Estabelecer protocolo para geração de células semelhantes a hepatócitos é objetivo de dissertação

AUTORIA: Iasmin Diniz Orge
ORIENTAÇÃO: Bruno Solano de Freitas Souza
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “GERAÇÃO DE CÉLULAS SEMELHANTES A HEPATÓCITOS POR REPORGRAMAÇÃO DIRETA DE CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS” 
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 26/02/2019

RESUMO

INTRODUÇÃO: O transplante hepático permanece como o único tratamento eficaz disponível para hepatopatias graves. Entretanto, fatores como a escassez de órgãos viáveis e a rejeição imunológica limitam significativamente este tipo de terapia. O transplante de hepatócitos é uma opção terapêutica em estudo, contudo, a perda de funções metabólicas após técnicas convencionais de cultivo e a inabilidade de proliferar in vitro impedem a reprodução em larga escala deste tipo de procedimento. Devido a estes fatores, uma fonte extra e autóloga de hepatócitos poderia suprir essa carência. Estudos recentes apresentam as células-tronco mesenquimais (CTM) como uma fonte promissora de células hepáticas a partir de reprogramação direta com superexpressão de fatores de transcrição envolvidos no desenvolvimento embrionário hepático.

OBJETIVO: O presente estudo visou estabelecer um protocolo para geração de células semelhantes a hepatócitos, do ponto de vista morfológico, fenotípico e funcional, através da reprogramação direta de CTMs.

MÉTODOS: A reprogramação hepática foi induzida a partir da superexpressão dos fatores de transcrição FOXA2 e HNF4α através de sistema lentiviral de segunda geração e cultivo das CTM modificadas em meio de indução da diferenciação hepática contendo fatores como HGF, FGF-4 e EGF. As células reprogramadas foram caracterizadas fenotipicamente, ultra-estruturalmente e seu perfil de expressão gênica e propriedades funcionais foram avaliados. Protocolos utilizando cell sorting e pequenas moléculas foram estabelecidos para purificação e maturação da linhagem celular reprogramada.

RESULTADOS: Após o cultivo em meio de indução da diferenciação hepática, foi observada a presença de colônias com morfologia epitelial característica de células que expressam marcadores de hepatócitos adultos, tais como albumina, tirosina aminotransferase (TAT) e alfa-1-antitripsina (AAT). A linhagem também apresentou características funcionais como capacidade de estocar glicogênio, lipídios, captação e depuração de indocianina verde, assim como expressão e atividade de enzimas do complexo citocromo P450. A análise ultraestrutural demonstrou características citoplasmáticas semelhantes às de hepatócitos primários como por exemplo o montante de conteúdo mitocondrial. A diferença de conteúdo mitocondrial entre células reprogramadas e CTM foi utilizada para purificação da linhagem por cell sorting. Após a etapa de maturação, foi observada o surgimento de células com aspecto de hepatócitos primários e de células com perfil de colangiócitos.

CONCLUSÃO: O protocolo de reprogramação hepática direta desenvolvido mostrou-se eficiente e robusto, gerando células com propriedades hepáticas funcionais que podem ser utilizadas em plataformas de testes de toxicidade de drogas, estudos do desenvolvimento hepático, além de abrir perspectivas de novas alternativas terapêuticas para hepatopatias crônicas e agudas.

PALAVRAS-CHAVE: Células-tronco mesenquimais, hepatócitos, reprogramação direta, maturação hepática.

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Dissertação investiga potencial antineoplásico da Mararuíra em modelos experimentais

AUTORA: Ana Carolina Borges da Cruz Rodrigues
ORIENTADOR: Daniel Pereira Bezerra
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Potencial antineoplásico da planta Salacia impressifolia” 
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 21/02/2019

RESUMO

Salacia impressifolia (Miers) A .C Smith (família Celastraceae) é uma planta medicinal tradicional encontrada na Amazônia conhecida como “miraruíra”, “cipó-miraruíra” ou “panu” e é tradicionalmente usada para tratar dengue, gripe, inflamação, dor, diabetes, impotência masculina, afecções renais, reumatismo e câncer. O objetivo deste estudo foi investigar o potencial antineoplásico in vitro e in vivo da planta S. impressifolia em modelos experimentais. Determinou-se a atividade citotóxica in vitro de extratos, frações e triterpenos quinonametídios (22-hidroxtingenona, tingenona e pristimerina) da casca do caule de S. impressifolia em um pequeno painel de linhagens cancerígenas em cultura. Posteriormente, células de leucemia promielocítica humana HL-60 foram incubadas com tingenona (0,6 e 1,2μM), 22-hidroxitingenona (1,2 e 2,4μM) e pristimerina (2,5 e 5μM), e o número de células viáveis foi determinado pelo ensaio de exclusão com o azul de tripam. A análise do ciclo celular, o potencial transmembrânico mitocondrial, marcação para anexina V/iodeto de propídio e a quantificação de espécies reativas de oxigênio foram determinadas por citometria de fluxo. A atividade antitumoral in vivo do extrato de acetato de etila (EAE) e de sua fração (FEAE.3) foi avaliada em camundongos C.B-17 SCID inoculados com células HL-60. O extrato EAE, sua fração FEAE.3 e os triterpenos quinonametídeos exibiram potente citotoxicidade contra linhagens de células neoplásicas. Células HL-60 tratadas com tingenona, 22-hidroxitingenona e pristimerina apresentaram uma redução no número de células viáveis, aumento da fragmentação do DNA internucleossomal, redução do potencial transmembrânico mitocondrial e aumento da externalização de fosfatidilserina, sugerindo indução de morte celular apoptótica. Os compostos não induziram aumento dos níveis de espécies reativas de oxigênio. Além disso, o extrato EAE e sua fração FEAE.3 inibiram o desenvolvimento in vivo de células HL-60 inoculadas em camundongos C.B-17 SCID. As taxas de inibição da massa tumoral foram mensuradas em 40,4 e 81,5% para o extrato EAE (20 mg/kg) e sua fração FEAE.3 (20 mg/kg), respectivamente. Assim, concluímos que o extrato de acetato de etila e sua fração obtidos da casca do caule de S. impressifolia exibem potencial antineoplásico in vitro e in vivo que pode ser atribuída aos seus triterpenos quinonametídeos. Esses dados confirmam o uso etnofarmacológico desta espécie e podem contribuir para o desenvolvimento de um novo fitoterápico antineoplásico.

Palavras-chave: Salacia impressifolia, triterpenos, HL-60, citotoxicidade, apoptose.

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Influência do veneno de especie de serpente para novos tratamentos cardiovasculares é alvo de investigação em dissertação

AUTORIA: Letícia Oliveira Simões
ORIENTAÇÃO: Darísy Flávia Silva Amorim
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “ALTERAÇÕES MORFOFUNCIONAIS CARDÍACAS INDUZIDAS PELO VENENO DA CROTALUS DURISSUS CASCAVELLA – SERPENTE DE ALTA PREVALÊNCIA NO ESTADO DA BAHIA” 
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 25/02/2019

RESUMO

Introdução: O veneno de Crotalus durissus cascavella (CDC) pode ser uma fonte de bioprospecção para novos agentes terapêuticos com ação cardiovascular, porém, não são inteiramente compreendidos os efeitos biológicos induzidos em tecido cardíaco.

Objetivos: Investigar as influências dos venenos CDC sobre a atividade cardíaca de ratos e seus possíveis mecanismos de ação envolvidos.

Métodos: Átrio isolado de ratos machos wistar e espontaneamente hipertensos (SHR) (12-16 semanas) foram mantidos num banho para órgãos com solução de Krebs-bicarbonato, e após um período de estabilização, CDC (0,1-30 μg /ml) foi adicionado cumulativamente ao banho de órgãos. Alterações na contratilidade dos cardiomiócitos foram avaliadas por meio da técnica de alteração de comprimento do cardiomiócito, usando-se um sistema de detecção de bordas. Cardiomiócitos de rato da linhagem H9c2 foram utilizados para avaliar a citotoxicidade do composto em células de mamífero em diferentes concentrações (0,37-30 μg/ml). Para a quantificação da atividade enzimática da cinase de creatina total (CK), amostras de krebs foram recolhidas antes e depois da adição do veneno no banho de órgãos e quantificado usando um kit de ensaio disponível comercialmente. Análises morfológicas e na ultraestrutura do cardiomiócito foram realizadas para investigar algum tipo de lesão cardíaca. As influências de CDC sobre a atividade elétrica cardíaca foram investigadas através sistema de Langendorff. O mecanismo de ação do efeito cardíaco de CDC foi investigado em tecido atrial na presença de Epinefrina (10 μM), Propranolol (10 μM), L-NAME (100 μM); PTIO (100 μM); ODQ (10μM) e KT5823 (1μM). Avaliação dos efeitos de CDC sobre a hemodinâmica de ratos não-anestesiados e sobre o ECG foram realizados no set de experimentos in vivo. Os ensaios realizados foram aprovados pela CEUA (CEUA-ICS/UFBA n°072/2014). As análises estatísticas foram feitas utilizando teste t de Student ou análise de variância “one-way” (ANOVA) seguido de teste de Bonferroni, quando apropriado utilizando o GraphPadPrism 6.0® (EUA).

