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Aluna: Ana Cláudia Imbassahy de Sá Bittencourt Câmara e Silva
Orientadora: Dra. Karine Araújo Damasceno
Coorientador: Dr. FabrÃcio Palermo Brenelli
TÃtulo da Dissertação: “MASTECTOMIAS PRESERVADORAS DE PELE E DE PAPILA NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA EM PACIENTES ATENDIDAS NO CENTRO DE ALTA COMPLEXIDADE EM ONCOLOGIA DA BAHIA“
Data: 06/11/2025
Horário: 14H
Local: Sala de Videoconferência – IGM
Sala Zoom Educacional 04
ID da reunião: 860 1001 5896
Senha: defesa
Titulares:
Dra. Juliana Ribeiro de Freitas – UFBA
Dr. George Mariane Soares Santana – UFRB
Dra. Karine Araújo Damasceno – IGM/FIOCRUZ (Orientadora e Presidente da Banca)
Suplente:
Dra. Maria de Lourdes Farre Valve – IGM/FIOCRUZ
RESUMO
Introdução: O tratamento cirúrgico do câncer de mama evoluiu nas últimas décadas,
incorporando técnicas mais conservadoras e individualizadas, como as mastectomias
preservadoras de pele (MPP) e de pele e papila (MPPP). Essas abordagens visam preservar o
envelope cutâneo e, no caso da MPPP, o complexo aréolo-papilar (CAP), facilitando a
reconstrução mamária (RM) imediata, com melhores resultados estéticos e impacto positivo na
qualidade de vida, sem comprometer a segurança oncológica. Embora as evidências disponÃveis
indiquem equivalência entre as mastectomias preservadoras e a mastectomia convencional
(MC) quanto aos desfechos oncológicos, há escassez de estudos comparativos robustos,
especialmente no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Avaliar a segurança
oncológica e os desfechos de longo prazo das técnicas MPP e MPPP em comparação à MC em
pacientes com câncer de mama submetidas à RM em um centro de referência oncológico 100%
SUS. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo conduzido no Hospital Aristides Maltez (Centro
de Alta Complexidade em Oncologia da Bahia), incluindo mulheres com carcinoma ductal in
situ (CDIS) ou invasivo (estádios I–III) submetidas à mastectomia com RM entre julho de 2014
e julho de 2020. Todas as cirurgias foram realizadas por mastologistas com formação em
cirurgia oncoplástica, com seguimento mÃnimo de 24 meses ou até o óbito. Foram analisadas
recidivas locais (RL), regionais e à distância, além das sobrevidas livre de recidiva
locorregional (SLRLR), livre de recidiva à distância (SLRD) e global (SG). As curvas de
Kaplan–Meier foram comparadas por teste de log-rank e as razões de risco (HR) foram
calculadas. Resultados: Das 195 pacientes incluÃdas, 81% apresentaram carcinoma invasivo e
19% CDIS, distribuÃdas entre os grupos MPP (n=99), MPPP (n=45) e MC (n=51). Após
seguimento médio de 73 meses (17–142), a taxa de RL foi de 5,6% (7,1% MPP; 2,2% MPPP;
5,9% MC), sem diferença significativa entre os grupos (p=0,503). Metástases à distância foram
mais frequentes no grupo MC (27,5%; p=0,034). A sobrevida global foi inferior no grupo MC,
com menor risco de óbito nas pacientes submetidas a MPP (HR = 0,4; IC95%: 0,16–0,99) e
MPPP (HR = 0,25; IC95%: 0,08–0,73) em comparação à MC (p = 0,045). Não houve diferença
significativa na SLRLR (MC x MPP, p=0,221; MC x MPPP, p=0,083) nem na SLRD (MC x
MPP, p=0,241; MC x MPPP, p=0,332). Nenhum caso de metástase ou óbito ocorreu entre
pacientes com CDIS. Complicações tardias foram mais comuns nas pacientes submetidas Ã
radioterapia adjuvante, destacando-se contratura capsular (24,5%) e perda do implante (16%).
Conclusão: As técnicas de MPP e MPPP demonstraram segurança oncológica equivalente Ã
MC, com resultados comparáveis de sobrevida e recorrência, reforçando sua viabilidade no
tratamento moderno do câncer de mama. Realizado em um centro 100% SUS, este estudo
evidencia o potencial de ampliação do acesso à reconstrução mamária imediata no sistema
público e destaca a necessidade de estudos prospectivos e multicêntricos para consolidar a base
de evidências dessas técnicas.
Palavras-chave: Câncer de mama. Mastectomia. Mastectomia preservadora de pele.
Mastectomia preservadora de papila. Reconstrução mamária. Segurança oncológica.

