Expressão e/ou degradação de versican nos carcinomas mamários é tema de dissertação

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Autoria: Samantha Hellen Santos Figueredo
Orientação: Maria de Lourdes Farre Vallve
Título da dissertação: “Caracterização Morfologica da Matriz extracelular e sua relação com expressão e/ou degradação de versican nos carcinomas mamários”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 21/12/2020
Horário: 14h
Local: Sala Virtual do Zoom | ID da reunião 980 3446 1018

RESUMO

INTRODUÇÃO: A superexpressão do proteoglicano versican tem se destacado devido a sua relação com perda de adesão, invasividade, desenvolvimento de metástases, bem como na inflamação no contexto do câncer de mama. Versican pode sofrer degradação pela ação de enzimas proteolíticas, dando origem a versikina que, de acordo com estudos recentes, possui papel imunomodulatório no câncer. Contudo, pouco é sabido sobre o seu papel nos diferentes estágios da progressão, subtipos histológicos e moleculares dos carcinomas mamários.

OBJETIVO: Investigar se as modificações apresentadas pela MEC peritumoral, bem como proteólise de versican, estão relacionados aos diferentes estágios da progressão de carcinomas mamários. Além disso, verificar a associação entre alterações da matriz extracelular e os subtipos  histológicos e moleculares.

MATERAIS E MÉTODOS: Uma análise retrospectiva de casos de mulheres diagnosticadas no período de 2001 a 2017 com carcinoma invasivo sem outra especificação (CI-SOE)ou carcinoma ductal in situ(CDIS), no Hospital das Clínicas (HUPES/UFBA).Apenas 37 foram elegíveis ao estudo, sendo 32 casosinvasorese5 CDIS. Os tumores foram reclassificados seguindo classificação de tumores de mama da Organização Mundial da Saúde(2019) e foram definidos 4 grupos: G1-CDIS; G2-carcinomas invasores sem tipo especial (CI-SOE); G3-CI-SOEcom áreas in situ;G4-outros carcinomas invasores. Também foram analisados dados clínico-patológicos e foi realizada imuno-histoquímica para a determinação dos subtipos moleculares, presença de versican e versikina, bem como de P63 para confirmação das áreas carcinomatosas in situ. Colorações Picrosirius Red e Tricrômico de Masson foram realizadas para a avaliação morfológica da MEC.

RESULTADOS: Na análise geral dos casos, versicane versikina estiveram mais presentes em estroma adjacente a invasão celular em relação às áreas in situ. Nos subtipos histológicos, houve maior intensidade de versican e versikina no estroma tumoral em ralação a mama normal e maior presença intensidade no G1 em relação às áreas in situdoG3. Curiosamente, um extenso infiltrado inflamatório nessas áreas dos CDIS que continham maior presença de versikina foi observado.Além disso, a presença de versicane versikinafoi maiorno estroma das áreas de invasão do G3em relação ao G2. Ademais, a intensidade de colágeno tipo I foi discretamente maior nas áreas de invasão, enquanto o colágeno tipo III foi maior nas áreas in situ. Correlação negativa fortefoi observadaentre a presença de colágeno tipo I e versicannas áreas in situe entre colágeno tipo I e versikina nas áreas in situ e nas áreas invasoras. Nos subtipos histológicos, foi observada maior intensidade de colágeno tipo I e tipo III no grupo G3. Não foram observadas diferenças significativas entre os subtipos moleculares e versican e versikina.

CONCLUSÃO: A maior expressão de versican nas áreas invasoras reforça o seu papel na invasão celular. A análise de versican e seu proteólito nos CDIS sugerem que eles podem estar relacionados a processos iniciais de progressão dos tumores. Além disso, os dados de correlação negativa entre versicane versikina e colágeno tipo I sugerem processo de proteólise e remodelamento da MEC em estroma peritumoral.

Palavras chave: Câncer de mama; Matriz extracelular; Proteólise de versican.

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