Resultados: O CDC induziu um efeito inotrópico negativo em átrio isolado de rato, assim como reduziu a contratilidade em cardiomiócito isolado. CDC nas concentrações de 7,5, 15 e 30 μg/ml não induziu alteração significante da proliferação celular de cardiomiócitos. O tratamento dos átrios de ratos com CDC (30 μg/ml), não alteraram de maneira significante os níveis de CK-Total e de CK-MB em solução fisiológica contendo tecido atrial. Adicionalmente, o veneno CDC não induziu alterações morfológicas nem ultraestruturais importantes assim como a eletrogênese cardíaca avaliado através do sistema de Langendorff. CDC não foi capaz de induzir efeito inotrópico negativo em átrio isolado na presença de L-NAME, PTIO, ODQ e KT5823. Em ratos não anestesiados CDC induziram uma hipotensão seguido de bradicardia, essa ultima sendo também observado em ECG em animais anestesiados. CDC não foi induziu nenhum efeito em átrio isolado de ratos hipertensos.

Conclusão: Esses dados em conjunto demonstram que o efeito cardíaco de CDC possa ser devido a um mecanismo não tóxico, e depender da via NO/GMPc/PKG para induzir seu efeito inotrópico negativo.

Palavras-chave: Crotalus durissus cascavella; cardiotoxicidade; coração; inotropismo negativo

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Desenvolvimento de capsula feita de polímeros com larvicida contra o mosquito da dengue é alvo de dissertação

AUTOR: Vinicius Couto Pires
ORIENTADOR: Fábio Rocha Formiga
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Avaliação do potencial larvicida do óleo essencial de Melaleuca alternifolia e sua formulação em nanocápsulas poliméricas” 
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 21/02/2019

RESUMO

Dengue, febre chikungunya e febre por Zika vírus representam arboviroses de maior carga no Brasil, onde o Aedes aegypti é o principal vetor de transmissão viral. A principal abordagem de prevenção dessas arboviroses é o controle da população de mosquitos adultos. Estudos fitoquímicos têm demonstrado o potencial de óleos essenciais como larvicidas, sendo uma alternativa promissora de combate ao A. aegypti. Contudo, estes óleos apresentam limitações de solubilidade em meio aquoso e tendem a perder atividade após períodos de exposição à radiação solar. Visando superar tais limitações, a encapsulação de frações oleosas em nanocápsulas poliméricas deve permitir o aumento do tempo de vida útil dos compostos bioativos, garantindo, assim, sua bioatividade e ação larvicida. Este trabalho busca desenvolver nanocápsulas de poli(ε-caprolactona) contendo o óleo essencial de Melaleuca alternifolia como nanolarvicida contra o Aedes aegypti. Inicialmente, o óleo de M. alternifolia foi caracterizado por cromatografia gasosa e espectrometria de massa de alta resolução. Nanocápsulas foram produzidas pelo método de nanoprecipitação e caracterizadas quanto ao tamanho, polidispersão, potencial de superfície, morfologia e eficiência de encapsulação. A estabilidade físico-química das nanosuspensões armazenadas a 25 ± 2°C foi avaliada pelo monitoramento do tamanho de partícula, pH, condutividade elétrica e turbidez durante 90 dias. Ensaios colorimétricos de viabilidade celular (Alamar Blue) foram realizados para caracterizar o efeito citotóxico do óleo essencial em macrófagos J774 e queratinócitos da linhagem HaCat. A atividade larvicida do óleo livre (emulsionado em Tween 80) e nanoencapsulado foi determinada através de bioensaios de acordo com a metodologia preconizada pela OMS. Na caracterização do óleo, foram identificados 20 compostos voláteis – sendo terpinen-4-ol o composto majoritário – e 22 compostos não voláteis. Com relação ao efeito larvicida do óleo, observou-se que partir de 100 ppm todas as larvas expostas morreram, sendo possível determinar a doses letais em 24 horas (LC50=69,374 ppm e LC90=101,56 ppm) e em 48 horas (LC50=68,325 ppm e LC90=98,908 ppm). Nos ensaios de citotoxicidade, não houve redução significativa da viabilidade de macrofagos e queratinocitos em concentrações próximas ao LC90 do óleo contra larvas de A. aegypti. As nanocápsulas contendo o óleo de M. alternifolia apresentaram-se esféricas, com tamanho médio de 172,4 nm, PDI 0,1 e potencial zeta ‒26,35 mV. Apesar do processo de nanoprecipitação resultar em perda de 29% no teor de óleo, a eficiência de encapsulação foi de 90%. Durante 60 dias de armazenamento, as nanosuspensões mantiveram seu aspecto visual, sem evidências macroscópicas de fenômenos de instabilidade física. Neste período, não foram observadas variações nos valores de turbidez e tamanho de partícula. As nanocápsulas prolongaram o tempo de vida útil do óleo após formulação e apresentaram efeito inseticida de ação moderadamente lenta, com LC50 564,9 ppm em 48 horas. Este trabalho demonstrou o potencial larvicida do óleo de M. alternifolia, o qual pôde ser formulado em nanocápsulas poliméricas, cujo incremento da atividade larvicida poderá ser alvo de futura investigação.

Palavras-Chave: arboviroses; Aedes aegypti; larvicidas; produtos naturais; nanobiotecnologia.

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Aula inaugural da Fiocruz Bahia abordará o tema “Ciência que nós buscamos”

Marcando o início das atividades acadêmicas, no dia 15 de março acontece, a partir das 9h, a aula inaugural dos programas de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) da Fiocruz Bahia e da Pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT) da Universidade Federal da Bahia e Fiocruz Bahia. O evento contará com a palestra intitulada “A Ciência que nós buscamos”, ministrada pela Diretora de Pesquisa Científica do Instituto Serrapilheira, Cristina Caldas, e uma roda de conversa com os estudantes.

Na ocasião, a diretora do Instituto Gonçalo Moniz, Marilda Gonçalves, fará as boas-vindas aos alunos junto com a Vice-Diretora de Ensino, Comunicação e Informação da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras. O público-alvo da aula é composto por estudantes de pós-graduação e iniciação científica (IC).

Sobre a palestrante

Cristina Caldas é bióloga, mestre em biologia pela Universidade de Brasília, doutora em Imunologia pela Universidade de São Paulo e especialista em Jornalismo Científico pela Unicamp. Foi pesquisadora visitante no Center for International Studies (MIT), presidente da SciBr Foundation, organização sem fins lucrativos sediada em Cambridge (EUA). Se dedicou aos estudos de humanização de anticorpos e autoimunidade no contexto de transplantes. No Instituto Serrapilheira, é responsável pelas iniciativas de apoio à pesquisa científica – da elaboração de chamadas públicas à busca ativa por pesquisadores e projetos.

Serviço

Evento: Aula inaugural 2019 da Fiocruz Bahia
Quando: 15 de março, às 9h
Onde: Fiocruz Bahia, Rua Waldemar Falcão, n 121, Horto Florestal.

