Curso de Autópsias Minimamente Invasivas capacita médicos patologistas do SVO-RMS e médicos residentes do HUPES

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Nos dias 25 e 26 de outubro, o Serviço de Verificação de Óbito da Região Metropolitana de Salvador, da Fundação Estatal Saúde da Família (SVO-RMS-FESF), sediou o 2º Curso de Autópsias Minimamente Invasivas Guiadas por Ultrassonografia na Bahia. A atividade foi destinada aos médicos patologistas do SVO-RMS-FESF e aos residentes de Patologia do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES).

O curso teve como objetivo capacitar os patologistas/residentes de patologia na realização da técnica, que é útil para o estudo e identificação de surtos de doenças infecciosas, controle de qualidade da assistência médica hospitalar, geração de informações relevantes para a Saúde Pública, pesquisa científica e ensino médico. A iniciativa é fruto da parceria entre a Fiocruz Bahia, o Serviço de Verificação de óbito, a Fundação Estatal Saúde da Família e a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. 

A atividade faz parte do Laboratório de Referência em Patologia da Fiocruz Bahia, sediado no Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular (LAPEM) e conta com o financiamento da Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz.

De acordo com Geraldo Gileno, pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador da atividade, o curso tem potencial para fomentar a pesquisa científica e a inovação, sustentar o ensino médico e a educação continuada de equipes multiprofissionais e consolidar a Bahia como referência em investigação pós‑morte, em articulação com as vigilâncias laboratorial e epidemiológica. “Ao habilitar patologistas para executar a técnica AMIGUS (Autópsias Minimamente Invasivas Guiadas por Ultrassonografia) no estado, ampliamos a capacidade de detecção oportuna e de estudo de surtos de doenças infecciosas, podemos aprimorar o monitoramento e o controle de qualidade da assistência hospitalar e fortalecemos a geração de informações estratégicas para a Saúde Pública”, afirmou.

Segundo a Diretora Médica do SVO-RMS-FESF,  Ana Luisa Mota Itaparica, o treinamento contribuirá para a implementação desta modalidade no Serviço de Verificação de Óbito de Salvador e Região Metropolitana. “O serviço, que já disponibiliza esse procedimento em dois dias da semana, passa a ofertar às famílias a opção de diagnóstico pós-morte nos casos em que não é possível realizar a necrópsia convencional. O procedimento também traz segurança para profissionais quando a suspeita é de doença de alto grau de contaminação e disseminação”, destacou.

Para a diretora geral do SVO, Ita de Cácia Aguiar, a AMIGUS é uma nova possibilidade, especialmente para as famílias que apresentam resistência à realização da autópsia convencional. “Muitas vezes a família recusa a realização da autópsia aberta, mas agora nós temos a possibilidade de, através de um aparelho de ultrassonografia, coletar amostras de vários órgãos para descobrir a causa da morte”, disse.

Segundo a coordenadora de laboratório do Serviço de Verificação de Óbito, Rayssa da Silva de Oliveira, no contexto laboratorial, a Autópsia Minimamente Invasiva integra a coleta histológica direcionada a análises de alta precisão, reduzindo a necessidade de procedimentos invasivos. “Essa abordagem permite ao patologista investigar a causa da morte de forma segura, eficiente e tecnicamente precisa. Além disso, o uso da AMI otimiza o fluxo da rotina histológica no laboratório, agilizando o processamento e a liberação de lâminas para os médicos patologistas do SVO”, defendeu. 

Isis Coimbra, médica patologista do SVO-FESF, participou da capacitação e destacou a importância da técnica no Serviço de Verificação de óbitos. “A AMI não substitui a abrangência da necropsia convencional, mas é uma opção prática e eficiente para obtenção de causas de morte com destaque para causas infecciosas. A oferta da AMI aos familiares enlutados amplia a atuação do Serviço de Verificação de Óbitos quando há resistência à necropsia e assim contribui com nosso objetivo de elucidar causas de morte.” destacou. 

  

Por Dalila Brito

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