Coordenador do Cidacs se tornará professor Emérito da UFBA

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O pesquisador e coordenador do Cidacs da Fiocruz Bahia, Maurício Barreto.

O coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) Mauricio Barreto, recebe, no dia 4 de outubro, na Reitoria da Ufba, às 9h, o maior título da carreira docente. Barreto será empossado como Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia (Ufba), onde leciona há 35 anos. O feito é mais um reconhecimento por sua trajetória, que desde o início é constituída pela luta pela equidade em saúde e pela expansão da ciência.

Em 1977, o baiano de Itapicuru (233 Km de Salvador) se graduou em medicina pela Ufba e deu início à pesquisa em São Sebastião do Passé com estudos sobre Leshimaniose. Barreto quis seguir a carreira científica, fazendo mestrado em Saúde Comunitária no Instituto de Saúde Coletiva (ISC/Ufba). “Minha alma mater é Ufba”, disse ele durante a cerimônia de  assinatura do acordo de cooperação entre o Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), onde é pesquisador sênior, e a universidade.

Barreto é epidemiologista, doutor pela Universidade de Londres e foi professor da London School Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM). No Cidacs tem sido um entusiasta do uso de dados governamentais como fonte de informações para pesquisa científicas robustas. Barreto tem uma vasta bibliografia científica: são mais de 400 trabalhos publicados em revistas científicas e capítulos de livros. É um grande formador também: orientou cerca de 50 monografias, 18 dissertações de mestrado e 25 teses de doutorado.

O professor Mauricio, como é conhecido na comunidade científica, é responsável pela concepção e desenvolvimento do Cidacs, que reúne uma equipe que envolve médicos, epidemiologistas, nutricionistas, estatísticos, economistas e outras 20 formações, e está desenvolvendo métodos inovadores de pesquisa em avaliações de políticas públicas com métodos quantitativos e estratégias computacionais, o que coloca a Bahia no cenário de ponta da pesquisa epidemiológica no mundo. Pelos seus feitos, recebeu inúmeras condecorações e prêmios.

Em 2015, recebeu o Prêmio Roberto Santos de Mérito Científico, concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), e, em 2017, recebeu a Comenda 2 de Julho, concedida pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Desde 2003 integra a Academia Brasileira de Ciências (ABC), faz parte da Academia Mundial de Ciências (TWAS, na sigla em inglês), a Associação Internacional de Epidemiologia (IEA, na sigla em inglês), a Academia de Ciências da Bahia (ACB), da qual também é fundador, e também já ocupou cargos na Organização Mundial da Saúde (OMS) e no Ministério da Saúde.

Em dezembro de 2018, junto com mais 21 pesquisadores do mundo, ele como único brasileiro, participou da Comissão de Migração e Saúde da Universidade de Londres (UCL-The Lancet). Entre os achados, mostrou como a migração faz parte dos processos de ocupação da terra e que não há evidências de que os migrantes são responsáveis pela propagação de doenças. Por longo tempo tem liderado um grupo de pesquisa voltado para aspectos epidemiológicos das doenças infecciosas, desnutrição e asma, avaliação do impacto populacional de intervenções, e aspectos teóricos e metodológicos da Epidemiologia.

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