Doutoranda defende tese sobre leishmaniose canina

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AUTORA: BAGUES, Naiara Carvalho Teixeira.
ORIENTADOR: OLIVEIRA, Geraldo Gileno de Sá.
TÍTULO DA TESE: Contribuição para o desenvolvimento de uma vacina contra leishmaniose visceral canina. 98 f. il.
PROGRAMA: Doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz.
DATA DE DEFESA: 03/03/2016

RESUMO

 

INTRODUÇÃO: A Leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa e parasitária que se encontra em expansão no Brasil. A espécie que causa a doença no Brasil é a Leishmania infantum. O cão é o principal reservatório do parasita. Uma vacina contra leishmaniose visceral canina (LVC) pode favorecer o controle da doença. Este trabalho tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento de uma vacina contra LVC.

OBJETIVO: O estudo do primeiro capítulo visou o desenvolvimento de um modelo para a avaliação de antígenos candidatos à vacina contra LVC. METODOLOGIA: Um experimento foi realizado para obtenção de cães resistentes a LVC. Os linfócitos dos animais deveriam ser capazes de reconhecer antígenos potencialmente úteis para o desenvolvimento de uma vacina. Para isso, uma cepa de L.infantum foi isolada de cão naturalmente infectado e doente (Camaçari, Bahia). Seis cães adultos e sadios foram inoculados com 1×108 formas promastigotas em fase estacionária de cultura por via dérmica e acompanhados por dois anos. RESULTADOS: Os animais apresentaram: 1) área de induração e ulceração rasa no local da inoculação do parasita com cura espontânea em um período inferior a três meses, 2) ausência de manifestações clínicas e de alterações hematológicas e bioquímicas séricas, 3) produção baixa e flutuante de anticorpos da classe IgG reativos a antígenos de Leishmania, 4) resposta linfoproliferativa (em 4 de 6 cães) frente a estimulação com antígenos de Leishmania, 5) produção baixa de IFN- em um ensaio realizado com sangue total incubado por 24h com antígenos de Leishmania (4 de 5 cães), 6) carga parasitária baixa em aspirado de baço, detectada por PCR em tempo real. CONCLUSÃO: Os animais desenvolveram uma forma subclínica da infecção ao lado de resposta imune humoral e celular fracas.

OBJETIVO: No segundo capítulo foi testado um ensaio de avaliação da produção de citocinas por células de sangue de cães naturalmente infectados por Leishmania infantum. O quantiFERON modificado permite a avaliação in vitro e de maneira rápida da produção de citocinas contra Leishmania em animais de área endêmica. METODOLOGIA: antígeno solúvel e antígenos recombinantes de L. infantum (rLci2-NT-5R-CT e rLci2-NT-CT) foram produzidos e utilizados no ensaio para a estimulação do sangue total de 27 cães de área endêmica e não endêmica para LVC por 24h. O plasma foi coletado e a produção das citocinas caninas IFN- , IL-2, IL-6, IL-10 e TNF-! foram quantificadas. RESULTADO: Devido a problemas técnicos não foi possível avaliar os dados obtidos e, consequentemente, não foi possível caracterizar grupos de animais susceptíveis e resistentes.

OBJETIVO: No terceiro capítulo, a carga parasitária e aspectos histológicos em diferentes regiões do baço de cães com LVC foi analisada. METODOLOGIA: A carga parasitária e alterações histológicas no baço de 6 cães com LVC foram avaliados por amostragem de três secções inferior, média e superior do órgão. RESULTADO: Observou-se uma variação na distribuição na carga parasitária do baço do mesmo animal. Avaliações histológicas (desorganização polpa branca, granulomas, periesplenite, células plasmáticas, e infiltração polimorfonuclear) mostraram uma variação na freqüência (granulomas) ou intensidade (perisplenite) no baço de 2 dos 6 cães. CONCLUSÃO: Conclui-se que a distribuição da carga parasitária e as alterações histológicas no baço de cães com LV mostram um certo grau de heterogeneidade.

Palavras-chave: Cão, Leishmaniose visceral, Baço, Resposta imune, Carga parasitária,

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