Dissertação analisou o controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2 no Brasil e na Venezuela

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AUTORA: Sandra da Silva Moreira.
ORIENTADORA: Edson Duarte Moreira Júnior.
TÍTULO DA TESE: “DETERMINANTES DO CONTROLE GLICÊMICO INADEQUADO EM PACIENTES COM DIABETES TIPO 2 NO BRASIL E NA VENEZUELA”.
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 10/11/2016

 

RESUMO

 

Introdução: A prevalência de controle glicêmico inadequado entre os portadores de diabetes tipo 2 (DM2) ainda é muito alta. Em média, mais de 60% dos pacientes apresentam valores elevados de HbA1c, aumentando o risco das complicações associadas ao diabetes.

Objetivo: Esse trabalho teve como objetivo identificar os determinantes do controle glicêmico inadequado em pacientes com DM2 no Brasil e na Venezuela.

Métodos: Foi realizado estudo de corte transversal com pacientes ≥18 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico prévio de DM2, atendidos em centros de saúde no Brasil e na Venezuela. Foram coletados dados sócio demográficos, clínicos e comportamentais através de entrevistas individuais. A mensuração de HbA1c foi realizada em todos os pacientes, aqueles com HbA1C >7 foram considerados com controle glicêmico inadequado.Foram utilizados modelos multivariados de regressão linear para analisar os possíveis fatores associados a níveis elevados de HbA1c.

Resultados: Foram avaliados 9.418 indivíduos com DM2, 5.692 no Brasil e 3.726 na Venezuela. Do total da população estudada, mais de 60% eram do sexo feminino. A prevalência global de controle glicêmico inadequado foi de 73,1% no Brasil e 74,9% na Venezuela. Nos indivíduos cuja terapêutica incluía insulina, a prevalência de níveis elevados de HbA1c foi ainda maior, cerca de 90% em ambos os países. Na análise multivariada, usar insulina, maior duração do DM2 e relatar um ou mais episódios de cetoacidose diabética nos 12 meses anteriores à coleta de dados foram associados a valores mais elevados de HbA1c nos dois países. Gênero não foi associado ao controle glicêmico na Venezuela, mas no Brasil as mulheres apresentaram valores mais elevados de HbA1c, assim como estar abaixo do peso e não realizar consultas para controle do diabetes em serviço privado, enquanto na Venezuela educação superior, completa ou não, foi associada significativamente com controle glicêmico inadequado. Conclusão: Em ambos os países, a prevalência de controle glicêmico inadequado foi alta e a média da HbA1c, 8,6% no Brasil e 9,03% na Venezuela, foi muito superior à meta preconizada (<7,0%). Nossos resultados sugerem que no Brasil, níveis mais elevados de HbA1c estão associados ao gênero e a alguns fatores clínicos. No entanto, características sóciodemográficas e fatores de estilo de vida também podem comprometer o controle glicêmico. Educação, fatores clínicos e de estilo de vida estão associados ao pior controle da glicemia na Venezuela. Esses dados podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias direcionadas à obtenção de níveis ideais de HbA1c e para que o controle glicêmico adequado seja alcançado entre pacientes com DM2 no Brasil e na Venezuela, assim prevenindo futuras complicações do diabetes.

Palavras-chave: diabetes tipo 2, controle glicêmico, hemoglobina glicada, epidemiologia, fatores determinantes.

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