nos susceptíveis. No momento da infecção, os níveis de IL-10 foram maiores nos susceptíveis. Nos resistentes, LTB4 e PGE2 mostraram-se com níveis elevados no momento da infecção, quando comparados com o período antes da infecção.

CONCLUSÃO: A presença de anticorpos anti-rLJM11+17 além de ser um biomarcador de exposição ao vetor, também demonstrou estar associado à susceptibilidade à LVC. Adicionalmente, a quantificação de mediadores LBT4, PGE2 e IL-10 também podem ser úteis para predição de perfil de susceptibilidade e resistência.

Palavras-chave: Coorte, Flebotomíneo, Leishmania, Saliva

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