 

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Dissertação investiga potencial de fármacos para novo tratamento de leishmaniose

AUTORA: Carla Pires Magalhães
ORIENTADOR: Fábio Rocha Formiga
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Desenvolvimento de nanoformulações de uso tópico contendo anfotericina b e clorito de sódio para leishmaniose tegumentar”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 20/02/2019

RESUMO

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma enfermidade polimórfica da pele e das mucosas provocada pelo parasito do gênero Leishmania. As opções de tratamento apresentam limitações, sobretudo toxicidade e resistência aos fármacos, comprometendo a segurança e a eficácia da terapêutica. A busca por um tratamento tópico é recomendado pela OMS, considerando que uma ação leishmanicida e cicatrizante poderia resultar em benefícios aos pacientes. Esta ação poderia ser alcançada por associações de fármacos incorporados em nanopartículas e formulados em preparações farmacêuticas semi-sólidas.Anfotericina B (Anf-B) é um antibióticopoliênico, já utilizado na terapêutica da LTA na forma de preparações lipídicas intravenosas, incluindo lipossomas. O clorito de sódio (NaClO2) tem sido investigado pelo seu potencial oxidativo e ação cicatrizante em lesões causadas por L. tropica. O presente trabalho busca investigar o potencial da associação Anf-B/NaClO2 como base para um novo tratamento da LTA a partir de nanoformulações de uso tópico contendo esses agentes. Foram realizados ensaios de citotoxicidade do NaClO2 (1000a 0,49μM) e da Anf-B (10a 0,005μM) frente a formas promastigotas axênicas de L. braziliensis (MHOM/BR/01/BA788)(4×105 parasitos/poço) para determinação do IC50 destes compostos. Para avaliar o efeito combinado, NaClO2 e Anf-B foram testados de acordo como método deproporções fixas modificado (1:1; 1:5; 5:1). Por outro lado, a viabilidade celular de macrófagos peritoneais de camundongos BALB/c e queratinócitos humanos (HaCaT) (5×104 macrófagos/poço) foi avaliada na presença de cada tratamento individual e a CC50 foi calculada. Estes ensaios foram realizados utilizando o método colorimétrico de Alamar blue®. Avaliou-se a atividade de NaClO2 sozinha e em combinação com Anf-B sobre macrófagos infectados com L.braziliensis. A atividade de NaClO2 foi avaliado sobre a viabilidade de amastigotas axênicas de L.braziliensis, utilizando o método colorimétrico de Alamar blue®. Imagens de MEV e MET foram obtidas de promastigotas e amastigotas axênicas tratadas com 14 μM de NaClO2. Formulações semissólidas foram desenvolvidas contendo Anf-B em nanopartículas lipídicas sólidas (NLS) e livre. Estudo de liberação do fármaco in vitro em células de Franz foi realizado por um período de 12 horas (0, 30min, 1h, 2h, 4h, 6h, 8h e 12 h). Estudos de estabilidade destas formulações foram realizados em um período de 14 dias. Os resultados demonstram que NaClO2 e Anf-B apresentaram IC50 médio de 9,66 μM e 0,11 μM, respectivamente, sobre o crescimento de formas promastigotas após 72 h de cultivo. Imagens de MEV e MET sugerem uma atividade sobre o aumento do estresse oxidativo de NaClO2 sobre promastigotas. A associação dos dois compostos resultou em efeito aditivo com índice de combinação médio de 0,98 ± 0,09. Quanto aos ensaios de viabilidade celular, NaClO2 e Anf-B apresentaram valores de CC50 de 856,3 μM e >50 μM, respectivamente. O índice de seletividade do NaClO2 foi estimado em 88,6 e da Anf-B >454,5. O NaClO2 não apresentou atividade sobre a viabilidade de amastigotas intracelular e extracelular, o que foi reforçado por imagens de MEV e MET. Estudos de liberação in vitro em células de Franz demonstraram que Anf-B foi liberada de forma mais lenta e gradual quando em sistema nanoestruturado e todas as formulações mantiveram-se estáveis ao longo de 14 dias. Pela primeira vez, este trabalho demonstrou a atividade do NaClO2 em Leishmania do Novo Mundo. Adicionalmente, apresentou o potencial farmacotécnico de nanoformulações contendo Anf-Bpara a terapêutica da LTA.

Palavras-chave: leishmaniose cutânea; anfotericina B; clorito de sódio; formulação tópica; nanotecnologia.

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Papel das vias de sinalização MAPK e p53 na apoptose de células de cacinoma de cólon humano é investigado em Dissertação

AUTORA: Suellen Laila Rocha Silva
ORIENTADOR: Daniel Pereira Bezerra
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Estudo das vias de sinalização envolvidas na apoptose induzida pelo complexo de rutênio com timina em células de carcinoma de cólon humano HCT116”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 20/02/2019

RESUMO

 

O câncer se caracteriza pela proliferação descontrolada de células levando a formação de tumores que podem gerar metástase. Essa doença tornou-se um problema de saúde pública devido ao seu grande e crescente número de casos, além do alto impacto financeiro sobre a sociedade. Os quimioterápicos representam a principal forma de tratamento; entretanto, apresentam diversos efeitos colaterais, além do surgimento de resistência, tornando necessário o desenvolvimento de novos fármacos. Recentemente, nosso grupo de pesquisa sintetizou um complexo de rutênio com timina [Ru(PPh3)2(Thy)(bipy)]PF6 (onde PPh = trifenilfosfino, Thy = timina and bipy = 2,2’-bipiridina) (CRT) com potente atividade citotóxica, o qual foi capaz de induzir morte celular por apoptose. Assim, o objetivo do presente trabalho foi estudar o papel das vias de sinalização MAPK e p53 na apoptose induzida por CRT em células de carcinoma de cólon humano HCT116, bem como avaliar seu efeito em modelo de xenotransplante. Para verificar a participação das vias MAPKs e p53 na morte celular induzida por CRT, foi utilizado o ensaio de anexina V/PI em células HCT116 pré-tratadas com os inibidores farmacológicos de JNK (SP 600125), p38 (PD 169316), ERK1/2 (U- 0126) e p53 (pifitrina-α cíclica), e a fluorecencia celular foi quantificada por citometria de fluxo. A atividade antitumoral in vivo foi avaliada em camundongos CB17 SCID transplantados com células HCT116 e tratados com CRT nas doses de 1 e 2 mg/kg/dia, por via intraperitoneal, uma vez por dia durante 15 dias consecutivos. Observamos um aumento significativo de células HCT116 em apoptose após tratamento com CRT, em comparação com o controle negativo (DMSO 0,1%). Já quando pré-tratadas com os inibidores das MAPKs, mas não com o inibidor de p53, houve uma redução significante da morte célular, indicando que CRT induz morte celular apoptótica mediada pela via MAPK (JNK, p38 e ERK1/2) por uma via independente de p53. No modelo in vivo, o CRT apresentou inibição do crescimento tumoral de 32,6-40%, e não apresentou toxicidade significativa nos parâmetros analisados. Em resumo, o complexo de rutênio com timina induz apoptose em células HCT116 através da ativação de via JNK, p38 e ERK1/2, por uma via independente de p53, e inibi o seu crescimento em modelo de xenotransplante, indicando que este é um promissor agente antitumoral.

Palavras-chave: Rutênio, Timina, HCT116, MAPK, Citotoxicidade, Apoptose.

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Dissertação avalia eficacia de complexos experimentais contra células cancerígenas

AUTORA: Ingrid Rayssa Souza Baliza Dias
ORIENTADOR: Daniel Pereira Bezerra
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Papel das vias de sinalizaçãoMAPK (JNK, p38 e ERK1/2) e p53 na apoptose induzida por complexos de rutênio com piplartina em células de carcinoma de cólon humano HCT116”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 19/02/2019

