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Em clima de celebração e orgulho, a comunidade científica da Fiocruz Bahia encerrou o final de semana com conquistas marcantes no 60º Congresso Brasileiro de Medicina Tropical (MEDTROP 2025), realizado em João Pessoa (PB). Entre mais de 3.000 trabalhos científicos submetidos, estudantes do Instituto Gonçalo Moniz (IGM) se destacaram e conquistaram os primeiros lugares no Prêmio Jovem Pesquisador da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) — uma das premiações mais prestigiadas da área.

Na categoria Graduação, tivemos dois vencedores. O primeiro lugar foi para Matheus Trabuco, com o estudo “Variabilidade clínico-laboratorial da dengue por faixa etária, tipo de infecção e sorotipo infectante”. A pesquisa, que contou com a orientação do pesquisador do IGM, Guilherme Sousa, investigou como a dengue se manifesta de forma distinta entre diferentes idades e sorotipos, revelando a faixa etária como principal determinante da gravidade clínica da doença.
“É uma alegria imensa ver este trabalho reconhecido em meio a tantos projetos brilhantes. Agradeço à orientação do Prof. Guilherme Ribeiro e da Profa. Rosângela Oliveira, ao apoio da minha família e à Fiocruz, que foram fundamentais em todas as etapas. Espero continuar contribuindo para a ciência nacional e para o avanço da medicina tropical”, celebrou o jovem pesquisador.

O 3º lugar na categoria ficou com Rodrigo André Santos Menezes, pela pesquisa “Soroprevalência para dengue e chikungunya em povos indígenas Pankararé, Tuxá e Kantaruré”, realizada no âmbito do Núcleo de Saúde Indígena (NESI). Com orientação da pesquisadora Isadora Siqueira, o trabalho investiga a presença de anticorpos para arboviroses em comunidades indígenas da Bahia, contribuindo para o fortalecimento da vigilância epidemiológica e da saúde de povos tradicionais.
Na categoria Mestrado, Mariellen Santos de Jesus Souza, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI/Fiocruz Bahia), com orientação, também, da pesquisadora Isadora Siqueira, conquistou o terceiro lugar com a pesquisa “Alta prevalência de infecções pelo vírus Chikungunya em populações indígenas na Bahia”. Para ela, o reconhecimento é mais do que uma conquista acadêmica:

“Essa conquista carrega a força de uma mulher que me criou com amor e coragem, mesmo quando o mundo parecia dizer não. Ser reconhecida como jovem pesquisadora é um lembrete de que ocupar espaços na ciência sendo mulher preta é um ato de resistência, mas também de esperança. Esse prêmio é por nós: por todas as mulheres pretas que sonham com a universidade, com a pesquisa, com um lugar de fala e de mudança. Seguimos abrindo caminhos, com ciência, afeto e propósito”.
Já na categoria Doutorado, Larissa de Carvalho Medrado Vasconcelos garantiu o segundo lugar com o estudo “Estratégias para o combate à desinformação sobre a doença de Chagas em Novo Horizonte e Tremedal na perspectiva do Projeto Oxente Chagas Bahia”, coordenado pelo pesquisador Fred Luciano Neves Santos.

“Eu fiquei surpresa e feliz ao ganhar o prêmio. Me alegra o reconhecimento do projeto Oxente Chagas, e todo o trabalho que nossa equipe tem realizado”, afirmou Larissa.
Celebramos, também, o esforço e compromisso de Felipe Cotrin que na categoria de Doutorado, contando com a orientação do pesquisador Mitermayer dos Reis, concorreu ao prêmio com a pesquisa: “Análise de série temporal e custos estimados das internações pediátricas por bronquite e bronquiolite aguda potencialmente associadas ao Vírus Sincicial Respiratório atendidos no Sistema Único de Saúde do Brasil. Brasil, 2014 a 2025”.
O MEDTROP, promovido anualmente pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), é o maior fórum de discussão científica do país sobre doenças tropicais e saúde global. Em sua 60ª edição, reuniu milhares de profissionais de diferentes áreas da saúde para debater temas como arboviroses, doenças endêmicas, resistência antimicrobiana e os desafios pós-pandemia.
As premiações reforçam o compromisso da Fiocruz Bahia com a formação de novos pesquisadores e com a produção científica voltada à redução das desigualdades em saúde no Brasil. Com entusiasmo e reconhecimento nacional, os jovens premiados representam uma nova geração de cientistas comprometidos com a transformação social e o avanço da medicina tropical.
Parabéns aos vencedores e jovens pesquisadores — Matheus Trabuco, Rodrigo Menezes, Mariellen Souza e Larissa Vasconcelos e Felipe Cotrin — por levarem o nome da Fiocruz Bahia ao topo da ciência brasileira!
por Iana Motta

