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Discente: Rodrigo Antonio Vieira Guedes
Orientador: Dr. Luiz Antônio Rodrigues de Freitas
Coorientador: Dr. Raymundo Paraná Ferreira Filho
Título da Dissertação: “RECORRÊNCIA DO CARCINOMA HEPATOCELULAR APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO: CORRELAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS ANATOMOPATOLÓGICAS DA NEOPLASIA E A RECIDIVA DA DOENÇA“.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data: 19/11/2025
Horário: 14H30
Local: Presencial – Sala de Reunião I da Biblioteca
Online: Sala Zoom Educacional 04
Titulares:
Dr. Leonardo Gomes da Fonseca – USP
Dra. Cinthya Sternberg – DASA
Dr. Luiz Antônio Rodrigues de Freitas – IGM/FIOCRUZ (Orientador e Presidente da Banca)
Suplente:
Dra. Clarissa Araújo Gurgel – IGM/FIOCRUZ
RESUMO
Introdução: O carcinoma hepatocelular (CHC) é a neoplasia maligna primária mais frequente
no fígado e sua recorrência após transplante hepático permanece um dos principais fatores
limitantes da sobrevida a longo prazo. Diversos fatores clínicos, laboratoriais e
anatomopatológicos já foram associados ao risco de recidiva, mas há escassez de dados em
séries brasileiras, sobretudo quanto à influência dos subtipos histológicos. Objetivo: Descrever
as características demográficas, etiologia da doença hepática de base e o perfil
anatomopatológico dos explantes hepáticos de pacientes submetidos a transplante por CHC em
um centro de referência de Salvador, Bahia, e avaliar sua associação com a recidiva da
neoplasia. Método: Estudo retrospectivo, observacional e descritivo, incluindo 105 pacientes
submetidos a transplante hepático entre junho/2014 e junho/2024, selecionados a partir da
revisão de prontuários clínicos e laudos anatomopatológicos. Foram coletadas variáveis
demográficas, clínicas e histológicas, incluindo subtipo histológico (OMS 2019), grau
histológico de Edmondson-Steiner, invasão vascular, número e tamanho de nódulos viáveis. As
análises estatísticas foram conduzidas utilizando-se o software R (versão 4.4), através da
regressão logística penalizada de Firth para identificação de fatores associados à recidiva.
Resultados: A amostra foi composta em sua maioria por homens (88%), com idade média de
61 anos. A principal causa da doença hepática foi a infecção pelo vírus da hepatite C (57%),
seguida pela doença hepática relacionada ao abuso do uso de álcool (17%) e pela doença
esteatótica hepática a associada à disfunção metabólica (12%). Histologicamente, em 69% dos
casos não foram identificados subtipos histológicos, seguido pela combinação do tipo
convencional com um ou mais subtipos (25%), esteato-hepatítico (3,8%), macrotrabecular
massivo (1,9%) e células claras (1,0%). Após mediana de seguimento de 41,7 meses, observouse recidiva em 7,6% dos pacientes, ocorrendo em tempo mediano de 11,9 meses após o
transplante. A recidiva esteve associada a ausência de cirrose no explante (p=0,009), tumores
pouco diferenciados (OR=3,02; IC95%:1,82–5,20), graus histológicos avançados de
Edmondson-Steiner (grau III: OR=18,36; grau IV: OR=314,33; p<0,001), e presença de três
tumores viáveis (OR=24,36; p=0,002). Em contraste, tumores bem diferenciados (OR=0,04;
p<0,001) e combinação do tipo convencional com um ou mais subtipos (OR=0,39; p=0,002)
ou esteato-hepatítico (OR=0,11; p=0,024) mostraram associação com menor risco de recidiva.
Conclusões: A taxa de recidiva observada foi semelhante à descrita em séries internacionais de
pacientes criteriosamente selecionados. Determinadas características histológicas, como grau
de diferenciação tumoral, grau de Edmondson-Steiner e número de tumores viáveis
demonstraram relevância prognóstica no risco de recidiva pós-transplante. Esses achados
reforçam a importância da análise anatomopatológica detalhada do explante e podem subsidiar
estratégias de seleção, vigilância e manejo de pacientes com CHC submetidos a transplante
hepático.
Palavras-chave: Carcinoma Hepatocelular; Transplante de Fígado; Recorrência Neoplásica;
Anatomia Patológica; Prognóstico