RESUMO

O câncer é uma doença multifatorial iniciada por mutações genéticas que causam um descontrole na proliferação celular, estas células cancerosas proliferam em desafio aos controles normais do organismo. Dentre os tratamentos para essa doença, a quimioterapia é um dos métodos mais eficazes; entretanto, os fármacos disponíveis atualmente apresentam limitações relacionados a alta toxicidade e ao desenvolvimento de resistência. A piplartina (piperlongumina) é uma molécula derivada de plantas que tem recebido intenso interesse devido às suas características anticancerígenas que visam o estresse oxidativo. A fim de potencializar os efeitos citotóxicos em células cancerígenas, tem sido utilizada a associação de compostos naturais com metais de transição, como o rutênio. Recentemente, nosso grupo de pesquisa sintetizou dois novos complexos de rutênio contendo a piplartina como ligante, os quais aumentaram a expressão gênica de gene das vias MAPK e p53. Assim, o presente trabalho visou estudar o papel destas vias de sinalização na apoptose induzida por esses complexos, bem como avaliar sua eficácia in vivo. Para verificar a participação das vias MAPK e p53 na morte celular induzida pelos complexos, foi utilizado o ensaio de anexina V/PI em células HCT116 pré-tratadas com os inibidores farmacológicos de JNK (SP 600125), p38 (PD 169316), ERK1/2 (U-0126) e p53 (pifitrina-α cíclica), e a fluorescência celular foi quantificada por citometria de fluxo. Fosfo-JNK2 (T183/Y185), fosfo-histona H2AX (S139), fosfo-p53 (S15) e MDM2 foram quantificados pela técnica de ELISA sanduiche. A citotoxicidade dos complexos foi também avaliada em modelo 3D de esferoides multicelulares de câncer formados a partir de células HCT116. A atividade antitumoral in vivo foi avaliada em camundongos CB17 SCID transplantados com células HCT116 e tratados com os complexos na dose de 15 μmol/kg, por via intraperitoneal, uma vez por dia durante 15 dias consecutivos. O pré-tratamento com inibidores de JNK, MEK e p38 reduziu a apoptose induzida pelos complexos, indicando que a apoptose causada pelos complexos é mediada por essas vias, assim como a apoptose induzida pelos complexos foi prevenida pelo pré-tratamento com o inibidor de p53, indicando morte celular apoptótica mediada por uma via dependente de p53. O tratamento com os complexos induziu fosforilação de p53 e H2AX após 24 horas de incubação e de JNK2 após 15 e 30 minutos de incubação. Descobrimos, também, que ambos os complexos são mais potentes do que a piplartina no modelo de cultura 3D com células HCT116. Os complexos apresentaram taxas de inibição do crescimento tumoral in vivo de 35,06-29,71 %. Em conclusão, os complexos apresentaram maior citotoxicidade do que piplartina no modelo 3D e foram capazes de induzir apoptose mediada pela via MAPK por uma via dependente de p53 em células HCT116, bem como diminuir o seu crescimento tumoral em modelo de xenotransplante.

Palavras-chave: MAPK, piplartina, rutênio, HCT116, citotoxicidade, apoptose.

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Frequência de rearranjos genômicos em BRCA1 e BRCA2 em pacientes de câncer de mama e ovário são verificadas em tese

AUTORA: Juliana Côrtes De Freitas
ORIENTADOR: Kiyoko Abe Sandes
TÍTULO DA TESE: “Identificação de rearranjos nos genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com critérios para síndrome hereditária de câncer de mama e ovário no estado da Bahia”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 18/02/2019

RESUMO

INTRODUÇÃO: Aproximadamente 5 a 10% dos casos de câncer de mama e ovário são de origem hereditária e estão associadas à presença de mutações germinativas em genes de predisposição, entre os quais se destacam BRCA1 e BRCA2. Mutações pontuais nestes genes são mais comuns, no entanto, alterações estruturais provocados por rearranjos genômicos podem explicar um número considerável de casos de HBOC (Hereditary Breast and Ovarian Cancer Syndrome) não devendo ser negligenciadas.

OBJETIVO: Verificar a frequência de rearranjos genômicos em BRCA1 e BRCA2 em uma amostra de pacientes que atendam aos critérios de inclusão baseados nas diretrizes da NCCN (National Comprehensive Cancer Network) e ASCO (American Society of Clinical Oncology), além disso, a amostra foi caracterizada quanto aos dados clínicos, a história individual e/ou familiar de risco para câncer e ancestralidade.

METODOLOGIA: Foram selecionados 292 pacientes atendidos no Ambulatório de Oncogenética do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia, considerados elegíveis para triagem de rearranjos genômicos por meio da técnica de MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probre Amplification).

RESULTADOS: Os rearranjos genômicos, deleção dos exons 16-17 de BRCA1, duplicação do exon 5 de BRCA1, deleção dos exons 1-2 de BRCA1 e duplicação do exon 21 do BRCA2 foram encontradas em sete pacientes com diagnóstico de câncer de mama e/ou ovário com história pessoal e familiar de câncer sugestivo de HBOC. Os rearranjos del exons 16-17 e del exons 1-2 de BRCA1 já foram descritos na literatura como patogênicas. As outras mutações ainda não estão descritas, e estudos para determinação do efeito clínico e a caracterização molecular serão necessários. A frequência de rearranjos observada neste estudo foi de 2,4% e está de acordo com a frequência de outros estudos realizados no Brasil. A mutação fundadora portuguesa c.156_157insAlu em BRCA2 não foi encontrada, embora essa população tenha uma contribuição portuguesa relevante.

CONCLUSÕES: A recomendação de testes genéticos abrangentes para triagem de pequenas mutações, bem como de rearranjos genômicos em BRCA pode proporcionar um melhor desfecho nos prognósticos dos pacientes.

Palavras chave: BRCA1. BRCA2. Grandes rearranjos. HBOC.

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Dissertação avalia prevalência do vírus chikunguya em bairro de Salvador, Bahia

AUTORA: Rosangela Oliveira Dos Anjos
ORIENTADOR: Guilherme de Souza Ribeiro
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “SOROPREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS COM INFECÇÕES PRÉVIAS POR CHIKUNGUNYA EM UM BAIRRO DE SALVADOR”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 04/02/2019

RESUMO

INTRODUÇÃO: Em setembro de 2014, o vírus chikungunya (CHIKV) foi detectado pela primeira vez no Brasil. Desde então, ele se disseminou, causando surtos em diversas regiões do país. No entanto, a magnitude da transmissão do vírus, a proporção da população que permanece suscetível à infecção pelo CHIKV e os fatores associados à infecção permanecem pouco conhecidos. O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de infecção pelo CHIKV em um bairro de Salvador (Pau da Lima) e identificar fatores associados.

MATERIAIS E MÉTODOS: Foram incluídos em um estudo de corte transversal 1.776 participantes com idade ≥5 anos. Foram coletados dados demográficos, socioeconômicos, sobre sintomas compatíveis com infecção pelo CHIKV nos últimos dois anos (período de circulação do vírus em Salvador no momento da realização do estudo) e sobre o recebimento do diagnóstico médico de infecção por arbovírus alguma vez na vida. Adicionalmente, foi coletada uma amostra de sangue para detecção de anticorpos IgG contra o CHIKV através da técnica de imunoensaio (ELISA) indireto (Euroimmun, Lübeck, Alemanha). Foram calculadas prevalências, e IC95% ajustadas para o efeito do desenho, global e de acordo com características dos participantes. Foram calculadas razões de prevalência, e IC95% ajustadas para o efeito do desenho, por regressão de Poisson com variância robusta em análises bivariada e multivariada.

RESULTADOS: A prevalência de infecção prévia pelo CHIKV foi de 11,8% (209/1.772). As análises multivariadas identificaram que a prevalência foi maior entre aqueles com diagnóstico médico prévio de chikungunya (Razão de Prevalência (RP): 3,09; Intervalo de Confiança de 95% (IC 95%): 2,14-4,47), que reportaram artralgia (RP: 2,12; IC 95%: 1,57-2,87) no último ano, que residiam em domicílios localizados em ruas sem pavimento (RP: 1,62; IC 95%: 1,17-2,25), que possuíam quintal sem pavimento na residência (RP: 2,06; IC 95%: 1,10-3,86) ou que não possuíam quintal na residência (RP: 2,65; IC 95%: 1,43-4,90), comparados àqueles que possuíam quintal com pavimento na residência, e que utilizavam tonel para armazenar água em casa (RP: 1,66; IC95%: 1,16-2,37).

CONCLUSÃO E CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO: Estes resultados indicam que mais de 90% da população estudada não havia sido infectada pelo CHIKV, havendo risco de continuada transmissão do vírus na região e ocorrência de novos surtos. A maior prevalência de infecções pelo CHIKV naqueles que residem em ruas sem pavimento e em casas sem quintal ou com quintal sem revestimento sugerem que condições sociais e ambientais podem estar influenciando o nível de infestação vetorial e, consequentemente, determinando um risco diferenciado de infecção pelo CHIKV. Futuros estudos deverão investigar com maior profundidade o papel dos determinantes socioambientais na transmissão do vírus para guiar intervenções específicas de prevenção e controle da infecção da chikungunya.

Palavras-Chaves: Vírus Chikungunya, Epidemiologia, Estudo de corte transversal, Prevalência.

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Identificação de compostos antiparasitários contra malária é alvo de investigações em dissertação

AUTORA: Camila Carvalho Couto
ORIENTADOR: Diogo Rodrigo de Magalhães Moreira
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Desenvolvimento Farmacêutico de Inéditos Complexos Mefloquina-platina Para o Tratamento da Malária”..
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 04/02/2019

RESUMO

INTRODUÇÃO: A malária é uma das infecções causadas por protozoários que mais leva a óbito no mundo. Os medicamentos disponíveis para o tratamento desta doença não são eficazes frente a todos os estágios do parasito. Há medicamentos capazes de combater o parasita eritrocitário, porém há cepas resistentes ao tratamento clássico Quinolina/Artesunato. Além disso, os medicamentos em uso clínico não eliminam formas sexuadas (gametócitos) nem os esquizontes presentes na fase hepática da malária, contribuindo para a persistência do parasito. Em virtude disso, é necessário identificar novos fármacos antimaláricos. Dentre as classes de moléculas com potencial terapêutico antimalárico, os complexos com metais de transição se destacam como possíveis candidatos.

