Fiocruz Bahia vai realizar ensaio clínico com células-tronco para tratamento de paraplegia

Milena Soares, pesquisadora da Fiocruz Bahia, coordena o estudo.

A Fiocruz Bahia vai realizar o primeiro estudo clínico da Fiocruz de terapias avançadas (com células-tronco do próprio indivíduo) aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o objetivo de testar um tratamento para pacientes paraplégicos que sofreram trauma raquimedular. 

Terapias avançadas são as terapias celulares, gênicas e de bioengenharia de tecido, e são consideradas uma nova categoria de medicamentos pela Anvisa. O ensaio, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares, foi aprovado em novembro, após análise dos dossiês encaminhados. 

“Para a realização de qualquer estudo clínico envolvendo terapias avançadas, é necessário primeiramente a aprovação da Anvisa, e essa é uma notícia importante neste momento em que a Fiocruz está ampliando o programa de desenvolvimento de terapias avançadas. O Brasil é um país fortemente regulado quando se trata de terapias com uso de células, o que é importante para proteção e cuidado com a população brasileira”, afirma Milena.

A aprovação do estudo é fruto da parceria da Fiocruz com o Senai Cimatec, instituição na qual as células-tronco dos pacientes serão produzidas em laboratório certificado. Com a participação de 40 pacientes e duração prevista de três anos, o ensaio vai avaliar o tratamento com células-tronco da medula óssea do próprio paciente. 

“É uma linha de pesquisa que desenvolvemos há mais de 15 anos e que pretendemos validar, avaliando a eficácia e a segurança do tratamento. Caso seja demonstrado que a terapia é eficaz e segura, esperamos que ela possa ser, futuramente, oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS) para ajudar a melhorar a qualidade de vida dessas pessoas”, explica a coordenadora.

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Pesquisadora é eleita para a Academia Mundial de Ciências

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares, foi eleita membro da Academia Mundial de Ciências para o Avanço da Ciência nos Países em Desenvolvimento (TWAS, na sigla em inglês) pela área de Ciências Médicas e da Saúde. A cerimônia de posse, durante a qual os membros recém-eleitos são apresentados à Academia, será realizada na próxima Conferência Geral da TWAS.

“É uma honra fazer parte de uma academia que congrega pesquisadores que se dedicam a pesquisas com enfoque em países em desenvolvimento. A minha eleição reflete o reconhecimento da comunidade científica por todo o meu trabalho como pesquisadora e formadora de jovens cientistas”, destacou a pesquisadora. 

Conforme a Academia Brasileira de Ciências, o grupo eleito para a TWAS, que tomará posse em 2025, conta com o maior número de novos membros da história. Ao todo, são 74, sendo 50 homens e 24 mulheres (32,4% de mulheres); desses, dez são brasileiros. A eleição dos novos membros entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025, elevando o total de membros para 1.444. 

 A pesquisadora, recentemente destacada na lista dos 100 mil cientistas mais influentes do mundo, também atua no CIMATEC Saúde, onde coordena pesquisas nas áreas de terapias avançadas, como terapia celular e gênica, imunologia e farmacologia. Milena Soares é graduada em Ciências Biológicas (bacharelado em Genética) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutora em Ciências Biológicas (Biofísica) pela mesma instituição. Além disso, realizou doutorado sanduíche na Harvard University (EUA). É também membro titular da Academia de Ciências da Bahia, e da Academia Brasileira de Ciências.
 
Sobre a TWAS 

 A TWAS foi fundada em 1983 por um grupo distinto de cientistas do mundo em desenvolvimento, sob a liderança de Abdus Salam, físico paquistanês e ganhador do Nobel. A organização tem membros de mais de 100 países, sendo a grande maioria provenientes de nações em desenvolvimento. 

Para se tornar membro permanente da TWAS, os candidatos devem ser indicados por membros da Academia e seus currículos são avaliados, juntamente com cartas de recomendação externas. Apenas cientistas que fizeram contribuições significativas para o avanço da ciência no mundo em desenvolvimento podem ser nomeados como TWAS Fellows.

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