Dissertação avalia migração de células dendríticas infectadas por Leishmania spp

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Autoria: Amanda Rebouças Paixão
Orientação: Juliana Perrone Bezerra de Menezes Fullam
Título da dissertação: “Avaliação da migração de células dendríticas infectadas por Leishmania spp”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana- UFBA /FIOCRUZ
Data de defesa: 07/01/2020
Horário: 13h

RESUMO

Introdução: Leishmania é um parasito intracelular capaz de causar lesão na pele, mucosa e órgãos internos. A disseminação e homing de células infectadas contendo antígenos de Leishmania são fundamentais para a sobrevivência do parasito no hospedeiro e para o estabelecimento da lesão. Estudo recente demonstrou que a infecção por Leishmania reduz a migração de macrófagos, associada à redução da expressão de proteínas envolvidas em formação de complexos de adesão, assim como sua fosforilação. Os autores mostram ainda que existe um aumento na frequência de polimerização e turnover de filamentos de actina em macrófagos após a infecção por L. amazonensis. Entretanto, pouco se conhece sobre a migração de células dendríticas infectadas por Leishmania e os mecanismos envolvidos nesse processo. Objetivo: Assim, a presente proposta tem como objetivo avaliar a migração de células dendríticas infectadas por diferentes espécies de Leishmania, além de isolados de L. braziliensis associados à forma localizada ou disseminada da doença. Material e métodos: Para isso, células dendríticas humanas obtidas de doadores saudáveis foram cultivadas e infectadas por Leishmania sp. e submetidas à migração utilizando quimioatrator específico para essas células, em sistema transwell. Adicionalmente, avaliamos a formação de complexos de adesão pela imunomarcação de p-FAK e p-paxilina, a polimerização do citoesqueleto de actina por faloidina e proteínas importantes nesse processo como Cdc42, RhoA e Rac1, utilizando microscopia confocal. Por fim, avaliamos ainda a expressão de CCR7 por citometria de fluxo. Resultados: A análise dos experimentos mostra um aumento da migração de células dendríticas após a infecção por L. infantum até 48h após a infecção, ao passo que houve apenas um aumento transitório nas células infectadas por L. amazonensis e uma redução na migração das células infectadas por L. braziliensis. Associado a isto, nosso trabalho mostra um aumento na formação de complexos de adesão e polimerização do citoesqueleto de actina nas células dendríticas infectadas por L. infantum e uma redução nos grupos infectados por L. amazonensis ou L. braziliensis. Adicionalmente, mostramos um aumento na migração de células dendríticas infectadas por L. braziliensis isoladas de pacientes com a forma disseminada da doença, em comparação com isolados de pacientes com a forma localizada da Leishmaniose. Mostramos ainda um aumento da formação de complexos de adesão e polimerização de actina nas células infectadas L. braziliensis isoladas de pacientes com a forma disseminada da doença, em comparação àquelas infectadas com os isolados de pacientes com a forma localizada. Por fim, observamos também um aumento da expressão de CCR7 tanto em células infectadas por L. infantum, quando comparadas com células infectadas por L. amazonensis ou L. braziliensis, quanto em células infectadas por L. braziliensis isoladas de pacientes com a forma disseminada da doença, em comparação com células infectadas isolados de pacientes com a forma localizada. Conclusões: Em conclusão, nosso trabalho sugere que células dendríticas são importantes para a visceralização da doença e disseminação de Leishmania no hospedeiro vertebrado.

Palavras-chave: Células Dendríticas, Migração, Leishmania.

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