OBJETIVO: Neste projeto almejou-se a identificação de potenciais compostos antiparasitários para o tratamento da malária, com base em moléculas do tipo complexos metálicos com mefloquina.

MATERIAL E MÉTODOS: Para isso, foi realizada uma triagem da atividade antiparasitária in vitro onde o composto WV-41 foi identificado como o mais potente e posteriormente selecionado para ensaios frente a modelo animal de infecção.

RESULTADOS: O composto WV-41 administrado na dose de 25mg/kg por via intraperitoneal, durante quatro dias, demonstrou atividade supressora, além de ter mostrado potencial curativo nos experimentos in vivo. O mecanismo de ação não foi completamente elucidado, porém pode-se observar alterações estruturais citoplasmáticas significativas com o tratamento do composto.

CONCLUSÃO: Este trabalho possui dados muito relevantes na percepção de compostos inorgânicos, principalmente complexos metálicos.
Palavras-chave: malária, Plasmodium falciparum, mefloquina, platina, complexos metálicos.

Palavras-chave: malária, Plasmodium falciparum, mefloquina, platina, complexos metálicos.

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Em entrevista, pesquisador Bernardo Galvão destaca necessidade de atuação e investimento em pesquisa sobre HTLV

Em estimativa, o Brasil tem 2.5 milhões de pessoas infectadas pelo Vírus Linfortrópico da Célula-T Humana (HTLV). Para o pesquisador da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão, apesar dos riscos, a doença ainda é considerada pouco conhecida no Brasil até mesmo pelos profissionais de saúde. No Nordeste, foi observada alta prevalência nas cidades de Salvador, São Luís e Belém. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), houve um crescimento de 443% de casos no estado, entre 2013 e 2017, com destaque para Salvador, com 1084%.

Coordenador do Centro de HTLV na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Bernardo Galvão, em entrevista para a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), destaca que, mesmo após quase 40 anos de pesquisa em HTLV, o tema não está em destaque nas discussões oficiais. Por isso, o pesquisador defendeu que a necessidade de inclusão de discussões nas agendas do Organização Mundial da Saúde (OMS) e no Ministério da Saúde.

Confira aqui a entrevista completa do pesquisador à SBMT.

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Fiocruz Bahia abre vaga para pós-doutorado em Epidemiologia das Arboviroses

O Laboratório de Patologia e Biologia Molecular (LPBM), do IGM, publica nesta quarta-feira, dia 16, o edital para Seleção Pública de Pós-Doutorado em Epidemiologia das Arborviroses, abrindo uma vaga para doutores da área de epidemiologia, saúde pública, saúde coletiva ou áreas afins. As inscrições deverão ser enviadas para o e-mail jociane.cruz@conveniado.bahia.fiocruz.br até o dia 4 de fevereiro.

O candidato estará envolvido no desenvolvimento e implementação de estudos eco-epidemiológicos sobre doenças como dengue, Zika, chikungunya, febre amarela na cidade de Salvador.

Para maiores informações, acesse o edital disponível aqui.

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MicroRNAs como biomarcadores de condição causada pela Doença de Chagas são investigados em tese

AUTORIA: Carolina Kymie Vasques Nonaka
ORIENTAÇÃO: Milena Botelho Pereira Soares
TÍTULO DA TESE: “Estudo da expressão de micrornas na cardiopatia chagásica crônica”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 08/11/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: A doença de Chagas é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, sendo considerada uma das maiores causas de morte por insuficiência cardíaca na América Latina. Cerca de 30% dos indivíduos infectados pelo T. cruzi desenvolvem a cardiomiopatia chagásica crônica (CCC). Até o momento, não há nenhum tratamento eficaz para a CCC. O desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas e biomarcadores mais acessíveis à população com o potencial de prever à progressão da cardiomiopatia é de fundamental importância. Os microRNAs (miRNAs) são moléculas curtas e endógenas que agem regulando a expressão gênica. Sabe-se que os miRNAs são diferencialmente expressos na insuficiência cardíaca e desempenham um papel crítico na patogênese da doença. A identificação de miRNAs específicos que possam ser correlacionados à doença poderão resultar em aplicações clínicas.

OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi avaliar o papel de miRNAs como biomarcadores e possíveis alvos terapêuticos da cardiopatia chagásica crônica.

MATERIAIS E MÉTODOS: Foi comparado o perfil de expressão de miRNAs em soro de sete indivíduos com doença de Chagas crônica e três indivíduos saudáveis. Após a triagem, foram selecionados alguns miRNAs e avaliado o potencial como biomarcadores de disfunção cardíaca em uma coorte de 42 pacientes. O efeito terapêutico também foi explorado após a seleção de um miRNA com potencial terapêutico. A seleção do miRNA alvo foi baseada em uma triagem inicial no modelo experimental e análise de predição in sílico. O papel do miR-21 na produção de colágeno foi avaliado in vitro utilizando fibroblastos cardíacos. Camundongos C57Bl/6 infectados com T. cruzi foram tratados com o inibidor LNA miR-21. O efeito terapêutico foi avaliado através de análises morfológicas, imunofenotipagem, dosagem de citocinas e expressão gênica por RT-qPCR.

RESULTADOS: Após a triagem de miRNAs, 3 miRNAs que estavam superexpressos nos indivíduos cardiopatas foram explorados como biomarcadores em uma coorte de 42 indivíduos. Foi encontrado um aumento de miR-19a e miR29b nos indivíduos cardiopatas, enquanto miR-21 estava superexpresso nos dois grupos com doença de Chagas (indeterminados e cardiopatas). O miR-19a mostrou correlação positiva com disfunção cardíaca, classe funcional e percentual de fibrose. Já o miR-29b mostrou uma correlação negativa com a fração de ejeção e o strain do ventrículo esquerdo. Foi demonstrada também a superexpressão desses miRNAs em amostras de coração explantados de indivíduos com cardiopatia chagásica crônica. Em culturas in vitro, observamos um aumento de expressão do miR-21 em fibroblastos cardíacos humanos e um aumento de miR-19a e miR29b em cardiomiócitos derivados de iPSCs. O miR-21 foi selecionado como um possível alvo terapêutico após a triagem por PCR array in vivo e análise in sílico. O bloqueio do miR-21 reduziu a produção de IFN-γ e TNF-α in vivo. Além disso, análises morfológicas mostraram redução de fibrose em camundongos tratados com LNA anti-miR-21.

CONCLUSÕES: Os nossos resultados demonstram que os miRNAs desempenham um papel importante na CCC e sugerem que o miR-19a pode ser explorado como biomarcador de progressão da disfunção cardíaca em indivíduos na fase indeterminada. Já o miR-21 parece participar de processos inflamatórios e fibróticos no modelo experimental, sugerindo ser um potencial alvo terapêutico.

Palavras-Chave: Doença de Chagas; Trypanosoma cruzi; miRNA; Cardiopatia; Fibrose; biomarcadores, alvo terapêutico.

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Imunopatogênese de Tuberculose Multirresistente a Fármacos é alvo de investigações em dissertação

AUTOR: Silas Gabriel Souza De Oliveira
ORIENTADORA: Theolis Costa Barbosa Bessa
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: ESTUDO EXPLORATÓRIO DE BIOMARCADORES DA EVOLUÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES COM TUBERCULOSE MULTIRESISTENTE (tbmr)
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 18/09/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) é uma doença considerada como um grave problema de saúde pública, sendo a primeira causa de morte entre as doenças infecciosas. O uso inadequado dos medicamentos antituberculose relaciona-se ao aparecimento de cepas de Mycobacterium tuberculosis (Mtb) resistentes a esses fármacos, sendo de especial interesse a resistência combinada a rifampicina e isoniazida, as drogas mais eficazes contra o bacilo, denominada tuberculose multirresistente (TBMR), que precisa ser tratada com um esquema terapêutico alternativo que apresentam menor taxa de cura, efeitos colaterais mais graves e frequentes, custo de tratamento mais elevado, e prognóstico menos favorável. Modificações do esquema terapêutico são realizadas quando se detecta falha em controlar a carga bacteriana no escarro, porém esse indicativo de falha é avaliado pela persistência de bacilos em cultura após seis meses de tratamento, um período longo em que pode ocorrer a transmissão de bacilos resistentes a partir do paciente índice. A identificação de outros parâmetros que possam sinalizar a falha terapêutica de forma mais precoce será muito útil para o manejo desses pacientes.

