Determinantes da susceptibilidade à infecção e da resposta terapêutica para tuberculose é tema de tese

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Autoria: Maria Belen Arriaga Gutierrez
Orientação: Bruno de Bezerril Andrade
Título da tese: “Determinantes clínicos e epidemiológicos da susceptibilidade à infecção pelo mycobacterium tuberculosis e da resposta terapêutica em pacientes com tuberculose”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 11/02/2022
Horário: 13h00
Local: Sala virtual do Zoom

 

RESUMO

A tuberculose (TB), causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, ainda é um problema de saúde pública mundial. A transmissão da TB acontece pelo ar, quando a pessoa infectada expele os bacilos de Koch através da expulsão de gotículas de Flügge, pelo meio da fala, tosse ou espirro, ficando suspenso no ar e podendo ser inalado por outras pessoas. Assim, a pessoa exposta pode-se tonar doente ou com a infecção latente (ILTB). Através do tempo, diversas pesquisas e iniciativas no mundo tem sido feitas para controlar a TB, entre eles a Estratégia para o Fim da TB da Organização Mundial da Saúde, cujo objetivo é eliminar a TB até o ano 2035. Apesar da implementação da estratégia, o cenário para o continente americano não tem melhorado muito em razão do incremento da incidência dos casos de TB, sendo o Brasil e o Peru os países com maior carga da doença. A fim de melhorar o panorama atual, são necessários conhecimentos atuais e adicionais da TB para a implementação de novas abordagens nos sistemas de saúde. Este trabalho de tese agrupa onze manuscritos que identificam potenciais determinantes clínicos e epidemiológicos da susceptibilidade à infecção pelo M. tuberculosis e da resposta terapêutica em pacientes TB. O primeiro estudo utiliza ferramentas estatísticas inovadoras para caracterizar a amostra coorte do RePORT-Brasil e a compara com a população nacional brasileira de TB, além disso identifica fatores associados aos desfechos desfavoráveis no tratamento anti-TB como o uso de drogas ilícitas, coinfecção por HIV e diabetes (DM) apenas na coorte do RePORT-Brasil. O rastreio de contactantes de casos TB e tratamento profilático daqueles com ILTB são importantes para o controle da transmissão da doença, em um dos nossos trabalhos identificamos que não completar a cascata de acompanhamento de ILTB estava associado independentemente com o aumento da idade, baixo status socioeconômico e a coinfecção por HIV. Além disso, seguindo com os resultados no primeiro estudo, demostramos mais uma vez que a DM está associada a um risco aumentado de desfechos desfavoráveis de tratamento, assim como da mortalidade em pacientes com TB pulmonar e comparamos esses resultados com os do SINAN-TB. Na coorte peruana achamos que a disglicemia persistente está associada também com desfechos desfavoráveis no tratamento. Adicionalmente, identificamos que a presença do HIV não afetou substancialmente a apresentação clínica em pessoas com TBDM. Adicionalmente, os contatos de pacientes com TB e pré-DM apresentaram maior risco de QuantiFERON positivo, no início do estudo e os contatos de pacientes que tinham TB-DM apresentaram um risco aumentado de ter uma conversão (QuantiFERON negativo no início para positivo no mês 6). Na triagem de DM nos casos de TB, identificamos diferenças quanto aos valores de HbA1c e FPG para diagnóstico da DM nas coortes do Peru (onde achamos alta prevalência de DM e de pré-DM em casos TB) e do Brasil. Finalmente, na coorte do Peru, a disglicemia (DM e pré-DM) afetou a apresentação lesões pulmonares nos casos de TB e padrões alimentares foram identificados no perfil de ingestão alimentar dos participantes desse estudo. Assim, os manuscritos que compõem a tese, adicionam informação relevante na identificação dos determinantes clínicos e epidemiológicos na infecção, transmissão e tratamento da TB, o que visa ser um suporte para a estratégias implementadas no sistema de saúde.

Palavras-chave: tuberculose, infecção latente, transmissão, tratamento, resultados, determinantes

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