Efeito do Carvacrol na pressão sanguínea de ratos hipertensos é avaliado em tese

AUTOR: Atila dos Santos Batista
ORIENTADORA: Josmara Bartolomei Fregoneze
TÍTULO DA TESE: “Estudo do Efeito da Administração Central e Vascular do Carvacrol sobre a ingestão de água e sal e sobre a pressão sanguínea em ratos”
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana- Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 19/05/2017

 

RESUMO

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial tem sido associada como sendo a principal causa da redução da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos por ser importante fator de risco para doenças que envolvem a aterosclerose e trombose com consequente acometimento cardíaco, cerebral, renal e vascular. A medicina tradicional, que está associada ao uso de plantas medicinais, tem contribuído de forma significante para o desenvolvimento de fármacos para o tratamento de doenças cardiovasculares. Estudos têm demonstrado a ação dos monoterpenos em diferentes atividades farmacológicas, entre elas sobre o sistema cardiovascular. Foi observado que o CVC, um monoterpeno característico da família Labiateae, apresenta ação hipotensora em ratos anestesiados tratados previamente com L-NAME.

OBJETIVOS: a) avaliar a ação periférica do CVC na PA e na FC em animais com hipertensão vascular; b) avaliar a ação periférica do CVC na PA e na FC em ratos com hipertensão renovascular; c) avaliar a ação periférica do CVC sobre a PA e a FC em ratos espontaneamente hipertensos; d) avaliar a ação central do CVC sobre a PA e a FC em animais espontaneamente hipertensos; e) avaliar a ação central do CVC no apetite por sódio em animais espontaneamente hipertensos.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizados ratos wistar para o modelo de hipertensão vascular e renovascular (200-250g) e animais SHR para o modelo de hipertensão espontânea. Os animais receberam implante de catéter na carótida esquerda e na femoral para análise da PA e administração do CVC. Além deste procedimento cirúrgico os animais SHR receberam implante de uma cânula guia no VL para verificação da ação central do CVC.

RESULTADOS: Os animais referentes aos três modelos de hipertensão receberam diferentes doses de carvacrol na veia femoral verificando-se resposta hipotensora e bradicárdica nos três tipos experimentais de modelos de hipertensão. No comportamento de ingestão de sódio e na resposta cardiovascular central do CVC os animais SHR receberam injeções no VL de CVC onde foi observada a ação inibitória do mesmo no comportamento de ingestão de sódio bem como resposta hipotensora neste modelo de hipertensão espontânea.

CONCLUSÃO: O presente trabalho mostra que o CVC apresenta efeito hipotensor e bradicárdico em três diferentes modelos experimentais de hipertensão e que sua natureza lipofílica garante efeito central no controle da pressão arterial e no comportamento de apetite por sódio em SHR.

 

Palavras-chave: carvacrol, hipertensão, equilíbrio   hidroeletrolítico.

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Diferentes testes na urina para diagnóstico de lesão renal aguda são analisados em tese

AUTORA: Maria Brandão Tavares
ORIENTADOR: Washington Luiz Conrado dos Santos
TÍTULO DA TESE: “Marcadores Biológicos para necrose tubular aguda em pacientes com doença glomerular”
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana- Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 07/04/2017

 

RESUMO

 