OBJETIVOS: Estudar, de forma exploratória, os níveis séricos de moléculas relevantes para a imunopatogênese da tuberculose em uma coorte de pacientes com tuberculose multirresistente a fármacos (TBMR), como potenciais biomarcadores da falha terapêutica.

METODOS: Trata-se de um estudo observacional com coorte prospectivo, com seguimento de 18 meses, de forma a iniciar as análises preferencialmente no tempo zero de tratamento. Características sócio-demográficas e clínicas foram obtidas a partir de entrevista aos pacientes ou fontes secundárias utilizando questionário padronizado. Os sangues dos voluntários foram coletados nos tempos para a obtenção do soro, plasma e pellet. As moléculas fora dosadas por ELISA ou CBA.

RESULTADOS: Após seis meses de tratamento houve maior diferenciação dos níveis das moléculas estudadas em comparação aos níveis pré-tratamento. Não houve diferença estatisticamente significativa entre as proteínas e os desfechos clínicos. Não foram observadas separação muito distinta entre os níveis das proteínas apresentados por voluntários com desfecho desfavorável em relação àqueles com desfecho favorável.

CONCLUSÃO: Houve diferenças nos níveis das moléculas aos seis meses após o tratamento quando comparados ao pré-tratamento. Não houve diferenciação nos níveis das moléculas quando comparamos desfechos clínicos favoráveis e desfavoráveis.

Palavras-chave: tuberculose; biomarcadores; esquemas de tratamento; multirresistência

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Tese investiga marcadores na Anemia Falciforme pediátrica associados à ocorrência de AVC

AUTORA: Corynne Stephanie Ahouefa Adanho
ORIENTADORA: Marilda de Souza Gonçalves
TÍTULO DA TESE: CEREBROVASCULOPATIA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM ANEMIA FALCIFORME (HbSS): DIAGNÓSTICO PRECOCE E IDENTIFICAÇÃO DE BIOMARCADORES
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana (UFBA/FIOCRUZ)
DATA DE DEFESA: 20/09/2018

RESUMO

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das complicações vasculares graves da anemia falciforme (AF) e afeta cerca de dez por cento dos indivíduos com menos de vinte anos. Embora os pacientes possam se recuperar do AVC, ele provoca danos cerebrais permanentes. Atualmente, o método padrão ouro para detecção de AVC em crianças com AF é o Doppler Transcraniano (DTC) que mede as velocidades médias no tempo (TAMMV) na artéria carótida interna e nas artérias cerebrais médias. A estimativa da velocidade do fluxo sanguíneo arterial acima de 200 centímetros por segundo está associado ao risco elevado de AVC. O objetivo principal deste estudo foi investigar marcadores bioquímicos, hematológicos e genéticos na AF pediátrica associado a possibilidade de ocorrência de AVC, correlacionando-os as velocidades DTC. Para alcançar esse objetivo, 163 pacientes com AF foram incluídos no estudo, com ou sem evento de AVC prévio, entre 2 e 18 anos no Hospital Pediátrico Professor Hosannah de Oliveira (HUPES / UFBA) e no Centro de Referência de Doença Falciforme, respectivamente localizados em Salvador e em Itabuna. O presente estudo mostra que o óxido Nítrico (NO) deve ser considerado um parâmetro relevante em relação à fisiopatologia do AVC em pacientes com AF. Os resultados também mostram correlações significativas entre TCD-TAMMV e marcadores laboratoriais de rotina no monitoramento dos pacientes pediátricos com AF. Esses parâmetros laboratoriais incluíam percentual de reticulócitos e contagem de leucócitos, que são marcadores conhecidos e relacionados a gravidade da AF, apesar de suas correlações com o TAMMV nunca terem sido demonstradas anteriormente. Também demonstramos que o tratamento com hidroxiureia (HU) teve s impacto diferente nos parâmetros laboratoriais, como o Volume Plaquetario Medio (VPM), o número de linfócitos e leucócitos nos diferentes grupos de DTC avaliados no presente trabalho. Além disso, sugerimos que o subfenótipo dislipidêmico na população estudada deve ser considerado como de risco alto para o AVC. Não encontramos, em nosso estudo, o efeito dos single nucleotides polymorphims (SNP) analisados sobre a prevenção do AVC. Entretanto, estudos adicionais incluindo um número maior de pacientes que tiveram risco ou que desenvolveram AVC, são necessários para entender melhor a influência desses genes no risco de AVC em pacientes com AF.

PALAVRAS CHAVE: anemia falciforme; acidente vascular cerebral; Doppler Transcraniano; Oxído Nitrico; SNP.

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Dissertação avalia perfil microbiológico e resistência antimicrobiana em áreas da Bahia

AUTORA: Vanessa Tibolla Moretto
ORIENTADOR: Lúcio Macedo Barbosa
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA QUALIDADE DA ÁGUA E O PERFIL DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM ENTEROBACTÉRIAS DE COLEÇÕES HÍDRICAS DE ÁREA RURAL E URBANA DA BAHIA
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 20/09/2018

RESUMO

A resistência bacteriana é atualmente um dos problemas de saúde pública mais relevantes a nível global. As coleções hídricas são importantes cenários na disseminação desta resistência. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o perfil microbiológico e de resistência antimicrobiana em coleções hídricas de área rural e urbana da Bahia. Para esta análise, três amostras de coleções hídricas do distrito de Jenipapo em Ubaíra/Ba (zona rural) e nove em Salvador/Ba (zona urbana), foram coletadas a cada três meses, no mesmo ponto, no período de um ano (Out/2016-Ago2017), pontos estes que não estão localizados próximos a hospitais ou centros de saúde, o que totalizou 48 amostras. A determinação da quantificação de coliformes totais foi realizada através do Coliscan®. O isolamento de enterobactérias foi realizado em duas placas de agar MacConkey, contendo 2μg/mL cefotaxima e 1μg/mL meropenem, individualmente. A identificação foi realizada por espectrometria de massa (MALDI-TOF®) e o perfil de sensibilidade por microdiluição em caldo (Vitek®). Os genes de resistência aos betalactâmicos foram analisados por PCR convencional. Os primers tinham como alvo os genes de resistência associados à produção de beta-lactamases do tipo cefotaximases (blaCTX-M, blaSHV, blaTEM) e carbapenemases (blaKPC, blaVIM, blaNDM, blaSPM, blaOXA-48). A contagem média de coliformes totais para o Jenipapo foi de 1409UFC/mL.10. Nos sítios urbanos Dique do Cabrito, Dique do Tororó e Lagoa do Abaeté foram 2885, 601 e 617 UFC/mL.10, respectivamente. Foram identificadas 19 espécies de enterobactérias, no total de 196 bactérias selecionadas. As principais enterobactérias identificadas na área rural foram: Enterobacter cloacae (31%), Providencia rettgerii (18%), Escherichia coli (9%) e Morganella morgani (9%). Já na área urbana: E. cloacae (38%), Klebsiella pneumoniae (27%) e E coli (16%). Tanto na área urbana quanto na rural, isolados de E. cloacae estavam associados a altos índices de resistência. Mais que 35% dos isolados de E. cloacae mostraram-se resistentes a Ampicilina/Sulbactam. Na área urbana foram ainda identificadas cepas de E. coli e K. pneumoniae multirresistentes, 20% e 7% respectivamente. Todos os isolados de Providencia rettgeri 12/12 (100%) e 4/4 (100%) Morganella morganii também demonstraram ser resistente a Ampicilina/Sulbactam. Genes associados à resistência foram identificados tanto nas enterobactérias analisadas na área rural: blaVIM (38%), blaOXA-48 (33%), blaCTX-M (19%) e blaSPN (9%); quanto na área urbana: blaOXA-48 (35%), blaCTX-M (22%); blaVIM (19%); blaSPN (19%) e blaNDM (2,7%); blaTEM (1,3%). Os resultados apresentados neste trabalho evidenciaram a presença de bactérias resistentes nas coleções hídricas na Bahia, tanto do ambiente rural quanto urbano, mesmo distante de áreas hospitalares.

