Dissertação analisa prevalência de hepatites candidatos à doação de sangue

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Discente: Daniela Santana Mendes
Orientador: Dr. Luciano Kalabric Silva
Título da Dissertação: PREVALÊNCIA DOS VÍRUS DA HEPATITE A (HAV) E VÍRUS DA HEPATITE E (HEV) EM CANDIDATOS A DOAÇÃO DE SANGUE EM SALVADOR-BA“.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 07/03/2023
Horário: 14h00
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 818 3580 1246
Senha de acesso: 242803

Resumo

Introdução: A hepatite A e E são doenças indistinguíveis clinicamente, e a falta de testes para diagnostico do HEV em nível de laboratório de saúde pública torna esta doença praticamente desconhecida. Objetivo: Determinar a soroprevalência de antiHAV IgG e anti-HEV IgM/IgG entre candidatos a doação de sangue na cidade de Salvador-BA. Materiais e Métodos: O desenho do estudo é de corte transversal. Os candidatos à doação de sangue foram recrutados na Fundação HEMOBA, de ambos os sexos, com idade entre 16 e 69 anos. Foram incluídos no estudo todos os candidatos, aptos e inaptos para a doação de sangue pela triagem. Os dados foram obtidos através de entrevistas e uma amostra de sangue foi coletada para a pesquisa dos anticorpos anti-HAV IgG (ARCHITECT/ABBOT) e anti-HEV IgG e IgM ELISA (Wantai) e dosagem das transaminases séricas AST e ALT (Wiener Lab). Os dados foram analisados utilizando o software EpiInfo (CDC, v. 7.2.3.1). Resultados: Participaram do estudo cerca de 466 candidatos à doação de sangue, de ambos os sexos, com idade variando entre 16 e 69 anos na HEMOBA, sendo 387 aptos e 79 inaptos à doação de sangue (taxa de inaptidão de 17%). A maioria dos participantes foi do sexo masculino (52%), com cor da pele pretos ou parda (84%) e o nível de escolaridade médio completo ou superior (90%). Poucos candidatos revelam que receberam doação de sangue (1%). Entretanto, os participantes possuem outros riscos percutâneos: uso de seringas não descartáveis (5%), piercing (18%) e tatuagem (37%). A grande maioria revelou ser etilista (65%), ter vida sexual ativa (95%), com o hábito de realizar tanto sexo oral (87%) quanto anal (45%), e o uso de preservativo foi irregular ou nunca (74%). A grande maioria dos participantes que realizaram exames bioquímicos para dosagem das transaminases hepáticas AST (95%) e ALT (97%) apresentara-se dentro dos valores de referência. A soroprevalência do anti-HAV IgG foi estimada entre os participantes não vacinados contra HAV em 53% (185/351; IC%: 47% – 58%); a soroprevalência do anti-HEV IgG em 7% (33/464; IC 95%: 5 – 10%) e nenhuma amostra foi detectada com anti-HEV IgM. Na análise univariada, residir no interior, não possuir rede de esgoto, já ter vivenciado enchente e, sobretudo, trabalhar com criação de animais representaram risco para exposição ao HAV. Na análise multivariada, apenas idade (dado não apresentado) e criação de animais mantiveramse associados. Comer peixe fresco frequentemente também apresentou risco de exposição ao HAV (p = 0,04). Em relação à exposição ao HEV, renda familiar mensal menor que 3 salários-mínimos, viver no interior e comer carne de caça apresentaram RP maior que 2,00, mas sem significância. Na análise multivariada, apenas idade (dado não apresentado) e baixa renda mantiveram-se associados. Conclusão: A carga da hepatite A foi maior que da hepatite E mesmo havendo vacina contra HAV disponível. Um estudo mais robustos poderia identificar os riscos de infecção.
Palavras-chave: hepatite E, soroprevalência, doadores de sangue.

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