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Aluno: Marcos Rogério Silva dos Santos Junior
Orientandora: Dra. Claudia Ida Brodskyn
Coorientação: Dra. Deborah Bittencourt Mothé
Título da Dissertação: “ANÁLISE DA MICROBIOTA DE FLEBOTOMÍNEOS E A SUA INTERAÇÃO COM A LEISHMANIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA”
Programa: Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data:07/11/2025
Horário: 8H30
Local: Sala de Viceoconferência – IGM (presencial)
Sala Zoom (online)
ID da reunião: 899 7161 5520
Senha: Marcos
Titulares:
Dr. Adriano Figueiredo Monte Alegre – ICS
Dr. Maurício Roberto Viana Sant’Anna – UFMG
Dra. Valéria de Matos Borges – IGM/Fiocruz (Presidente da Banca)
Suplente
Dr. Luciano Kalabric Silva – IGM/Fiocruz
RESUMO:
INTRODUÇÃO: Os flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) são insetos holometábolos, sendo a sua fase imatura no solo, rico em matéria orgânica, sua fonte de alimento. O inseto adulto se alimenta de seiva vegetal e a fêmea realiza hematofagia para a maturação dos seus ovos, característica que as torna vetores da Leishmania, os quais se desenvolve no seu intestino médio. As variáveis ambientais e fisiológicas, incluindo os seus hábitos alimentares influenciam na composição da sua microbiota, que interage com o parasito de forma simbionte, podendo ser inibidora ou facilitadora da metaciclogênese. OBJETIVO: Analisar de forma sistemática com base na literatura a influência da interação da microbiota do flebotomíneo com a Leishmania spp., no estabelecimento da infecção no flebotomíneo. MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistemática seguindo critérios de elegibilidade e estratégias de busca em bases de dados com palavras-chave divididas em 3 blocos (Objeto do estudo; Microbiota; Infecção por leishmania). Os artigos coletados nas bases de dados foram importados para o gerenciador de referências Zotero e a sua filtragem foi realizada por pares através do título, resumo e posteriormente leitura integral para inclusão final. As publicações incluídas tiveram os seus dados coletados referentes a metodologia utilizada, resultados encontrados, espécies de flebotomíneos e de Leishmania abordadas e os microrganismos estudados. Posteriormente foi feita uma avaliação do risco de viés através de uma ferramenta adapatada do “SYRCLE’s risk of bias tool” para controle de qualidade de cada estudo. A ferramenta foi dividida em 5 categorias (Viés de Seleção; de Performance; de Detecção; de Relato; de Conflitos de interesse) e a sua pontuação elaborada de forma quantitativa, sendo entre 80-100 pontos baixo risco de viés, 60-79 pontos moderado risco de viés e <60 pontos alto risco de viés. Os dados foram analisados de forma qualitativa de acordo com as variáveis da metodologia e resultados de cada trabalho. RESULTADOS: Foram identificados 2.581 trabalhos nas cinco bases de dados Web of Science (417), PubMed (438), Scopus (505), CAB Abstract (722) e Dimensions (499). Após remoção de duplicatas e de não elegíveis, restaram 903 trabalhos para filtragem por título, resumo e posteriormente 33 artigos para leitura completa, o que totalizou ao final para serem incluídos na revisão, 13 artigos. A análise de risco de viés foi realizada e 3 publicações foram classificadas como baixo risco de viés, 3 como moderado risco de viés e as outras 7 classificadas como alto risco de viés. 46% dos artigos tiveram os flebotomíneos de origem do campo, 39% de laboratório e 15% de ambas as origens. Lutzomyia foi o gênero mais estudado (61%) seguido de Phlebotomus (38%). O gênero de microrganismo mais introduzido experimentalmente na microbiota foi a bactéria Serratia. Os gêneros de bactérias mais registrados na microbiota foram Bacillus, Serratia, Staphyloccoccus, Ochrobactrum, Pseudomonas, Enterobacter e Kocuria. Cinco trabalhos apresentaram desfecho quanto a alteração no número de Leishmania relacionada a microbiota do flebotomíneo. Quanto à alteração na diversidade da microbiota na presença da Leishmania, 3 apresentaram resultados. CONCLUSÃO: A composição da microbiota no intestino médio do vetor pode influenciar o desenvolvimento da Leishmania de forma negativa ou dar suporte para o seu estabelecimento. No entanto ao realizar a revisão dos estudos nota-se que esse papel ainda não é muito bem elucidado, pois a relação entre a microbiota, o vetor e o parasito configura uma interação multifatorial, resultante de uma ação conjunta de células bacterianas e seus metabólitos e suas relações interespecíficas no intestino médio do flebotomíneo.