Palavras-chaves: Coleções hídricas, Enterobactérias, Genes de resistência, Resistência antimicrobiana

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Efeitos do heme em marcadores de pacientes com Anemia Falciforme é alvo de investigação de Tese

AUTOR: Sanzio Silva Santana
ORIENTADORA: Marilda de Souza Gonçalves
TÍTULO DA TESE: EFEITOS DO HEME E PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS DA HIDROXIUREIA DA ANEMIA FALCIFORME
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Patologia Humana (UFBA/FIOCRUZ)
DATA DE DEFESA: 13/09/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: a fisiopatologia da anemia falciforme (AF) é marcada por crises hemolíticas e vasoclusivas intermitentes com aumento da condição redox no microambiente vascular que favorece a cronicidade inflamatória.

OBJETIVOS: avaliar os efeitos do heme em marcadores clínicos-laboratoriais de pacientes com AF; o papel de hemácias falciformes íntegras e lisadas na ativação do inflamassoma NLRP3, e se o tratamento de pacientes com HU interfere na ativação do inflamassoma NLRP3; e investigar as propriedades antioxidantes da HU.

MÉTODOS: para o manuscrito 1, amostras de sangue de pacientes com AF (n = 80) foram coletadas durante uma consulta clínica regular, e a história médica de cada paciente foi obtida a partir dos prontuários. Foram realizadas análises hematológicas, bioquímicas, perfil de hemoglobinas, determinação dos haplótipos ligados ao grupo de genes da globina beta. A dosagem do heme foi realizada por ELISA. Em seguida, foi investigada a associação dos níveis plasmáticos do heme com marcadores clínicos e laboratoriais. Para o manuscrito 2, essas análises foram realizadas em pacientes em estado estável incluindo pacientes tratados (n = 29) e não tratados (n = 108) com hidroxiureia (HU). Voluntários sadios (n = 30) foram utilizados como controle. PBMC de voluntários sadios foram desafiados com hemácias falciformes íntegras e lisadas (n = 8) e hemácias normais (n = 10). A expressão gênica de componentes do inflamassoma NLRP3 (NRLP3, IL1β, CASP1 e IL18) foi realizada por RT-qPCR a partir do RNA de leucócitos obtidos do sangue total de pacientes tratados (n = 13) e não tratados com HU (n = 15), e voluntários sadios (n = 20). Dosagens de IL-1β e LTB4 foram realizadas por ELISA. No manuscrito 3, ensaios de inibição de DPPH foram realizados para determinar a atividade antioxidante da HU. HUVEC e PBMC foram tratados com HU, na presença ou ausência de hemina, para avaliação da citotoxicidade, inibição de ânions superóxido, produção de nitrato/nitrito e expressão de enzimas antioxidantes por RT-qPCR (SOD1, GPx, GSR e HMOX1). Análises de microarranjo foram realizadas em HUVEC desafiadas com HU.

RESULTADOS: o aumento no heme livre está associado com o aumento de hemoglobina S (HbS), contagem de monócitos, marcadores hepáticos [bilirrubina total e frações, aspartato transaminase (AST)], triglicérides e lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL-C); e inversamente associado com os níveis de hemoglobina fetal (HbF) e lipoproteína de alta densidade (HDL-C). O genótipo BEN/BEN confere níveis mais elevados de HbF aos pacientes com AF, e CAR/CAR níveis mais baixos. Os haplótipos não apresentaram associação com liberação de heme livre. Níveis aumentados dessa molécula estão associados com histórico clínico de AVC na AF. No manuscrito 2, hemácias falciformes (SS-RBC) íntegras e lisadas induziram a expressão de NLRP3, CASP1 e IL1B e IL18 em PBMC. Curiosamente, SS-RBC íntegras induziram níveis mais elevados de expressão de IL1B em comparação com SS-RBC lisadas. SS-RBC íntegras e lisadas induziram níveis elevados de IL-1β, diferentemente de AA-RBC. Além disso, AA-RBC e SS-RBC induziram a produção de LTB4, embora seus níveis tenham sido mais pronunciados em PBMC desafiados com SS-RBC íntegras. Pacientes com AF apresentaram níveis séricos mais elevados de heme livre e proteína C-reativa (C-RP) em comparação com o grupo de voluntários sadios. Indivíduos tratados com HU apresentam níveis reduzidos de heme livre e níveis aumentados de PCR. Níveis elevados de ferritina foram observados em indivíduos com AF independente do tratamento com HU. Pacientes com haplótipo CAR/CAR apresentaram aumento nos níveis de HbF. Uma diminuição significativa na expressão de NLRP3 foi observada em indivíduos com AF tratados com HU, embora essa redução não tenha sido significativa para CASP1, IL1B e IL18. Indivíduos tratados com HU apresentaram níveis séricos elevados de IL-1β e diminuição na produção de LTB4 em relação ao grupo não tratado. No manuscrito 3, a HU apresentou atividades antioxidantes inibitórias apreciáveis (similar ao controle BHT) em concentrações equivalentes à encontrada no plasma de pacientes que tomam a droga (~200 μM). Os tratamentos com HU ou HU+hemina, não induziram toxicidade em PBMC e HUVEC. A HU não diminuiu o acumulo de O2•– em PBMC na presença ou ausência de hemina. O tratamento HU+hemina estimulou a produção de nitrato/nitrito em PBMC e HUVEC. A HU aumenta a expressão de SOD1 e GPx em PBMC e HUVEC. O aumento na expressão de GSR é observado em PBMC e HUVEC submetidas ao tratamento combinado de HU com a hemina. HU não induz a expressão de HMOX1 e não diminui a sua expressão em combinação com a hemina tanto em PBMC quanto em HUVEC. O ensaio de microarranjo mostrou que HU induz a expressão de componentes celulares antioxidantes, tais como SOD2, GSR, GST1, GSTM2, MGST1, CR1, proteínas quinases fosfatidilinositol 3-fosfato C (PRKCB, PRKCZ, PIK3C2B) e p62/SQSTM1. Em contraste, foi observada a diminuição na expressão do fator transcricional BACH1. “Upstream analyses” demonstraram predição de ativação para o fator transcricional Jun e miR-155-5p.

CONCLUSÕES: a liberação excessiva de heme a partir de eventos hemolíticos recorrentes podem contribuir substancialmente para a gravidade da doença: (i) aumentando a auto-oxidação da HbS; (ii) aumentando o estresse oxidativo, inflamação sistêmica e dano tecidual; (iii) interferindo no metabolismo lipídico; (iv) e aumentando o risco de AVC. Hemácias íntegras e lisadas atuam como DAMPs induzindo diferentemente a expressão de componentes do inflamassoma e a produção de IL-1β e LTB4, contribuindo para o estabelecimento da inflamação. Além disso, a ativação do inflamassoma é mais pronunciada após estimulo com hemácias falciformes. O tratamento com HU não alterou a produção de citocinas pró-inflamatórias como a IL-1β, embora a diminuição na indução de NRLP3 do inflamassoma e secreção de LTB4 tenham sido demonstradas. Por fim, demonstrado que a HU pode atuar: (i) na inibição direta de EROs/ERNs; (ii) induzindo a produção de nitrito/nitrato na presença da hemina; (iii) estimulando a resposta celular antioxidante por indução do elemento de resposta antioxidante/eletrófilo (ARE/EpE) mediada pelo Nrf2 sob regulação de p62/SQSTM1. Em conjunto, esses achados podem auxiliar no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas que possam ser utilizadas em conjunto com a indução de HbF visando minimizar a cronicidade inflamatória da doença.

Palavras-chave: anemia falciforme, hidroxiureia, estresse oxidativo, inflamassoma.

 

Imagem da Agência Fapesp

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Suscetibilidade genética ao câncer é alvo de investigação de tese

AUTORA: Polyanna Carôzo De  Oliveira
ORIENTADORA: Kiyoko Abé Sandes
TÍTULO DA TESE: SUSCETIBILIDADE GENÉTICA AO CÂNCER HEREDITÁRIO E ESPORÁDICO NA POPULAÇÃO DE MONTE SANTO-BA
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 20/09/2018

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer é uma doença genética causada por mutações em genes que codificam proteínas importantes para a manutenção da homeostasia celular, como os que controlam do ciclo celular (supressores tumorais ou protooncogenes), os genes de reparo e os aqueles que fazem o metabolismo de xenobióticos. As mutações podem ser herdadas, caracterizando o câncer hereditário. Porém a maioria dos casos, o câncer é esporádico, pois as alterações ocorrem espontaneamente com o avanço da idade e a importante influência de fatores ambientais. A frequência das mutações nos genes de suscetibilidade ao câncer pode ser diferente entre as populações. Em Monte Santo-BA, estudos anteriores sugerem que esta população apresenta importantes características que podem contribuir para o aumento de doenças genéticas raras, as quais também poderiam está relacionadas a ocorrência de câncer neste município.

