Categoria de divulgação científica foi destaque do 3º Prêmio Gonçalo Moniz

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A terceira edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação da Fiocruz Bahia foi realizada nos dias 6 a 8 de abril, em evento parcialmente presencial, transmitido pelo Zoom. Além das tradicionais categorias mestrado e doutorado, divididos entre alunos egressos e em andamento, este ano a novidade foi a categoria Divulgação Científica. Concorreram à premiação estudantes dos programas de Pós-Graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PgPAT), em Biotecnologia e Medicina Investigativa (PgBSMI) e Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT).

Confira a lista dos premiados.

No primeiro dia, ocorreu a homenagem ao pesquisador da Fiocruz Bahia, Lain Carvalho (in memorian), realizada pela pesquisadora Patrícia Veras, que contou com a participação da família do cientista e do depoimento do pesquisador Washington Conrado. “Esta homenagem é principalmente dirigida aos estudantes em começo de carreira que não tiveram a oportunidade de conhecer Lain Carvalho pessoalmente. Compartilhar a memória deste cientista foi um desafio aceito para que a memória deste grande pesquisador pudesse influenciar as futuras gerações e, com isso, trazer a inspiração que ele nos causou ao longo dos anos de convivência”, disse Patrícia Veras ao ler o memorial.

O evento foi marcado pelas apresentações orais dos trabalhos selecionados para concorrerem ao prêmio. No último dia, aconteceu a sessão científica intitulada “T cell response to SARS-CoV-2 in the context of natural infection and vaccination”, ministrada por Catherine Riou, da University of Cape Town. Após a palestra, os prêmios e as menções honrosas foram entregues aos condecorados.

A pesquisadora Natália Machado Tavares, que integra a comissão organizadora do prêmio e conduziu o evento, considerou essa edição marcante por as apresentações terem acontecido presencialmente, no auditório Aluízio Prata. “Tenho certeza que foi um diferencial para os alunos estar no púlpito apresentando seus trabalhos, sair um pouco do mundo virtual em que estamos vivemos nos últimos anos e ter um pouco de sensação da vida voltando ao normal. Além disso, tivemos o programa PGPCT estreando no Prêmio, que deu outro fôlego ao evento porque trouxe aspectos do mestrado profissional. E por fim, tivemos a revelação de um talento na Divulgação Científica com os vídeos concorrentes. Levar essa nova categoria para as redes sociais, com a escolha do melhor vídeo por decisão pelo público, trouxe um aspecto inovador ao Prêmio e nos surpreendeu pela repercussão que gerou”.

Claudia Brodskyn, vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, falou da importância do prêmio para os estudantes. “É uma oportunidade de os alunos mostrarem seus trabalhos e escutarem críticas e comentários sobre suas pesquisas. Agradeço aos organizadores e à Coordenação de Ensino, pelo evento, e a Patrícia Veras, pela homenagem”.

Divulgação Científica

Um dos destaques da premiação este ano foi a nova categoria “Divulgação Científica”. Quatro vídeos criados pelos estudantes, com duração entre 2 e 3 minutos, foram inscritos para concorrer ao prêmio. Os curtas foram publicados na rede social do Prêmio Gonçalo Moniz e submetidos à votação do público. A vencedora foi a estudante egressa de mestrado do PGPAT, Caroline Garcez, orientanda da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves. No vídeo, a aluna contou que realizou uma revisão sistemática dos dados na literatura sobre a sobre a Leucemia Promielocítica Aguda no Brasil e encontrou que o cenário da doença no país consiste de taxas de sobrevida abaixo do esperado e altas taxas de óbitos precoces, principalmente comparado a países mais desenvolvidos.

A vencedora disse que a premiação foi um reconhecimento não esperado. “Toda ideia de criação do vídeo se resume a uma lição muito valiosa que aprendi que é que o nosso valor não é determinado pelos outros, mas sim por nós mesmos. É justamente por isso que a divulgação científica é tão importante. Sem ela, as pessoas não vão entender o valor do nosso trabalho e não irão comprar a nossa luta por mais reconhecimento da ciência brasileira quando necessitarmos”.

A orientadora de Caroline destacou dois aspectos que considerou mais importantes no vídeo. “O primeiro é com relação ao trabalho científico desenvolvido, que nos mostra o quanto precisamos ter um SUS atuante, para não perdermos pacientes com doenças que são curáveis, que esses serviços sejam organizados de maneira que esses indivíduos possam ter o diagnóstico precoce da doença e que possam estar assessorados pelo Ministério da Saúde, com a disponibilidade de medicamentos e tratamentos adequados. O segundo aspecto, mas não menos importante, foi a preocupação em chamar a atenção para nossa situação atual com relação ao financiamento de pesquisas, enfatizando a necessidade de se ter recursos e de se incentivar os pesquisadores, principalmente os mais jovens, a seguirem com a sua vocação científica”, comentou Marilda Gonçalves.

Caroline disse que já teve experiências anteriores de divulgação científica, em projetos de graduação e da Fiocruz. “Passo constantemente pelo que eu considero a experiência mais simples divulgação científica: quando os amigos, familiares ou conhecidos nos perguntam sobre nosso trabalho científico e temos que explicar para eles a importância do que fazemos. Foram inúmeras vezes que conversei sobre meu projeto com outras pessoas fora da área da saúde. Isso me fez gostar ainda mais de fazer essa divulgação da ciência e entender a importância de compartilhar o que eu faço”, declarou.

Clique aqui e confira o vídeo.

Veja as fotos do evento:

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