A lesão renal aguda (LRA) é uma complicação frequente em pacientes com glomerulopatias, acometendo até 34% dos adultos com síndrome nefrótica (SNO) idiopática. O diagnóstico diferencial de necrose tubular aguda (NTA) de glomeulonefrite proliferativa ou crescêntica em pacientes com SNO e LRA é fundamental, visto que a NTA pode mimetizar quadro de glomerulonefrite rapidamente progressiva. Dados clínicos e laboratoriais podem ser úteis no diagnóstico diferencial da LRA na SNO, entretanto a distinção entre NTA e glomerulonefrite proliferativa ou crescêntica é feito pela biópsia renal, procedimento invasivo e que não está disponível amplamente. Novos  biomarcadores para diagnóstico precoce e preditores diagnósticos na LRA têm sido identificados. Neste trabalho nós avaliamos o uso de testes baseados nas concentrações urinárias de kidney injury molecule-1 (KIM-1), neutrophil gelatinase-associated lipocalin NGAL, interleukin-18 (IL-18) e β2-microglobulin (β2M) para diagnóstico diferencial de LRA em pacientes com síndrome nefrótica e examinamos a associação das concentrações urinárias destes marcadores com lesão histológica consistente com NTA ou lesões glomerulares proliferativas. Adicionalmente, estudamos as diferenças na expressão de proteínas na urina de pacientes com síndrome nefrótica, com e sem necrose tubular aguda estabelecida histologicamente, por meio de eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) que poderia ser útil na identificação de novos marcadores para LRA. Foram coletadas amostras de urina de 40 pacientes submetidos à biópsia renal para fins de diagnósticos e encaminhadas para o CPQGM-FIOCRUZ. Os pacientes foram divididos em 3 grupos de acordo com a presença ou ausência de NTA histologicamente definida; e presença de glomerulonefrite proliferativa: grupo CON sem necrose tubular ou lesão prolifertiva glomerular (n=17), grupo GNTA com necrose tubular e sem proliferacao glomerular (n=14), e grupo GNP com lesão proliferativa glomerular incluindo crescentes (n=9). LRA foi definida utilizando os critérios KDIGO. Foi coletada amostra de urina previamente à realização da biópsia renal, centrifugada a 2000 xg a 4°C e o sobrenadante armazenado a -80°C em alíquotas de 1 ml. As mensurações das concentrações dos biomarcadores foram realizadas utilizando imunoensaio enzimático (ELISA). A extração de proteína urinária foi realizada pelo método de precipitação da acetona. As concentrações proteínas das amostras foram dosadas pelo método do ácido bicicrônico (Micro BCA) e Bradford. As amostras de proteína (50μg) foram analisadas em SDS-PAGE  a 15% na presença de dodecil sulfato de sódio. Resultados: A média de idade foi de 35 ± 16 anos,  22 (55%) eram mulheres, os  principiais diagnósticos foram  GESF (10, 25%), glemorulonefrite membranosa (10, 25%), Lesão Mínima (LM) (7, 18%), nefrite lúpica (6, 15%) e glomerulonefrite proliferativa (3, 8%). Os pacientes com NTA tiveram maiores concentrações urinárias de KIM-1 (P = 0.016), NGAL (P = 0.023) e β2M (P = 0.017) em comparação aos pacientes sem NTA. As concentrações urinárias de KIM-1 (P= 0.009) e NGAL (P= 0.002) também foram maiores nos pacientes com LRA comparado aos paciente sem LRA. As dosagens de NGAL (P= 0.034) e KIM-1 (P=0.024) urinários foram significamente maiores nos pacientes com NTA sem lesão glomerular proliferativa em comparaçao aos pacientes com glomerulonefrites proliferativas. Na análise das proteínas em SDS-PAGE, observamos a expressão de banda proteica com peso molecular 35 KDa apenas  nos pacientes do grupo 1 (pacientes sem proliferacao glomerular ou lesao tubular). Conclusão: As concentrações urinárias de KIM-1 e NGAL foram capazes de distinguir pacientes com e sem LRA, mesmo na presença de síndrome nefrótica; e as dosagens de NGAL e KIM-1 urinárias podem ser úteis no diagnóstico diferencial entre NTA e glomerulonefrite proliferativa em pacientes com síndrome nefrótica. A presença de lesão proliferativa glomerular ou necrose tubular aguda resulta no desaparecimento de uma fração protéica de 35 kDa, e a lesão proliferativa, em redução na expressão protéica de fração de 28 kDa da urina de pacientes com síndrome nefrótica. O estudo dessas frações protéicas pode contribuir para novas estratégias no diagnóstico diferencial da LRA em pacientes com síndrome nefrótica.

