Capacitação de bioinformática para iniciantes é realizada na Fiocruz Bahia

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O curso “Bioinformática Decodificada: A Jornada do Iniciante à Genômica de Patógenos” aconteceu na Fiocruz Bahia, entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro. A capacitação foi realizada pela Fiocruz Bahia em parceria com o grupo COG-TRAIN, fruto de colaboração entre a Wellcome Connecting Science e COG-UK, que promove iniciativas de capacitação em genômica de patógenos. O evento reuniu estudantes, pesquisadores e profissionais dedicados a pesquisas na área.

Com aulas teóricas e práticas, o curso foi pensado com o intuito de desenvolver habilidades críticas de pensamento, capacidade de resolver problemas e compreensão das ferramentas para que os participantes pudessem realizar análises de dados genômicos. Um dos organizadores e pesquisador da Fiocruz Bahia, Ricardo Khouri, explica que o curso proporcionou a formação do conhecimento básico em uma área importante para a vigilância genômica nacional.

“Os cursos nessa área, em nossa região, são destinados a grupos que já trabalham com a bioinformática, que já têm o conteúdo introdutório sobre o tema e conseguem partir de um estágio mais avançado. Esse curso foi idealizado para grupos de pesquisa que queiram começar nesta área, mas ainda não tenham tido experiência ou uma experiência muito superficial, para que possam se projetar nesses cursos mais aprofundados”, afirmou.

A capacitação também se diferenciou por ser ministrado em língua portuguesa. Liã Arruda, uma das organizadoras do evento, da Wellcome Connecting Science, disse que o projeto começou com a pandemia de Covid-19, para difusão da bioinformática e sequenciamento de genoma do coronavírus. “Percebemos uma dificuldade de penetração em países que falam português, como alguns países africanos, e desenvolvemos material para os falantes de língua portuguesa. Esse é um projeto piloto que depois poderemos testar em países que falam outras línguas”, comentou.

Jorge Batista, da Wellcome Connecting Science, mencionou a importância do idioma no engajamento dos participantes durante as aulas e na formação de network. “A COG faz capacitação no mundo inteiro e, nos outros cursos, tinham pessoas que não eram de países de língua inglesa ou que não falavam bem o inglês e acabavam ficando fora dos círculos. O planejamento da formação é também treinar a equipe do curso de modo a organizar outros cursos”, afirmou.

Ao todo, foram 40 participantes de diversos municípios da Bahia e outros estados. Luiz Felipe, que participa de um projeto da Fiocruz em medicina tropical, se inscreveu para obter conhecimento em bioinformática para o trabalho que realiza no Acre. “Participar do curso está sendo intenso e bem gratificante. Está suprindo esse breve entendimento sobre a área. Trabalho com vigilância genômica de Sars-Cov-2 e a gente faz sequenciamento, entender essa parte de bioinformática é fundamental”.

Hermes Pedreira, professor do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), faz parte de um laboratório sentinela para vírus respiratórios e outras doenças como as arboviroses, e fez o curso para fortalecer o grupo de pesquisa, além de ampliar a rede de colaboração que já possui com a Fiocruz, UFBA e outras instituições da Bahia. “O curso está sendo fundamental, tanto para a parte diagnóstica quanto para continuar as parcerias com sequenciamento e análises de filogenia, subsidiar bases de planejamento para o SUS e realizar ações de planejamento para a região do Recôncavo, Bahia e Brasil como um todo”.

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