Dissertação analisa diferenciação de células B e plasmocitose na leishmaniose visceral

Getting your Trinity Audio player ready...

Autoria: Reginaldo Brito dos Santos Júnior
Orientação: Washington Luís Conrado dos Santos
Título da dissertação: “Diferenciação de células B e plasmocitose no curso da desorganização esplênica na leishmaniose visceral: um estudo experimental em hamsters”.
Programa: Pós-Graduação em em Patologia Humana
Data de defesa: 24/05/2022
Horário: 13h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa causada pela Leishmania infantum, em que há o comprometimento de órgão internos. No baço a infecção é crônica e progressiva. Além disso, na LV grave  corre a desorganização dos compartimentos esplênicos, a diminuição do número de células B na polpa branca (PB) e plasmocitose na polpa vermelha (PV). Os plasmócitos têm sobrevida estendida e acumulam-se em várias doenças crônicas. Contudo, pouco se sabe sobre as funções e os mecanismos de geração e manutenção da sobrevida dessas células. Objetivo: Neste trabalho, investigamos os potenciais mecanismos associados com o desenvolvimento anômalo de células B que levam à plasmocitose no curso da LV. Métodos: 56 hamsters da linhagem Golden Sirius com 6 a 8 semanas de idade foram usados neste estudo: 28 foram injetados intraperitonealmente com 1×107 promastigotas de L. infantum e 28 receberam a solução diluente pela mesma via. Sete animais de cada grupo foram eutasiados 30, 60, 120 e 150 dias após a injeção (dpi). Os animais foram necropsiados e amostras dos órgãos foram fixadas em parafina para estudo histológico e avaliação da distribuição de célula B e plasmócitos por imuno-histoquímica. Para três animais de cada grupo e em cada ponto, um fragmento do baço foi colhido para avaliação transcriptômica da expressão gênica e associação entre moléculas relacionadas com o desenvolvimento de células B, incluindo uma molécula chamada DLK1. Resultados: Houve aumento da PB dos animais infectados 120 dpi, enquanto, no ponto consecutivo ocorreu atrofia, após 150 dias. Afetando a região de folículo linfoide, possivelmente devido a diminuição de células B. Também observamos redução da quimiotaxia de células B, pela diminuição de CXCL13 e CXCL12 que ocorreu 120 e 150 dpi. Houve uma tendência a diminuição de fatores moleculares relacionados com a resposta de centro germinativo (CG), observado pela expressão gênica dos hamsters infectados. Não houve alterações na quantidade de células B na PV dos animais infectados, mas houve progressiva plasmocitose na PV dos animais nos pontos mais tardios da doença, 120 e 150 dpi e o acúmulo dessas células na zona de células T 120 dpi, sendo que DLK1 está associada com a plasmocitose na PV. A expressão gênica dos animais infectados confirmou a diferenciação de plasmócitos 150 dpi e associou a sinalização por IL-21 e IFN- como as principais moléculas envolvidas. Além disso, houve o aumento de IL-6 150 dpi. Conclusões: Neste estudo correlacionamos alterações estruturais e celulares com a expressão molecular, para investigar os determinantes da diferenciação anômala de células B em formas graves da LV. Os resultados deste trabalho demonstram aumento de IL-21 e INF- como moléculas responsáveis pelas alterações nas vias de diferenciação de células B, que geram plasmócitos em estágio crônico da doença. Além disso, demonstramos uma diminuição de CXCL13 e CXCL12, e um aumento de IL-6. Houve aumento da proporção de células B 120 dpi, mas diminuição em 150 dpi na PB e plasmocitose na PV. Palavras chaves: Plasmócitos; Expressão gênica; DLK1; Imuno-histoquímica

twitterFacebookmail