Alterações em baços de pacientes com leishmaniose grave são estudadas em dissertação

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AUTORIA: Selma Sousa Matos
ORIENTAÇÃO: Washington Luís Conrado dos Santos
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Alterações morfológicas e de populações celulares em baços de pacientes com formas graves de Leishmaniose Visceral Humana”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana- UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 26/11/2019
HORÁRIO: 09h

RESUMO

INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral (LV) está associada a alterações arquiteturais esplênicas e redistribuição de populações celulares envolvidas na resposta imunológica.

OBJETIVO: estudar a desestruturação da polpa branca do baço na LV humana e quais são as células e citocinas envolvidas neste processo.

METODOLOGIA: Para este estudo foram analisadas amostras de 10 baços humanos, 7 deles obtidas de esplenectomias em portadores de leishmaniose visceral grave e 3 oriundas de esplenectomias feitas em indivíduos sem leishmaniose. Seis dos pacientes com LV são coinfectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), com carga viral indetectável. Na tentativa de avaliar se as alterações observadas em baços em modelos murinos e caninos estão também presentes no baço humano no curso da Leishmaniose visceral, as secções de baço foram marcadas com os anticorpos contra CD3, CD4, CD8, CD20, CD79-α, CD68, Caspase 3, Foxp3, IFNg, IL-1β, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17, TGFβ e TNFα.

RESULTADOS: Os resultados observados, da comparação entre baços com LV e baços sem LV, evidenciaram plasmocitose na polpa vermelha, hiperplasia ou atrofia e desestruturação da polpa branca, além de redução da população de células T CD4+, aumento da população de linfócitos T CD8+ e redução das células CD20+ na polpa vermelha. Das citocinas, houve redução de IL-10, IL-17 na polpa branca e na polpa vermelha. E, na polpa branca, houve aumento da expressão de TNF, Foxp3 e Caspase3 nos baços com leishmaniose visceral.

CONCLUSÃO: Tais achados sugerem uma resposta imune ineficiente frente a uma superexposição antigênica, diante da coinfecção LV-HIV, culminando com possível exaustão, quando as células perdem a capacidade de resposta imune eficiente, com menor produção ou ausência de produção de moléculas protetoras para o hospedeiro e produção de moléculas inibitórias, o que favorece o agravamento da doença.

Palavras-chaves: Leishmaniose visceral; Baço; Plasmocitose; Resposta Imune Ineficiente.

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