Defesa disserta sobre terapias integrativas e complementares na oncologia pediátrica; uma revisão sistemática sobre evidências científicas e cuidado integral

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Aluna: Patricia Alessandra França de Almeida

Orientador: Dr. George Mariane Soares Santana

Título da Dissertação: TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS E CUIDADO INTEGRAL

Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional

Data: 21/11/2025

Local: Sala de Aula II da Biblioteca – IGM

Horário: 13H

Titulares:

Dra. Rhowena Jane Barbosa de Matos – UFRB

Dra. Theolis Costa Barbosa Bessa – IGM/FIOCRUZ

Dr. George Mariane Soares Santana – UFRB (Orientador e Presidente da Banca)

RESUMO

Introdução: O câncer permanece entre as principais causas de mortalidade mundial
e constitui a principal causa de morte por doenças entre crianças e adolescentes. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 35
milhões de novos casos de câncer ocorram até 2050, representando um aumento de
77% em relação aos 20 milhões registrados em 2022. Anualmente, cerca de 400 mil
crianças e jovens são diagnosticados com a doença, tornando o câncer a segunda
maior causa de óbito nessa faixa etária e a primeira entre causas não externas em
diversos países, incluindo o Brasil. Embora menos frequente que em adultos, o
câncer infantil apresenta rápida progressão e elevado impacto na população
pediátrica, exigindo diagnóstico precoce e tratamento especializado.As terapias
convencionais, como quimioterapia, radioterapia e cirurgia, têm contribuído
significativamente para o aumento das taxas de sobrevida, porém estão
frequentemente associadas a efeitos adversos físicos e emocionais, como dor,
fadiga, náuseas, ansiedade e depressão, que comprometem a qualidade de vida de
crianças e familiares. Diante desse cenário, cresce o interesse por abordagens que
possam complementar o tratamento oncológico convencional, oferecendo suporte
integral e humanizado ao paciente pediátrico.
Nesse contexto, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) têm
ganhado destaque como estratégias de cuidado que visam promover o bem-estar
físico, emocional e espiritual, alinhadas aos princípios da atenção integral à saúde.
Reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde e incorporadas ao Sistema
Único de Saúde (SUS) no Brasil, as PICS englobam terapias como musicoterapia,
arteterapia, aromaterapia, reiki, meditação, acupuntura, entre outras. Na oncologia
pediátrica, essas práticas vêm sendo aplicadas com o objetivo de reduzir sintomas
adversos, aliviar o sofrimento, favorecer a adesão ao tratamento e melhorar a
qualidade de vida de pacientes e familiares.
Evidências recentes apontam benefícios promissores dessas terapias como coadjuvantes no manejo de sintomas e no suporte emocional, embora ainda existam
lacunas científicas quanto à padronização dos métodos e à robustez dos resultados.
Dessa forma, torna-se fundamental reunir e analisar criticamente as evidências
disponíveis sobre a utilização das PICS no contexto da oncologia pediátrica, a fim de
subsidiar práticas clínicas baseadas em evidências e contribuir para a ampliação de
estratégias terapêuticas integrativas no cuidado à criança com câncer.
Objetivo: Este estudo tem como objetivo investigar a utilização da produção
científica nacional e internacional (português, inglês e espanhol) sobre os resultados
obtidos das terapias integrativas e complementares na saúde de pacientes
oncológicos pediátricos. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática utilizando as bases de dados
Medline/PubMed, Embase, Web of Science, busca integrada da BVS e busca
complementar nas referências de artigos selecionados. Os estudos incluíram
ensaios clínicos e pesquisas qualitativas publicados em inglês, português ou
espanhol, que abordassem o uso das terapias integrativas e complementares em
crianças e adolescentes (0-19 anos) diagnosticados com qualquer tipo de câncer.
Resultados: Foram identificados 1.712 estudos e selecionadas 63 publicações. A
revisão identificou a musicoterapia (43%) como a prática mais estudada, com
benefícios para a ansiedade e qualidade de vida, expressão emocional e alívio da
dor. A arteterapia (26%) também se mostrou benéfica para o enfrentamento da
doença, e comunicação de sentimentos e adesão ao tratamento. Aromaterapia e
reiki mostraram resultados na redução de náuseas e fadiga, além de promover
relaxamento. As PICS (Práticas Integrativas e Complementares em Saúde)
mostraram-se seguras e eficazes como adjuvantes no controle de sintomas físicos e
emocionais, como suporte ao tratamento convencional, melhorando a experiência
hospitalar e os vínculos entre paciente, família e equipe profissional. As PICS são
seguras e eficazes. Limitações: Há heterogeneidade nos métodos e mensuração
dos resultados, o que ressalta a necessidade de novos estudos mais controlados e
com maior rigor metodológico.
Conclusões: A presente revisão sistemática evidenciou que o uso das Práticas
Integrativas e Complementares (PICS) em oncologia pediátrica representa uma

Suplente:

Dra.Karine Araujo Damasceno – IGM/FIOCRUZ

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