Leile Camile Nascimento e Carla Polyana Bernardes, alunas do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana (PGPAT), receberam Menção Honrosa do prêmio da UFBA – Universidade Federal da Bahia – de Teses e Dissertações e Trabalhos de Conclusão do Ano, na última sexta-feira, 24 de outubro de 2025. 

Com o Orientador Mitermayer dos Reis, pesquisador da Fiocruz Bahia, Leile Camila Jacob Nascimento, recebeu Menção Honrosa pela tese de título: ASPECTOS IMUNOLÓGICOS, CLÍNICOS E VIRAIS ASSOCIADOS À IMUNOPATOGÊNESE DA ARTRALGIA PERSISTENTE APÓS INFECÇÃO PELO VÍRUS CHIKUNGUNYA. 

“Receber a menção honrosa pelo desenvolvimento dessa pesquisa é uma grande alegria e um reconhecimento de um trabalho que busca contribuir de forma concreta para a saúde pública. A minha tese buscou entender melhor como o nosso organismo reage ao vírus e por que, em alguns casos, a inflamação persiste”.

A chikungunya é uma doença que pode causar dores articulares por meses ou até anos após a infecção, afetando a qualidade de vida de muitas pessoas e dentre os vários achados desta tese, o estudo revela que certos marcadores do sistema imune, como GM-CSF, IL-18 e IP-10, aparecem em níveis mais altos em pessoas que desenvolvem dor crônica. 

“Isso indica que uma resposta inflamatória muito intensa logo no início da doença pode favorecer a persistência da dor. Esses achados ajudam a identificar grupos com maior risco e apontam caminhos para tratamentos mais precoces e direcionados”, afirma Leile Camila.

Outro resultado importante para saúde pública é a observação dos anticorpos do tipo IgM contra o vírus chikungunya podem permanecer detectáveis por mais de dois anos em alguns pacientes muito além do esperado. Isso muda a forma como interpretamos os exames e mostra que um teste positivo para IgM nem sempre significa uma infecção recente. 

Leile Camila reforça que essa informação “é fundamental para que profissionais de saúde façam diagnósticos mais precisos e evitem confusões entre casos novos e antigos, fortalecendo as estratégias de vigilância e controle da chikungunya”.

A outra aluna, Carla Polyana Bernardes, defendeu sua Dissertação de Mestrado de título: “ESTUDO DO PAPEL DO LPG2 NA MIGRAÇÃO DE CÉLULAS DENDRÍTICAS INFECTADAS POR LEISHMANIA INFANTUM”. Como orientadora, Carla contou com Juliana Bezerra de Menezes Fullan, Vice-Coordenadora do PGPAT. 

“É uma emoção enorme. É muito mais do que um prêmio — é o reconhecimento de um caminho feito com dedicação, noites de laboratório, dúvidas, descobertas e, acima de tudo, paixão pela ciência”, afirma Carla. Para ela, o estudo sobre o papel do lpg2 na migração de células dendríticas infectadas por Leishmania infantum representa uma pequena parte de um desafio muito maior que é entender como o parasito se dissemina no corpo do hospedeiro. 

“Essa compreensão é essencial para que possamos pensar em novas estratégias de controle e tratamento da leishmaniose visceral, uma doença que ainda afeta tantas pessoas em regiões vulneráveis do nosso país”, revela.

Mais do que um reconhecimento individual, Carla acredita que essa premiação simboliza a força da pesquisa coletiva, do apoio institucional e da dedicação de todos que acreditam que a ciência transforma realidades. “Ela me inspira a continuar acreditando que, mesmo diante das dificuldades, vale a pena lutar por uma ciência que seja humana, inclusiva e comprometida com a sociedade”, concluiu Carla.

O PGPAT é um programa em formato associativo entre a UFBA e a Fiocruz-BA reconhecido pela excelência (Nota 6- CAPES) e formação continuada de recursos humanos comprometidos com o desenvolvimento científico e tecnológico que impactam as demandas da saúde pública. Sua missão é produzir e compartilhar pesquisa científica de relevância e que contribuam para a promoção da saúde/qualidade de vida, especialmente na região nordeste (mas não limitada a esta), através de estudos relacionados a doenças que impactam a sociedade. 

por Iana Motta

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