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Tese avaliou biomarcadores de gravidade em cães naturalmente infectados por Leishmania infantum

AUTORA: Manuela da Silva Solcà.
ORIENTADORA: Patrícia Sampaio Tavares Veras.
TÍTULO DA TESE: Avaliação de biomarcadores de gravidade em cães naturalmente infectados por Leishmania infantum.
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana – UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 09/02/2017

 

Resumo

 

Nas Américas, a leishmaniose visceral (LV) é causada pelo protozoário Leishmania infantum, que pode acometer humanos e animais. Dentre estes, o cão é considerado o principal reservatório doméstico do parasito. O curso da LV canina (LVC) varia dentre os animais, podendo alguns se mostrarem resistentes a infecção, se mantendo subclínicos, e outros susceptíveis demonstrando sinais da doença. O estado de resistência ou susceptibilidade à LVC, reflete na gravidade da infecção do animal, e não pode ser definido pelo quadro clínico apresentado ou por qualquer parâmetro isolado de resposta imune. Padrões de suscetibilidade e resistência à infecção por Leishmania devem estar correlacionados ao quadro clínico e com biomarcadores parasitológicos como a carga parasitária do animal ou biomarcadores imunológicos. A análise de carga parasitária dos animais é um importante parâmetro para acompanhar o curso da infecção e avaliar sua gravidade, podendo funcionar também como um biomarcador parasitológico. Ademais, a busca e identificação de outros biomarcadores de gravidade ajuda a melhorar a compreensão da patogênese da LV no hospedeiro. O objetivo da presente tese consiste em avaliar biomarcadores parasitológicos e biomarcadores de exposição a saliva do vetor, e identificar biomarcadores inflamatórios indicativos da gravidade da infecção por L. infantum em cães. Para este intuito um protocolo de PCR quantitativa (qPCR) para quantificação da carga parasitária foi desenvolvido e validado. A qPCR padronizada teve seu desempenho avaliado empregando a análise de classe latente, comparando o seu desempenho com outras técnicas diagnósticas e empregando-se diferentes amostras biológicas. A sensibilidade para a qPCR de aspirado esplênico (95,8%) foi maior do que as obtidas para os outras amostras biológicas e testes diagnósticos. Posteriormente, após a reação de qPCR ter sido validada, esta foi aprimorada para utilização em estudos epidemiológicos, sendo padronizada em formato duplex tanto na forma líquida como no formato em gel (ready-to-use), adicionando-se à reação padronizada anteriormente, primers específicos para a detecção de um gene constitutivo canino. Em seguida, foi realizado um estudo exploratório de uma amostra de cães coletada durante um estudo de corte transversal, em Camaçari-BA, no qual foram avaliados simultaneamente biomarcadores parasitológicos, imunológicos de exposição à saliva do vetor, e biomarcadores de inflamação, em cães com diferentes quadros clínicos de LVC, visando identificar perfis associados com a gravidade da doença clínica. A análise identificou uma bioassinatura distinta em cães com diferentes manifestações clínicas, caracterizada por uma diminuição dos níveis de LTB-4 e de PGE-2 e um aumento de CXCL1 e CCL2, de acordo com o agravamento da doença. Além disso, utilizando uma combinação de 3 parâmetros distintos (LTB-4, PGE-2 e CXCL1) fomos capazes de discriminar entre escores clínicos diferentes pela construção de uma curva ROC. Foi detectado também, que cães com escores clínicos elevados apresentaram-se, mais frequentemente, com negatividade para IgG anti-saliva e elevadas cargas parasitárias. Este estudo permitiu a avaliação e identificação de vários biomarcadores em cães, que podem ser importantes para auxiliar na avaliação do curso da doença e prognóstico por médicos veterinários, além de futuramente poder ajudar na distinção entre cães resistentes ou susceptíveis direcionando estratégias de controle da LVC em áreas endêmicas. Assim, neste trabalho foi possível concluir que existem biomarcadores parasitológicos como a carga parasitária, biomarcadores imunológicos e inflamatórios como CXCL1, CCL2, LTB-4, PGE-2, além da produção de anticorpos específicos contra as proteínas LJM 11 e LJM 17 da saliva do vetor, que são capazes de diferenciar animais infectados por L. infantum de acordo com seus diferentes quadros clínicos.

Palavras-chave: Leishmaniose Visceral Canina, Biomarcadores, qPCR, Cão.

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