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Foi realizado nesta terça-feira, 18/11, o seminário “Conhecimento, Equidade e Contracolonialidade: caminhos para uma formação antirracista em saúde”. O evento, em comemoração ao Dia da Consciência Negra, reuniu estudantes, servidores, colaboradores e membros da comunidade da Fiocruz Bahia no Auditório Sonia Andrade.
A atividade foi apresentada por Lorena Magalhães, coordenadora do Núcleo Pró-equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia, que deu as boas-vindas e descreveu o evento como “um momento para reflexão, fortalecimento do compromisso institucional e promoção de uma ciência verdadeiramente antirracista, capaz de enfrentar desigualdades, valorizar saberes e transformar a pratica do cuidado”.
A programação teve início com a saudação do diretor da instituição, Valdeyer dos Reis, que falou sobre o compromisso da Fiocruz Bahia com as políticas voltadas para a diversidade e inclusão. “Nós temos que mudar a forma como fazemos pesquisa, formamos pessoas e como formulamos e implementamos políticas públicas. Gostaria de reafirmar o nosso compromisso não só com a continuidade, mas com o fortalecimento do nosso Núcleo Pró-equidade de Gênero e Raça”, afirmou.
Em seguida, a professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Deboraci Prates, proferiu a palestra ‘Transversalidade da equidade racial na formação em saúde’. Durante a sua apresentação, Prates provocou reflexões a respeito dos currículos de formação, os desafios e dimensões étnico-raciais dentro do campo da educação da ciência e da saúde, além de experiências para formação em saúde no contexto da equidade racial. “O racismo, muitas vezes, está velado a partir da ausência de informações, das memórias e saberes que não são trazidos para o espaço educacional”, pontuou a convidada que apresentou ferramentas e recursos usados como forma de tornar a educação mais inclusiva, ampliando o olhar sobre a população negra.
A manhã foi encerrada com o lançamento do livro ‘A produção do conhecimento Contracolonial na Formação em Saúde’, com a presença das autoras: Josiane Moreira Germano, Bianca Santos e Ariele Melo, do Coletivo Afrocentrar Saúde. Além da participação da debatedora, Suiane Costa – fundadora do Coletivo Afrocentrar e professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). O coletivo é formado por pessoas pretas e pardas, graduandos dos cursos de saúde da Uneb e profissionais de saúde.
Durante a apresentação, Suiane Costa falou sobre a importância do conhecimento científico produzido por e para a população negra, maioria no país. “Para além de debater, estudar e produzir ciência voltada para a saúde da população negra, a gente também se dedica a fazer uma formação política, social e de consciência negra positiva para essas pessoas”, destacou.
Durante a tarde, foi realizada a exibição do filme “Força Meninas: Meninas Curiosas, Mulheres de Futuro”. A programação foi finalizada com a mesa redonda sobre o filme, contando com a participação da diretora, Déborah A. De Mari e das estudantes da Fiocruz Bahia, Caroline Santos Costa Pinho e Yasmin Luz. A ação recebeu os estudantes do Colégio Central da Bahia e do Colégio Estadual Luís Viana, e contou com a mediação da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Natália Tavares.
Durante o bate-papo, De Mari falou sobre o propósito do filme de estimular as carreiras de meninas e mulheres na ciência. “A Força Meninas nasceu da vontade de contar a história de meninas que muitas vezes estão escondidas. Muitas vezes as meninas não são incentivadas pela escola ou por suas famílias a permanecerem meninas curiosas que buscam formas de solucionar os problemas do mundo”, afirmou.
Yasmin Luz, pós-doutora pela Fiocruz Bahia, também destacou a curiosidade como um fator importante para despertar a vontade de iniciar e seguir a carreira científica. “A minha curiosidade vem de um local de não conformidade com as informações que me passam. Essa curiosidade me faz tentar explorar novos horizontes, a ver as coisas por outro ângulo para que a gente possa até mudar a forma como elas funcionam”, disse.
Caroline Santos Costa Pinho, estudante da Iniciação Científica da Fiocruz Bahia, falou sobre a responsabilidade de ocupar espaços que, historicamente, não costumam ser ocupados por pessoas negras. “Eu sou essencialmente transgressora. Enquanto uma mulher negra que se reivindica LGBT, eu sinto a responsabilidade de fazer a minha energia de transgressão chegar em lugares que pessoas como eu nunca estiveram antes”, declarou Caroline, destacando que será a primeira médica da sua família.
O bate-papo seguiu com perguntas e declarações dos estudantes e professores que acompanharam a programação. A conversa também contou com a participação da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Valéria Borges, organizadora da mostra e da mesa-redonda.
O seminário é uma iniciativa do Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia e conta com o apoio da Associação de Servidores da Fiocruz – ASFOC e do Science Film Festival.
































Por Dalila Brito | Fotos: Iana Motta

