Academia de Ciências da Bahia lança documento para candidatos ao governo do estado

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Com o objetivo de iniciar o diálogo com todos os candidatos ao cargo de governador da Bahia e de pautar temas vitais para a população baiana, a Academia de Ciências da Bahia (ACB) lançou, na manhã desta quarta-feira (10/8), o documento “Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento da Bahia”. Com a presença de membros da ACB, professores e pesquisadores, o documento foi divulgado em evento híbrido, no auditório principal da Fiocruz Bahia. 

Participaram da mesa de abertura a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, o presidente da ACB, Jailson Bittencourt, o vice-presidente da ACB, Manoel Barral-Netto, e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, André Joazeiro.

O documento estabelece cinco pontos fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico do estado e da população: assegurar um meio ambiente saudável e produtivo; estimular o desenvolvimento socioeconômico e cultural dos baianos; utilizar, de forma sustentável, os recursos naturais do estado; proteger os baianos dos grandes riscos à saúde; e água e alimentação saudáveis para todos. A partir desse trabalho, busca-se também destacar o papel das ciências e tecnologias no avanço e resolução das questões elencadas.  

O presidente da ACB e vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jailson Bittencourt de Andrade, explica a escolha de lançar o documento nesta época. “Neste momento eleitoral, a Academia se movimentou para mostrar aos candidatos de todos os partidos como nós vemos o sistema de ciências e tecnologias”, conta o pesquisador. Ele explica ainda que esta não é a primeira aproximação feita pela ACB com os órgãos públicos.  

“São várias questões que vêm sendo trabalhadas há tempos. Um assunto é abordado em um governo, outro governo aborda outro, mas o nosso sistema é interconectado. Se você alimenta alguém, mas ele não tem água, ele vai definhar”, assegura o dirigente.  “No caso da Academia, ela está sempre disposta a interagir e ajudar, mas não a participar de nenhum dos governos”.  

Manoel Barral-Netto reforçou a visão interdisciplinar proposta. “Cada vez mais, nós temos que reconhecer que as áreas não são isoladas. Essa interligação, que fica cada vez mais evidente, exige que não tenhamos uma visão estrita”. Para o pesquisador, a novidade está em pautar a produção científica como um caminho para o desenvolvimento. “A nossa aspiração é que ciência e tecnologia tenham uma política de estado e impacto na vida dos baianos”, defende. 

Marilda Gonçalves mencionou, dentre diversos pontos, a importância das discussões sobre acesso à água, os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, insegurança alimentar e do complexo industrial da saúde. “Temos que ter um olhar atento para a população, para as cooperativas, para os serviços que estão sendo feitos e a ciência tem que ser introduzida nesses aspectos”.

O trabalho enviado aos candidatos é uma síntese de estudos feitos pela instituição há pelo menos três anos, em parceria com diferentes pesquisadores e profissionais. O texto destaca ainda algumas condições necessárias para enfrentamento dos desafios apresentados, como: letramento em matemática e ciências com educação continuada dos professores e profissionais; reativação e modernização do Museu de Ciência e Tecnologia Professor Roberto Santos; sustentabilidade com autonomia financeira e operacional da FAPESB. 

Clique aqui e acesse o documento na íntegra.

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