OBJETIVO: Avaliar a suscetibilidade genética ao câncer esporádico e identificar o perfil de mutações nos casos de câncer hereditários.

MATERIAIS E MÉTODOS: A amostra é composta por 118 pacientes com diagnóstico de câncer (casos) e 286 sem história pessoal de câncer (controles). Dos casos 15 indivíduos tinham critérios para câncer hereditário e foram avaliados através de um painel mutigênico composto por 17 genes de suscetibilidade à diferentes tipos de câncer com perfil hereditário. E 103 com perfil de câncer esporádico (casos) bem como nos 286 controles foram estudados 20 polimorfismos do tipo INDEL em genes de suscetibilidade ao câncer e 64 marcadores informativos de ancestralidade. A ancestralidade foi estimada através do programa STRUCTURE e as análises estatísticas com uso do software R v3.1. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e questionário.

RESULTADOS: A análise de ancestralidade genética confirmou que a população é miscigenada e apresenta elevada contribuição europeia, seguida de africana e ameríndia (66,7%, 21,2% e 12,1%, respectivamente) e não houve diferença estatística entre casos e controles. O câncer foi associado ao risco aumentado para aqueles indivíduos com genótipos: Ins/Ins no polimorfismo TP53 (rs17878362) (p=0,027, OR=2,05 e IC=1,1-4,0), e ao genótipo Del/Ins + Ins/Ins no polimorfismo HLA-G (rs371194629) (p= 0,0078, OR=2,9 e IC=1.35 – 6,61) e efeito protetor para aqueles com genótipo Ins/Ins no polimorfismo PAR1 (rs11267092) (p=0,000587 OR=0,39 e IC= 0,23 – 0,66). No grupo com perfil de cancer hereditário foi encontrada a mutação patogênica MUTYH p.(Gly396Asp) em um paciente com melanoma e história familiar para esse tipo de câncer.

CONCLUSÕES: Os resultado sugerem que nesta população miscigenada a ocorrência de câncer esporádico foi associado a três polimorfismos em genes de suscetibilidade. A mutação patogênica no gene MUTYH pode explicar a ocorrência de câncer de pele com história familiar mas, estudos adicionais são necessários.

Palavras-Chave: polimorfismos, câncer, gene TP53, gene HLA-G, gene PAR-1 e gene MUTYH

 

Imagem: Revista Pesquisa FAPESB

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Tese estuda susceptibilidade ao câncer de mama em mulheres afrodescendente baianas

AUTORA: Gabriela do Espirito Santo Felix
ORIENTADORA: Kiyoko Abé Sandes
TÍTULO DA TESE: “SUSCEPTIBILIDADE AO CÂNCER DE MAMA: ANÁLISE DE PAINEL MULTIGENE EM MULHERES AFRODESCENDENTES DA BAHIA”.
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 03/09/2018

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer de mama é a neoplasia maligna mais frequente entre mulheres no mundo, mas com diferentes taxas de mortalidade da doença entre países emergentes e desenvolvidos. Isso pode ser atribuído à susceptibilidade particular de cada população, além do modelo de prevenção e tratamento estabelecido. Uma das ferramentas que pode auxiliar na prevenção e estabelecimento de tratamento personalizado é o teste genético.

OBJETIVO: Estudar um painel personalizado de 28 genes de susceptibilidade ao câncer de mama (BROCA) em um grupo de mulheres com câncer de mama e mulheres saudáveis.

MATERIAL E MÉTODOS: Os dados clínicos e epidemiológicos de 173 mulheres com câncer de mama e 119 mulheres controle foram coletados durante entrevista. A maioria dos indivíduos de ambos os grupos se autodenominou como afrodescendentes (>60%).

RESULTADOS: Foram detectadas alterações genéticas de significado clínico em 37 mulheres grupo caso e uma mulher do grupo controle, OR= 27.75 (p= 0.008). Nos genes BRCA1 e BRCA2 foi detectada a maioria das alterações (64.85%) do que outros genes de susceptibilidade (35,15%). Mutações fundadoras (recorrentes em populações ancestrais) foram mais frequentes do que mutações novas, 81,1% (30/37) e 18,9% (7/37) respectivamente.

CONCLUSÕES: Esse foi o primeiro estudo molecular de susceptibilidade ao câncer mama realizado com mulheres afrodescendentes da Bahia, demonstrando que outros genes de susceptibilidade além do BRCA1/2 estão envolvidos no desenvolvimento desse câncer e devem ser analisados nessas mulheres.

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Inscrições abertas para o curso EndNote X9

Prosseguindo com o Programa de Treinamento Continuados, a Biblioteca de Ciências Biomédicas Eurydice Pires de Sant’Anna abre as inscrições para o Curso EndNote X9, que será realizado no dia 16 de agosto, na Fiocruz Bahia. Os participantes irão conhecer o programa EndNote em sua mais nova versão e aprenderão a criar bibliotecas, importar e exportar dados e arquivos da biblioteca, criar grupos inteligentes, citar trabalhos, montar listas de referências, modificar e criar estilos e muito mais.

As inscrições podem ser feitas através deste site

Data: 16 de agosto
Horário: das 15h às 17h
Local: Sala de Aula I da Biblioteca do IGM 

Vagas limitadas!

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Genótipos de indivíduos com fenilcetonúria são analisados clinicamente em dissertação

AUTORIA: Caíque Antunes Novaes Silva
ORIENTAÇÃO: Angelina Xavier Acosta
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E MOLECULAR DE PACIENTES COM FENILCETONÚRIA NO ESTADO DA BAHIA”
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 24/07/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: A fenilalanina (Phe) é um aminoácido essencial, sendo adquirido através da alimentação, e é hidroxilado em tirosina por ação da enzima fenilalanina hidroxilase (PAH). Quando há uma deficiência na atividade desta enzima, ocorre um acúmulo de phe (hiperfenilaninemia – HPA) nos fluidos corporais, sendo tóxica especialmente no sistema nervoso central, ocasionando vários distúrbios, como deficiência intelectual. A fenilcetonúria (PKU) é a forma mais frequente de HPA, sendo o principal erro inato do metabolismo dos aminoácidos (EIM) mais bem estudados, por fazerem parte de programas de triagem neonatal em todo o mundo. No Brasil, o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) garante o rastreamento, confirmação diagnóstica e tratamento desta condição em todo o país, através dos Serviços de Referência em Triagem Neonatal (SRTN). O tratamento clássico para essa doença, cuja herança genética é autossômica recessiva, é baseada na dietoterapia, que é complexa e de longa duração, tornando a adesão ao tratamento mais difícil. Sendo assim, outras opções terapêuticas que também controlam os níveis de phe estão sendo sugeridas como a administração oral de tetrahidrobiopterina (BH4), que é o cofator da enzima PAH, sendo o genótipo um dos fatores determinantes para a responsividade a este tipo de tratamento.

OBJETIVO: Definir o genótipo de pacientes com PKU no estado da Bahia e comparar com as características clínicas, sócio-demográficas, além de avaliar resposta terapêutica ao BH4.

MÉTODO: Pacientes com diagnóstico de PKU provenientes da APAE/Salvador foram selecionados para investigação molecular por PCR/RFLP (polimorfismo de comprimento de fragmento de restrição) e sequenciamento do gene PAH, em seguida comparados com os dados clínicos e de responsividade ao BH4.

RESULTADO: Participaram do estudo 106 pacientes oriundos de 63 municípios baianos, sendo 73 pacientes com forma clínica de PKU clássica e, os demais, PKU leve. A estratégia de investigação molecular permitiu genotipar toda a amostra, sendo a mutação IVS10-11G>A mais frequente (25,6%), seguida da p.V388M (23,2%) e
p.R252W (17%), com distribuição diferente nos municípios estudados. Observaram-se 25 genótipos distintos, sendo a maioria (52,8%) como heterozigoto composto. O teste de responsividade ao BH4 realizado em 64 pacientes revelou responsividade em 29,7%, havendo concordância de 64,7% com a previsão fornecida pelo genótipo.

Palavras-chave: Fenilcetonúria, genótipo, fenótipo, BH4

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